12
fevereiro
2019

Diário da gravidez – primeiro trimestre

Postado por Ana em Maternidade
    A gravidez tem sido uma experiência incrível (não confundir com fácil) e não deixei de registrar nada, seja aqui pro blog, seja no meu diário da gravidez em papel mesmo. Eu gostei muito de ler diários de gravidez então espero que o meu seja interessante para alguém! 🙂 Dividi os posts por trimestre e fui escrevendo no fim de cada semana! Eventuais inconsistências de data são porque a data do ultrassom ficou 3 dias mais avançada que a dos meus cálculos. Espero que gostem! :*

    Semana 4 Um turbilhão de emoções

    Eu na verdade descobri super cedo, com 3 semanas e 5 dias. De sintomas tive muita salivação, barriga inchada e gulodice! Foi uma semana muito difícil, porque fiquei com muito medo de ter um aborto espontâneo e tive spotting duas vezes, além de cólicas (leves). O meu apego ao embrião foi imediato! Marquei meu horário na ginecologista, mas consegui só para a oitava semana!

    Semana 5 Cadê o meu Spritz?

    Nessa semana tirei férias e fui com o marido para o Lago di Garda na Itália. Foi simplesmente uma delícia ficar de pernas para o ar! E para não ficar de todo parada até me aventurei no Stand Up Paddle – achei uma delícia e bem fácil, não caí nenhuma vez. Saía da água sequinha! hehehehe Aliás, eu só faltei morar em protetor solar essa semana. Já tenho predisposição a manchas, mas ainda não tenho melasma. Viajei com um arsenal de produtos anti-enjôo, e até vários saquinhos para vomitar (HHAHAHAHA tão eu comprar isso) – mas não precisei, me senti bem a semana toda. Aliás, a fome-draga continuou! Foi difícil não tomar vinho, Spritz e café aos montes na Itália – até brinquei “this baby better be cute!”. Essa semana fez um calor absurdo na Europa toda e eu só consigo agradecer a minha sorte de não estar com um barrigão e pernas inchadas nessa época. No último dia dessa semana fui com meu marido no trabalho dele pra mexermos no ultrassom- e o saco gestacional estava lá com o polo fetal dentro, fiquei bem feliz!

    Semana 6 Esse calorão não está ajudando

    Essa semana começou em Hessen, onde fomos para o casamento de um amigo. Era daquelas festas em que eu só conhecia o noivo, então senti uma falta enorme de ficar me distraindo com os mil drinks deliciosos hahaha Marido se aproveitou da situação, afinal eu era a motorista da rodada. Saímos meia-noite e dirigi por 1 hora na Autobahn até a casa dos meus sogros, onde dormimos. Junta 10 horas de festa (aqui é assim), calor e estrada, eu cheguei completamente morta. A gente ficou com muita vontade de contar pros meus sogros, mas seguramos! Durante a semana, o trabalho seguiu a todo o vapor e o maior desafio foi o calor insuportável que fez. Estava bem cansada mas não sei avaliar se era só por causa da gravidez. Dormi muito mal todos os dias (e no sofá porque no quarto estava uns 50 graus) e segui trabalhando como um touro então acho que estaria morta mesmo não-grávida. O enjôo ainda não chegou, mas a fome se tornou insuportável, principalmente na parte da manhã. Uma fome ruim, que dói, barriga ronca, mesmo eu beliscando a manhã inteira (levo crackers, maçã, berries, queijinho, barrinha e não fico nem 20 minutos sem beliscar mas o estômago não sossega). Na quarta-feira fiquei bem preocupada porque no meio do trabalho a fome foi tão dolorida que achei que estava entrando no caminho da náusea, me deu uma sensação ruim. E eu não tenho tempo para vomitar no trabalho e essa sensação já me desconcentrou muito e não posso me dar ao luxo de desconcentrar porque tenho muita responsabilidade. Imagina estar fazendo procedimentos e pensando na náusea? Não rola. Espero que eu pertença àqueles 25% que não sofre com isso. Amem!

    Semana 7 Essa touquinha é pro MEU bebê mesmo?

