07
julho
2019

Frikadelle do vovô

Postado por Ana em Ana de Casa

Frikadelle do Opa! Apesar de cozinhar pouco, meu sogro sabe se virar na cozinha e tem alguns pratos simples que são sua “especialidade”. Por exemplo, seus frikadelles, que nada mais são que umas almôndegas dinamarquesas. Daí semana passada eu estava lá filando a bóia e ele se encarregou do almoço um dia. O menu: Frikadelle + Molho (daqueles Knorr-Fix mesmo hehe) + Batatas cozidas + legumes.

Sei que nos últimos anos fiz algumas vezes receitas de Frikadelle e sempre achei super blé. Fiz inclusive dessas receitas fit, outras sem ovo também. Mas nunca ficava gostoso de verdade.

Quando provei fiquei de cara porque foi o melhor frikadelle que já comi (e mandei de cara CINCO goela abaixo). Falei isso e ele achou muito engraçado e disse que é receita boba de livro de criança. Ó, pode até ser, mas quis anotar na hora pra repetir aqui em casa e, claro, dividir com vocês!

Ingredientes para 11 Frikedellen

– 700g carne moída (ele usa a mista bovina + suína); se puder ser direto do açougue, melhor
– 2 ovos inteiros
– 2 colheres de sopa de farinha de rosca (Paniermehl)
– 4 cebolas brancas pequenas picadinhas
– 2 colheres de chá de mostarda
– 1 colher de chá de cominho (Na Alemanha se chama Kreuzkümmel, não confundir com Kümmel, que é diferente!!) O pó também dá, mas melhor ainda o grão inteiro pra socar com um almofariz/pilão, )
– 1 colher de chá bem cheia de sal
– 2 pitadas de pimenta preta

Modo de preparo:
Mistura tudo com a mão e faça bolinhas de mais ou menos 80g e forme o hamburguerzinho.

Leve à frigideira com um óleo que esquenta bem, como de girassol ou rapsöl. Não fazer com azeite! Não é frito, só forra o fundo dela mesmo: deixa 3 minutos de cada lado e pronto! Confere se a carne tá cozida por dentro !

Observações:
– Assim como qualquer hamburguer, dá pra congelar bem, por exemplo individualmente em plástico filme

– Se quiser, pode acrescentar salsinha a gosto

Beijos frikadelludos

07
março
2019

Comidas que congelei pro pós-parto

Postado por Ana em Ana de Casa, Maternidade

Aqui toda “lista de preparativos” para a maternidade sugere que você congele comida para 2 semanas após o parto. A tal da “Wochenbett” – é apocalipse bebezístico que fala? Eu nem sei se seria tão necessário no meu caso – acho que a família vai ajudar um pouco (HOPE SO!), meu marido vai estar aqui nas primeiras três semanas e também moro num lugar que tem tudo perto. E delivery também tá aí pra isso, né? Mas, pelo sim pelo não resolvi congelar comidinhas para 2 semanas (com sobra). Afinal, mal não faz e eu amo (cada vez mais) meal prep e comer comidinhas caseiras de ingredientes conhecidos. E como tô de licença e tempo de sobra… cozinhar até me relaxa. Todas as receitas eu já tinha testado antes, algumas eram velhas conhecidas – são as que eu sei que gosto e congelam bem! 🙂 A idéia é só comida caseira, relativamente saudável mas sem “nóia” com calorias, pois não é hora de fazer dieta, principalmente se for amamentar.

Dica: se você, como eu, não tem um freezer gigantesco, comece pelas receitas que exigem congelamento aberto (energy bites e salgadinhos), pois depois que tá tudo cheio fica difícil arrumar espaço pra isso! Todas valem 3 meses no congelador, menos a mistura pra smoothie, que é melhor consumir em 1 mês (segundo a fonte da receita, mas pode ser que seja mais…). Comecei a congelar na semana 34 e terminei na semana 37.