    A semana começou bem – fui encontrar com minha amiga em Milão ! Ela ficou sabendo da minha gravidez até antes da minha família. Nem teria como disfarçar porque ela sabe que eu amo um vinho. Além do que, ela é minha conselheira ginecologista, então já tinha enchido o saco dela pedindo pitacos antes de engravidar. Ela deu de presente as primeiras coisas ever do bebê, um gorrinho, luvinhas e meias. Eu não esperava ter/comprar qualquer coisa de bebê tão cedo, então fiquei bem boba olhando para aquelas coisas. “Nossa, é pro MEU bebê mesmo?“. O calor senegalês agora à moda italiana (ou seja: mais quente ainda) continuou por todo o final de semana. Me surpreendi com o tanto que me senti bem fisicamente apesar do calor – nem sinal de mal estar e até a fome tava normal. Domingo à noite de volta à casa e adivinhem – lá fomos eu e marido dar mais uma espiadinha no bebê. Estava ansiosa para ouvir o coração e meio preocupada justamente por estar me sentindo tão bem (isso mesmo que vocês leram). E fiquei muito aliviada quando vimos e ouvimos o coração batendo rápido e forte. Após uma semana de muito cansaço, sono, fome e calor, chegou a esperada consulta pré-natal na sexta. Já tinha ido nessa ginecologista para controle e até gosto dela, mas sei lá, não vou me acostumar com médicos aqui nunca. Mas pelo menos já fiz todos os exames (sangue, urina e claro ultrassom) ali mesmo. Ela datou a gestação como de 8 semanas 2 dois dias no ultrassom (3 dias a mais). Eu mudei a data do parto nos aplicativos e tal, mas sei que é impossível ser isso, minha margem de erro é no máximo de 1 dia para mais, hehehe! Neste mesmo dia aliás senti um cansaço de morrer, de forma que à noite eu mal consegui subir a escada daqui de casa. Foi um terror.

    Semana 8 Me dê mais cinco pêssegos, porque um tá pouco

    Habemus protótipo de olho, perninha e bumbum

    Essa semana começou de forma nada glamurosa: o primeiro (e foi graças a Deus o último) vômito da temporada. Fui muito juninha porque senti a fome-dolorosa enquanto cozinhava e a coloquei “on hold” achando que ia dar tempo da comida ficar pronta. Ledo engano, abruptamente aquilo virou um enjôo incontrolável.Isso meio que abalou minha confiança. Eu já falei para vocês que sou nauseofóbica e vomitofóbica? Tive o horário para cortar meus cabelos na Alemanha pela primeira vez logo após o café da manhã fracassado. Antes comi barrinha, fruta e masquei chiclete de gengibre. Mas fiquei tensa no salão – e a mulher lavando meus cabelos naqueeeela lerdeza. Mais tarde acabei contando pro meu pai, não resisti. Estávamos conversando no skype e eu falando do meu cansaço e ele “você não está com um vírus não?”. Daí estava com a fotinho do ultrassom na mão e segurei na frente da câmera. Ele ficou super feliz com seu futuro quinto netinho! Mas o fiz prometer não contar para mais ninguém. A semana de trabalho foi um arrasto. Fiquei muito cansada, mas também é porque trabalhei de forma muito intensa, então acho que teria ficado morta de qualquer forma. hehehehe A fome continuou de manhã: comi dezenas de framboesas, blueberries e muitos pêssegos (minha nova mania). Aliás, percebi finalmente que a maçã era inimiga e dava é mais fome ainda. Tive um mal-estar noturno leve alguns dias, mas nada de vômito ou enjôo forte. Uma coisa que me chamou a atenção é que a academia está bem mais penosa. O meu elíptico parece que ficou muito mais puxado. E o pior que a frequência sobe muito rápido, então para deixar nos 140 bpm desejados eu tive que reduzir muito o peso. Uma pena, pois com o tanto que estou comendo …

    Semana 9Vovós de primeira viagem

    Começamos indo para a casa dos meus sogros para contar a novidade. O plano era esperar mais um pouco, mas marido não aguentava mais segurar. Demos uns presentinhos dizendo que era souvenir da Itália, mas quando abriram era isso aqui:

    Canecas de “melhor avó e melhor avô do mundo”. Eles obviamente ficaram super felizes com o netinho #1 que está a caminho. E já começaram a “desenterrar” todas as coisas de bebê que têm por lá (sim, ainda têm tudo dos seus ex-bebês). Foi bom “sair do armário“, pois não tive problema de negar o vinho, salames, as várias xícaras de café, etc! E tive todo o aval para ficar dormindo e descansando boa parte do final de semana, hehe . E já pude receber uns paparicos! Xô aproveitar, né, porque quando o bebê chegar acho que não sobra paparico nenhum pra mim mais não! 🙂 A semana de trabalho foi mais intensa que o normal e foi, digamos, sobrevivida. O cansaço após o almoço ainda é inexplicável. Dá vontade de chorar de saber que vou continuar trabalhando umas 4 horas quando tudo que eu queria eram horas de sono. E quando chego em casa na sexta cheia de planos e coisas para fazer eu só consigo ficar imóvel no sofá por horas. Mas a coisa boa é que a fome dolorida está melhorando. Ainda tenho muita fome e levo uma bolsa térmica com muitas frutas, mas não tá dando mais aquele medo de ficar enjoada. Terminamos a semana vendo o baby dar uns pulinhos no ultrassom. Que coisa mágica!

    Semana 10 A new hope

    Essa semana fiquei muito feliz, porque – acreditem – os sintomas melhoraram muito. Já me considerava afortunada até então por não ter tido nada extremo, mas agora sim sinto que estou voltando “ao normal”. Continuo faminta, mas é uma fome “boa”, sabe? Aquela fome dolorosa que se eu não comesse imediatamente conduziria ao enjôo pathway, passou! Agora tenho tempo para pensar ou mesmo preparar algo pra comer. Isso vai me dar a chance de me alimentar melhor. Não estava me alimentando mal até então, mas era O TEMPO TODO. Tipo mil frutas por dia. E à noite era pão mesmo. Não dava tempo para pensar/procurar muito. Ontem – vejam vocês – fiz panquecas integrais para jantar. Aliás, consegui comprar/usar ovos novamente – antes só de pensar me dava asco. Mas continuo sem amar ovos nem carnes. E hoje, domingo, vou fazer meu almoço saudável calmamente. Eu não estou comendo salada fora de casa, então é uma mão na roda ter esse ânimo novamente, porque lavar/secar/preparar salada é um saco.

    Habemus disposição para cozinhar novamente!

    O cansaço continuou, mas a disposição aumentou e consegui ir seis vezes à academia essa semana após o trabalho. Não é nada fácil, mas desde que eu esteja saudável, sei que é o melhor para mim e pro baby! De novidade, sinto às vezes uma leve dor não-localizada na parte posterior da coluna, tipo quando levanto do sofá. Meu curso de Yoga Pré-natal só começa em três semanas, então comecei hoje mesmo o curso online do Yogaglo. Fiquei de cara como que “desalonguei” nesses meses sem pilates/yoga. Não tive coragem de fazer pilates, porque o meu era muito exaustivo. Mas vamos retomando ao poucos…