Menu:

Salgadinhos fit : salgado de frango com batata doce / quibe com quinoa
Banana Bread de mirtilos saudável
Energy bites: sabor maçã com canela / sabor massa de cookie
Pacotinhos para suco verde
Sopa de frango com legumes
Fricassê de frango
Chicken Pot Pie (“empadão”)
Chili con carne
Ragout de peru

Fiz muito esses dois “salgadinhos fit” ao longo do ano, adoro, são ótimos pra jantar. Congelam super bem e preparo rapidinho na Airfryer (também já fiz no forno, dá certo mas fica bem menos sequinho). Essas receitas anotei de algum instagram mas já faz um tempo e não lembro de jeito nenhum de qual, desculpem 🙁


Salgadinho de frango e batata doce

Uso 500g de frango desfiado e temperado com 500g de batata doce cozida e amassada. Adiciono 5 colheres de sopa de creme fraiche (“creme de leite fresco”) misturo com muitos temperinhos (o que tiver) e ajusto o sal. Faço formato de coxinha com a mão, empano num ovo batido e passo no Psyllium (aqui se chama Flohsamenschalen e se acha fácil em farmácia ou na internet). Faço primeiro o congelamento aberto, depois congelo em saquinhos. Rende 15 “coxinhas” médias. Daí congelada vai direto na Air fryer pré-aquecida a 200 graus por uns 12-14 minutos (viro na metade do tempo).

Quibe “fit” com quinoa

Crus, indo pro congelamento aberto

Uso 400g de patinho moído (aqui uso Rinderhackfleisch bio), 200g de quinoa cozida – uso a de três cores – (dica: dá pouco menos de 100g crua, prepare como diz a embalagem). Eu gosto de colocar a carne moída no processador (pra ficar mais fininha) junto com os temperos. O que você tem em casa. Eu sempre uso cebola + alho + muitas folhinhas de hortelã fresco. E daí sal, pimenta, canela, etc! Antes de formar os kibes, coloco um pedacinho na frigideira pra ver se o gosto está bom – daí posso ajustar o sal, etc. Nada de experimentar cru (quanto mais grávida!). Essa receita rende 10-11 quibes médios-grandes. Congela em congelamento aberto, depois coloca em saquinhos. Tiro do congelador direto pra Air Fryer pré-aquecida a 200 graus. Dá uns 14 minutos (viro na metade).


Esse Banana Bread Saudável de Mirtilos saindo quentinho do forno é a coisa mais deliciosa do mundo. Mas também congela e descongela super bem! Como é pecado fazer isso só para congelar, eu fiz normal pro café da manhã 2 finais de semana seguidos e congelei as metades que sobraram. Para congelar, parto as fatias já frias e envolvo cada uma em plástico filme e juntei todas numa espécie de Ziploc da Ikea. Pra descongelar pode deixar na geladeira à noite ou em temperatura ambiente mesmo, porque descongela muito rápido. É ótimo pra matar a vontade de comer doce e pra um banana bread é bem saudável.

Observação sobre ingredientes: A receita é do Kristine’s Kitchen Blog – ela usa a “whole white flour” – consultei blogs de americanos expatriados na Alemanha e aqui a melhor opção seria a farinha de “espelta”, a “Dinkelmehl” número 1050, que é mais saudável que a normal mas não é intragável como a integral (gosto muito forte na minha opinião). O baking powder é fermento em pó branco tipo Dr. Oeatker mesmo (uso do Ja!) e o baking soda o bicarbonato de sódio (aqui tem o Natron, por exemplo). Ah, na Alemanha manteiga sem sal é alguma com “süßer Rahm” escrito, mas também já fiz com manteiga normal e não vi diferença.

Em tradução livre: mistura numa tigela grande 1 xícara e meia de farinha “branca integral”, 1 co de chá de fermento em pó, 1/2 co de chá de bicarbonato, 1/2 co de chá de canela em pó, 1 pitadinha de sal. Em outra tigela, derrete (no microondas por exemplo) 1/4 de xícara de chá de manteiga sem sal e mistura com 1 xícara de chá de banana BEM madura amassada (aqui dão 2 bananas grandes), 2 ovos grandes, 1 co de chá de extrato de baunilha e 1/4 de xícara de chá de Maple Syrup (xarope de ácer, aqui Ahornsirup) e mistura tudo. Joga então os ingredientes líquidos na tigela com os secos e mistura sem exagerar pra não “matar o fermento”. Quando tiver homogêneo você adiciona 1 xícara de chá de mirtilos (nunca fiz com congelado mas a receita diz que também pode) e mistura com cuidado. Transfere pra uma forma de pão untada – eu unto com spray PAM “buttercoat”, além de prático não gruda nadinha. Daí leva ao forno pré-aquecido a 180 graus. Aqui levo na grade do meio, o meu fica 46 min. Da primeira vez, fique de olho e vá fazendo o teste do palito a partir de 30 min, depois anota o tempo. Faço com calor vindo de cima e de baixo. Evite “umluft” (ar circulante) ao fazer bolos/pães porque resseca. É importante untar bem a forma, principalmente na parte inferior (onde a maior parte dos blueberries se deposita e fica mais úmido). Tira do forno e deixa esfriando uns 30 minutos antes de tirar da forma e fatiar.