    Semana 11 Namorando a caderneta

    Nunca escrevem meu nome certo nesse país, sempre enfiam um H no meio, rs

    Foi uma semana “solo”. Marido foi passar uma merecida semana de descanso (e surf, rs) com o irmão nos EUA. Mas aproveitei para organizar muitas coisas. Fiz uma faxina com declutter monstro no sábado. A única coisa que pedi pro meu marido trazer dos EUA foi um bodyzinho, de preferência com alguma referência ao Rocky Balboa. hahaha Mas não pedi mais nada, tô numa vibe total “não a cacarecos” e não vou comprar nada além do que meu bebê precisará. E convenhamos, aqui já estou bem servida de possibilidades a um bom preço. Combinamos a partir de agora: semanas cansativas até que eu diga o contrário, hahaha! Mas o que mais começou a me incomodar foram dores nas costas (já!!!). Meu trabalho infelizmente carrega grande culpa sobre esse fato, é um trabalho altamente não ergonômico. Tirando a frequente falta de apoio para cotovelo suspenso ao ar, eu sempre acabo tendo que esticar o pescoço para olhar na lâmpada de fenda (e isso zilhões de vezes ao dia). E ainda não costumo ter apoio nas costas, pois ou apoio as costas ou encosto os pés no chão. O problema de ser uma mulher pequena num país de gigantes. Estou meio tensa como isso irá se desenvolver. Farei minha parte (alongamento, Yoga, etc) mas estou insegura.
    No final dessa semana atingi as esperadas “12 semanas”, e fui à segunda consulta pré-natal. Lá recebi meu Mutterpass, que é a caderneta de mãe. Lá estavam todos meus exames da vez passada, graças a Deus tudo normal. Ainda não foi minha triagem de TN, que será na próxima num serviço mais especializado, mas a médica mesmo já disse que não viu anormalidades, nem edema no pescoço, acho que isso já reduzirá minha ansiedade para a próxima. Aqui não costumam falar o sexo cedo, quanto mais sem certeza. Mas vi ela olhando o bumbum por baixo várias vezes, mas só disse que as perninhas estavam cruzadas. Pedi também para dosar minha imunidade para varicela (fui imunizada na adolescência mas nunca confirmei) porque a lei de Murphy está me mandando pacientes com Herpes Zoster numa frequência como nunca tive antes. Enfim … bom é que os exames já são lá mesmo, aqui não tem isso de ir pro laboratório colher algo. Vi o neném já bem crescidinho e quando cheguei em casa contei finalmente para meus irmãos e para amigas mais próximas. Shit is getting real! =)

    Semana 12Ninguém disse que seria fácil

    Sala de tortura, digo, de espera

    Essa semana finalmente contei no trabalho da gravidez. Outra coisa boa foi que meu marido trouxe uma calça de grávida pra eu trabalhar que é a coisa mais confortável do mundo. Amei tanto que entrei no site da marca (Motherhood) e encomendei outras coisas (chegou rápido, 1 semana). Mas o grande highlight era o nosso primeiro screening. Aqui o screening com transluscência nucal não é exame padrão. Faz quem quer e costuma ser em um serviço especializado (não foi minha gineco que fez). O screening básico consiste em um ultrassom muito completo (30 minutos!) e dois marcadores no sangue. Estava muito tensa, indescritível. A TN, osso nasal e órgãos estava todos normais e o risco para cromossomopatia foi baixo. Mas infelizmente não foi tudo como eu esperava (esperava um risco menos de 1:1000) mas foi 1:956 com base no ultrassom. Aguardo o exame de sangue para saber se o risco diminui ou aumenta mais. Isso porque o ducto venoso mostrou um leve refluxo. Enfim – ela disse que era uma pequena alteração só, que não ia significar nada pro bebê, mas que isso que deixou o risco em 1:956 (seria muito menos se não fosse por isso). Mas e a CRM+ aqui, como ficou? Completamente sem chão. Já pensando no pior, cardiopatia no mínimo. E o marido tentando me consolar. De lá eu tinha um horário para fazer sobrancelha num salão novo, após 10 meses sem fazer, e nem olhei no espelho pra ver como ficou. Se a mulher tivesse depilado minha sobrancelha toda eu não ligaria. Pra vocês verem o meu estado. A médica comentou que acha que é uma menina, e eu nem consegui curtir. Não consegui curtir nada. Estou muito pra baixo. 🙁 É, esse é o preço do Screening, principalmente quando cafunga demais. Sempre há risco de falsos positivos. Espero que seja falso positivo!

    Semana 13Será que vou conseguir?

    nossa quase “hood”

    Passei o final de semana inteiro chorando. Já na segunda saíram os resultados dos exames de sangue e eles reduziram muito o risco para cromossomopatias, então já fiquei bem mais tranquila. Não 100% tranquila porque sou eu, né? hehe Vamos fazer um eco em novembro pra ter certeza que está tudo bem. A semana foi um arrasto, muita coisa para fazer e mais algumas coisas após o trabalho. Consegui manter minha rotina de exercícios e me alimentar de forma saudável. É um grande alívio não precisar mais ficar comendo a manhã inteira no trabalho! Só não posso dizer que o cansaço passou. Sexta estava tão morta que fui para a cama às 20:00. Acho que não fazia isso desde criança. Mas é difícil dizer se é só por causa da gravidez ou exaustão mesmo – porque ela acabou indiretamente adicionando um monte de trabalho extra (tenho que pensar em tudo o que vou comer, nada de saladinha na rua mais … a rotina de cuidados mais trabalhosa, enfim). Essa semana também fomos olhar uma casa pela primeira vez. Queríamos ficar mais um ano aqui, olhando casa com calma, mas vimos uma oportunidade interessante. Vamos ver no que dá.

07
fevereiro
2019

A história da minha gravidez

Postado por Ana em Maternidade

Esse post inclui informações bem pessoais, mas eu acho que tem informações bem relevantes para quem quer engravidar – ou apenas curiosidades mesmo. Sabe, eu tenho total consciência que minha experiência até então foi afortunada e sou grata por isso . Mas consinto enormemente com todas as mulheres que passam/passaram por dificuldades de engravidar e por perdas gestacionais. The struggle is real, e isso tudo é mais comum do que se pensa. Então, tenham sempre muito cuidado quando perguntarem para alguém “pra quando é o bebê” ou mesmo algo inocente como “vocês querem ter filho?“. Sei que não é por mal, mas essa pergunta “inocente” pode estar fazendo alguém sofrer.

Planejamento e a questão hormonal

Em relação à minha história: mudar de país me fez voltar alguns anos no tempo. Eu particularmente quis estruturar minha vida inteira antes de pensar em ter neném. Queria ter um trabalho estável, gozar de uma licença maternidade tranquila e resolver tudo o que estava pendente. A cada ano que se passava, eu pensava que talvez ia querer ter filho no próximo. Sempre quis ser mãe, mas também não era a mais “mumzilla”. Em janeiro de 2018 eu resolvi parar de tomar a pílula após 16 anos (!!!!). Na verdade ainda não estava disposta a tentar, mas queria ver a quantas andava meu sistema hormonal. Comecei a usar pílula adolescente por um diagnóstico questionável de SOP. Ainda tenho que dosar hormônios pra ver se ele procede, os critérios atuais mudaram bastante. O resultado dos anos de pílula foi um APAGÃO de todo meu sistema hormonal, auge da minha juventude, por 16 anos. E disso, amigas, me arrependo enormemente. Eu nem conhecia meu corpo. Então os primeiros meses tirei para observar isso mesmo e as coisas pareciam estar bem normais.

É agora!

Em fevereiro de 2018 fui para Milão e até comprei um diário de gravidez porque achei fofinho, mas achava que ainda ia demorar um bocado. Ainda tinha, adivinhem, pendências. E um medinho também. Sabe quando a vidinha tá boa, acomodada? Enquanto soprava as velinhas do meu aniversário em abril de 2018, vimos que estávamos nós dois “finalmente” prontos para embarcar nessa aventura. 🙂 A idéia inicial foi: “sem pressão, sem nada calculado, se acontecer aconteceu“. HAHAHAHAHAHA Mas naonde? Isso me deu uma baita ansiedade, fiquei uma pilha e não consegui deixar pro acaso. Talvez influenciado por isso, ou por uma má coincidência, justamente o ciclo em que resolvi engravidar foi o mais desregulado ever e ele só resultou em ovulação pouco mais de 2 meses (!) depois.

Para não perder a oportunidade

Graças aos meus testes e medidas, não deixei essa oportunidade passar! Uma informação: Um casal de até 35 anos e saudável, tendo relação frequente (2-3x por semana), tem cerca de 86% de chance de engravidar em um ano de tentativas. Isso porque o encontro das células reprodutivas não garante fecundação, muito menos implantação. O que fiz e que pode ajudar a optimizar:

1) Medidas pró-ovulação: quem tem o sistema hormonal desregulado, deve dar uma “mãozinha pra ele”. Claro que pra casos mais complexos existem tratamentos “de verdade”. No meu caso, assim que vi que a coisa estava desgringolada, fiz dieta praticamente de diabético para controlar meu eventual ovário policístico, CUJA GÊNESE está na resistência à insulina. Por isso que tem gente que trata SOP com Metformina para engravidar! Cortei doces, continuei fazendo exercícios físicos regulares, tomei suplemento de zinco e magnésio. E é muito importante cortar ADOÇANTES artificiais também, pois eles interferem em toda a sinalização hormonal (até então eu usava muuuuito no café e isso pode ter interferido). Controlar o estresse é importante, mas isso não consegui.