Como o nome fala, são bolinhas que dão energia, sem ser essas industrializadas com 5 tipos diferentes de açúcar, e/ou caras e/ou ruins. Não são hipocalóricas, pra mim uma bolinha = um lanche intermediário. Via de regra, duram até 3 meses no freezer e descongelam super rápido quando você tira do congelador. Elas não vão ao forno, então não espere uma consistência de biscoito, é consistência de massa mesmo. Vi dessas energy bites (da Veganz) vendendo na DM e além de custarem 2 euros o pacote com 2 bolinhas, achei o gosto horrível. Bom, testei várias ao longo do ano passado e congelei as minhas duas favoritas:

Energy bites de “biscoito de maçã e canela”

Meu favorito! Receita desse blog que adoro. Faço 2 receitas de uma vez pra não desperdiçar o pote de creme de amêndoas …

Ingredientes e preparo pra UMA receita: rende 13-14 bolinhas (de uma colher de sopa). 2 xícaras de aveia grão-inteiro, 1/4 xícara de linhaça moída, 3/4 colher de chá de canela em pó, 1/2 de manteiga de amêndoa*, 1/4 xícara + 1 co de sopa de mel, 1 co de chá de extrato de baunilha, 1 pitada de sal, 1 xícara (não precisa estar “chuchada”) de maçã ralada (equivale a uma maçã grande). Só colocar tudo numa tigela e misturar com a mão até ficar bem homogêneo. Faz bolinhas com a mão (se estiver grudando, só umedecer as mãos). Leva em congelamento aberto e depois coloca em saquinhos. Se preferir, pode deixar na geladeira, duram 3-4 dias. Pra descongelar é muito rápido, tira uma bolinha e em 10-20 minutos já está descongelada ou coloco 20 segundos no microondas. Essas bolinhas não são duras, viu, se apertar desmancha.

* manteiga de amêndoa é difícil de achar na Alemanha, mas substituo com sucesso por Mandelmuß (uso da DM, levo a marrom que é mais barata). Se animar, dá pra fazer em casa, tem uma receita caseira aqui.

Energy bites de “massa de biscoito”

A receita também é daqui! Essa quantidade rende 8 bolinhas médias como na minha foto.

Ingredientes: 1 xícara de aveia (grão grosso, rolled oats, kernig) + 1/4 de xícara de maple syrup (xarope de ácer, ahornsirup) + 1 pitada de sal + 1 co de chá de extrato de baunilha + 1/4 de xícara de gotas de chocolate amargo (eu uso cacao nibs, que é 100% cacau, porque pra mim já é suficiente de doce) + meia xícara de pasta de amendoim (ingredientes: só amendoim! Aqui compro o Erdnussmuß na DM).

Preparo: só misturar tudo e mistura as gotas de chocolate por último. Você pode processar também se quiser mais homogêneo, mas se misturar tudo na colher funciona também. Faz bolinhas e leva em congelamento aberto, depois põe em saquinhos.


Deixa pra congelar por último, porque é bom consumir em até 1 mês . Peguei a idéia há uns meses no instagram cleanfoodcrush.

Vamos chamar de smoothie mesmo, porque o meu nem fica verde, haha! Só jogar o conteúdo de um saquinho no liquidificador (um que aceite coisas congeladas) junto com o líquido que preferir e você tem um smoothie cheio de vitaminas.