2) Testes de ovulação. Informação básica: os ditos testes de ovulação na verdade não acusam quando você ovula, mas sim o pico do hormônio LH que causará uma ovulação horas depois. Comprei umas tirinhas baratinhas da One Step para fazer todos os dias e deixei o da Clear Blue digital (que mostra carinha feliz, é caro!) só para confirmar minha suspeita. Então via a linha da tirinha se escurecendo dia após dia e quando ficava mais ou menos igual ao do controle eu fazia o digital. IMPORTANTE: Toda ovulação é antecedida por um pico de LH, mas nem todo pico de LH gera uma ovulação e essa é a pegadinha da coisa. Mulheres com SOP podem ter vários picos de LH (“testes positivos de ovulação”) durante o ciclo, e sem ovular. O próprio teste da Clearblue diz na embalagem que não é recomendado nesses casos. Mas eu discordo. Melhor ter falsos positivos e “namorar à toa” (kkk) do que perder a oportunidade. Sou a prova viva disso: peguei um pico de LH (teste de ovulação) positivo no dia 12 do ciclo, com carinha feliz e tudo, mas que NÃO RESULTOU em ovulação nenhuma. Como soube disso? Aí vem a importância do gráfico de temperatura.

3) Gráfico de temperatura: O aumento da temperatura basal é que confirma que a ovulação ocorreu. Só assim soube que não houve de fato a ovulação na época esperada (apesar do teste de ovulação positivo). A temperatura sobe DEPOIS que a ovulação já ocorreu, que é quando a progesterona sobe. Ou seja: não adianta esperar a temperatura subir pra namorar! Mas além da menstruação (ou gravidez) que chegará umas 2 semanas depois, a temperatura é a única forma de confirmar em casa que você ovulou de fato. Só após o segundo teste positivo do ciclo (mais de 2 meses depois) é que a temperatura deslanchou e confirmou a ovulação.

Mas …. Medir temperatura é chato. Tem que deixar o termômetro (usei esse) de duas casas decimais, sempre igual, do lado da cabeceira. Você mede ao acordar antes de fazer qualquer coisa. Qualquer coisa mesmo! Recomendo medir na boca, sublingual, boca sempre fechada. Deixe completar 3 minutos, ainda que apite antes, pois ela ainda sobe um pouco mais. Tem que ser sempre no mesmo horário, ou o melhor que conseguir.

4) O App de ouro

Recomendo forever esse app: o Fertility Friend. Paguei infelizmente 1 ano premium de cara, rs. Mas a função grátis já é super suficiente. É nele que plotava minha temperatura. Vou dividir meu gráfico com vocês. Vejam bem que gráfico enorme e bizarrão!!!! Mas claramente bifásico. A partir do dia em que a temperatura sobe dá aquela ansiedade: é a fase lútea normal ou gravidez? Após uns 14 dias você pode descobrir: ou vem a menstruação ou a gravidez. Se a temperatura se mantém elevada, você provavelmente está grávida. Foi muito difícil controlar a ansiedade para não testar muito cedo!

5) Outros métodos: análise de muco cervical, colo, libido

Convém descrever o máximo possível para conhecer seu corpo, mas isso aí prefiro deixar vocês procurarem na internet. 🙂

Como descobri a gravidez

Olhos marejados ainda, “DIGA X para a fotinho do ANTES!”

À medida que via a temperatura se mantendo alta eu sabia que “estava” no jogo. Me segurei ao máximo para não fazer os testes ultrassensíveis (comprei esse baratex aqui) muito cedo, pra não pegar uma “gravidez química”, que é um aborto muuuuuuuuito precoce, antes mesmo da menstruação atrasar. Então eu estava firme esperando o 14 DPO (pós ovulação) para fazer o primeiro teste. Na segunda-feira daquela semana (9. DPO) fiquei desconfiada porque comecei a salivar muito. Tipo, muito mesmo! Também estava com a barriga MUITO inchada e a calça do trabalho apertando. Mas fiquei na dúvida, porque sempre pode ser psicológico e/ou TPM, né? Mas isso me deu super esperança. Mas na quinta, que era o 12. DPO, saindo do trabalho fui ao banheiro e vi um spotting, mas achava que estava meio tarde pra ser um sangramento de implantação. Cheguei em casa chateada e meu marido disse “calma, tem um champagne geladinho na geladeira, você faz um teste pra gente ter certeza e a gente toma champagne e vai passear”. Fiz o teste na tirinha ultra-sensível xing-ling e pisquei uma vez e vi ela se escurecendo. Achei que estava alucinando. Surreal. Abri logo um clear blue que tinha e fui vendo a cruzinha positiva se formando. Gente, acho que é uma das melhores sensações que já tive na vida. Queria fazer algo fofo, mas na real saí quase rolando escada a baixo com os dois testes na mão. Daí fomos passear pela cidade – era um lindo dia de julho. O engraçado é que fomos andando de mãos dadas meio sem falar nada, meio em choque e pensativos. Sabíamos que nossas vidas mudariam para sempre. Eu feliz e cheia de medos. Medos pois eu imediatamente me conectei àquele monte de células e não conseguia tolerar outra possibilidade que não fosse me tornar mãe no início de 2019.

E vocês? Como foi a história de sua gravidez? Foi fácil, difícil? Alguma dica para dividir?

Beijos

06
fevereiro
2019

Bebê vem aí!

Postado por Ana em Maternidade

Eu comecei a dividir um pouco da minha vida aqui neste blog em 2009, há quase 10 anos. Desde então, ela mudou muito: defini minha profissão, mudei de estado civil e até de país. Mudei muitos gostos, condutas e até opiniões… Mas com certeza mudança nenhuma foi tão especial quanto essa que está por vir! Estou esperando um bebê agora para março (ou até finalzinho de fevereiro) , uma menininha! Estou hoje com 34 semanas de gestação (tipo meio do oitavo mês) , que foi graças a Deus até agora relativamente tranquila e sem complicações.

Sei que demorei mais que a maioria para falar sobre a gravidez. Não me senti à vontade, acho que sou meio supersticiosa. 🙂 Mas vocês entendem, né? Para compensar, ao longo do tempo fui preparando alguns posts sobre o assunto! Foi bom para mim, pra registrar aqui também essa fase e acho que tem muita informação boa também. Serão DEZ posts e eles vão entrando aqui, aos poucos, nessa ordem:

1) A história da minha gravidez
2) Diário da gravidez: primeiro trimestre, semana a semana
3) Meus cuidados durante a gravidez: desde cosméticos, até questão de peso, saúde
4) Diário da gravidez: segundo trimestre, semana a semana
5) Tudo o que comprei para o enxoval do bebê (e pra mim)
6) Pré-natal na Alemanha: direitos, licença e minha experiência
7) O que tem na bolsa da maternidade (minha e do bebê)
8) 5 coisas que vou sentir falta da gravidez, 5 das quais não sentirei
9) Comidinhas que congelei para depois que o bebê chegar
10) Diário da gravidez: terceiro trimestre, semana a semana – este está sendo escrito ainda!

Foto com 31 semanas de gravidez

Então quem se interessar, entre aqui de vez em quando para lê-los! Estou inaugurando com este post uma categoria nova, “maternidade“, em que ficarão todos os posts sobre o assunto.

ps: nossa filhinha já tem nome, mas como toda família alemã e nossos amigos daqui preferem só saber após o nascimento (muitos aqui têm essa superstição), não vou falar antes de nascer, ok?

Toda boa energia é apreciada e já agradeço de antemão por todo o carinho, preces, torcida e compreensão.

Beijos da quase-mamãe

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