Uso ziploc de 2,5L da Ikea pra congelar as porções, cada uma contendo uma xícara de espinafre-baby fresco, meia xícara de couve fresca picada grosseiramente (aqui uso Grünkohl), uma xícara de mistura de berries (uso mirtilos e framboesas congeladas mesmo) e uma banana cortada em rodelas. Na hora de preparar você coloca junto com um copo (ou mais) de líquido de sua preferência. Eu faço com leite de amêndoas sem açúcar e adiciono um copo e meio, porque daí fica na consistência que gosto. Pra mim já está bom de doce assim – mas quem gosta de tudo bem docinho pode adicionar mel, maple syrup …. ou usar leite vegetal adoçado mesmo. Smoothie eu prefiro sempre fazer com tudo orgânico, senão me dá impressão de estár bebendo um montão de agrotóxico de uma vez, sei lá. 🙂

Um ziploc desse dá pra duas porções boas de smoothie.

A maioria das sopas congelam super bem! Essa sopa de frango e legumes é uma delícia, super comfort food. Tem batata então nem precisa comer com pão. A receita é da revista alemã Brigitte.

PS: Aqui na alemanha tem o tal de “Suppengrün” que é um mix de vegetais vendidos juntinhos pra fazer sopa. Varia um pouco, mas um exemplo standard costuma conter: 2-3 cenouras, 1 pedaço de cabeça de salsão (aipo), 1-2 pedaços de alho poró, 1 maço de salsinha.

Ingredientes e preparo: corta uma cebola em fatias fininhas e refoga em uma colher de manteiga + 1 co de azeite até ficar transparente. Junta um dente de alho esmagado e refoga junto com os vegetais do kit-sopa (Suppengrün, ver acima) e 500 g de batata (uso aqui a festkochend) cortados em cubinhos (o alho poró em tirinhas). Adiciona 1,3L de caldo de vegetais e daí adiciona 400g de peito de frango cru mesmo (gosto de já salgado) em cubinhos e deixa tudo cozinhar em fogo baixo uns 15 minutos (confere se os vegetais estão macios e o frango todo cozido). Coloca um bouquet garni ou temperos variados. Depois ajusta sal/pimenta.

No dia da foto eu não fiz com frango em cubinhos pois já tinha muito frango cozido desfiado de outra receita, então só adicionei no final. Essa receita rende 6 porções (uso umas 2 conchas cheias por porção).


Mais ou menos a receita do panelaterapia, que adoramos há anos aqui em casa. Faço 2 receitas de uma vez e rendem 7 dessas marmitas de 450mL – as embalagens de alumínio comprei na Amazon nesse link. Não tenho hábito de congelar em marmita de alumínio, mas pro pós-parto fiz assim, pela praticidade mesmo.

Para uma receita (rende +/- 3 marmitas dessa):

Para a camada de frango cremoso: refoga meia cebola picada no azeite e depois 2 dentes de alho amassado, daí junta 2 xícaras de frango desfiado*, 1 co de mostarda, 1 co de extrato de tomate (acabo usando catchup pra não abrir um extrato à toa) , 1 xícara de chá de leite integral. Daí deixo secar um pouquinho e adiciono meia xícara de cogumelos-de-paris picados, 1 pote de requeijão (aqui uso 200g do Schmelzkäsezubereitung do Ja!), 2 co de sopa de parmesão ralado. Ajusta o sal (mas com esses ingredientes eu nunca precisei adicionar mais sal). Jogo uma mão de salsinha picada ainda.
Para o creme de milho: Refoga 1/2 cebola picada em 1 co de sopa de manteiga, junta uma lata de milho grande com água e tudo (aqui vem pouca água, então jogo 1 dedo a mais), adiciona 1/2 tablete de caldo de frango, deixa ferver uns 2 minutos. Daí adiciona 200 de creme de leite (aqui uso Créme Leicht). Daí vou com o mixer na panela mesmo e transformo em purê.
Montagem: coloco uma concha de frango (se não secou muito eu “seleciono” mais a parte sólida pra não ficar muito aguada a mistura), cubro com umas 2 de creme de milho e coloco batata palha em cima. Gosto da batata palha do Aldi (pacote azulzinho).
Forno/Preparo: se você acabou de fazer é opcional porque está tudo cozido, mas gosto de levar ao forno pra borbulhar. O fricassê congela super bem – e congelo completinho com batata palha mesmo, não acho que perde a crocância não (e aqui batata palha é vendaval, melhor já usar haha). Pode descongelar à noite na geladeira e daí só esquentar antes de comer, ou pode levar pro forno congelado mesmo (aqui no forno a 180 graus dá uns 30 min).

* Frango desfiado: faço na panela de pressão (30 min) e antes dou uma refogada com alho e adiciono a água com caldo de frango cobrindo o peito. Daí escorro quase tudo da água e gosto de desfiar com um mixer de mão (com pás de batedeira), acho mais prático – aquilo de sacudir a panela de pressão acho muito trabalhoso e tenho medo de estragar a panela.

cremosidade gradus maximus hummmm

Esses empadões de frango na verdade são aqueles chicken pot pies, bem americanazinhas, o recheio é dos melhores que já comi, deste blog gringo aqui! Já faço em dobro as receitas, e assim rendem 7 tortinhas de 450 mL – as embalagens de alumínio comprei na Amazon nesse link. Elas fecham bem mas eu ainda envolvo cada uma em plástico filme. Os americanos encontram muito facilmente as tais “pie crusts” prontas, mas aqui não acho – e é bem tranquila de preparar, então faço eu mesma. Só que faço a receita simples de massa de empadão abaixo e acho excelente. Se quiser fazer uma receita de pie crust americana “da gema” pode fazer essa da Martha Stewart, mas eu sinceramente acho que complica mais e nem dá diferença.

Recheio daqui, em tradução livre: derrete 1/3 de xícara de manteiga e refoga 1 xícara de cebola picadinha, 1 xícara de cenoura picadinha, 1 xícara de aipo (salsão) picadinho, até ficarem levemente macios. Daí mistura meia xícara de farinha de trigo peneirada por 1 minuto. Adiciona 2 xícaras de caldo de frango e 1 xícara de leite. Vai mexendo até ficar borbulhando e mais grossinho (cremoso). Daí adiciona 2 xícaras de peito de frango já cozido em cubos (eu gosto de já colocar temperado), 1 xícara de ervilha (uso aquelas congeladas – descongelo e adiciono). Daí adiciona mais ou menos 1 co de chá de sal, meia de pimenta. Prova e se necessário ajusta o sal.
Importantíssimo para toda receita desse tipo: o recheio deve esfriar TOTALMENTE antes de você rechear as tortinhas! Eu gosto de espalhar em pratos rasos (até porque faço 2 receitas num panelão fundo, senão demora horrores pra esfriar).

Massa de empadão: Mistura 300 g de farinha de trigo com 1 pitada de sal e 10g de fermento em pó (“pó royal”). Daí junta 160 de manteiga sem sal e 60 mL de água. Só ir misturando com as mãos até ficar uma massa homogênea. Não é grudenta e não precisa deixar na geladeira. Acho essa massa uma delícia e prática.

Montagem: pra mim é o que faz mais diferença pra ficar gostoso. Sempre cubra a massa que você não está usando com um pano de prato limpo pra não ressecar. Eu gosto de pegar uma bola e colocar entre duas folhas de papel manteiga, tipo um sanduíche. Acho bem higiênico e prático, melhor que ficar trabalhando em superfície cheia de farinha. Daí venho com o rolo de macarrão em cima do papel manteiga e abro a massa bem fininha. Levo a massa (com ajuda do papel manteiga) até a forminha e aperto nos cantinhos pra encaixar na forma. O excesso eu corto com tesoura de cozinha. Daí coloco o recheio até em cima mesmo (gosto beeeem recheado). Então abro outra bolinha pra fazer a tampa e coloco a tampa em cima. Eu não gosto de massa redundante. Aperto onde as partes se encontram e tiro o excesso. Gosto de finalizar com essas tirinhas de massa só pra ficar mais bonitinho mesmo. Depois se quiser servir na hora, só pincelar com gema batida (função puramente estética).

Preparo: Pra congelar, você pode ler no link acima que tem várias possibilidades, empadão é muito versátil quanto a isso. Pode congelar o recheio separado, ou já montada – assada antes ou não. Eu congelo já toda montada, mas sem assar antes. Se você congelar assado pode deixar descongelar à noite na geladeira e só esquentar antes de comer. Eu levo a torta montada com massa crua congelada direto pro forno. Para assar o tempo varia com o tamanho da embalagem, etc. Por isso, sempre anote quanto precisou – que depois, principalmente no pós-parto, você não perde tempo com isso. Eu levo congelado assim: pré-aquece o forno a 180 graus (aqu faço 160 umluft) e tira quando tiver dourada e com recheio quente – aqui demoram uns 50 minutos. A gema pincelada tem só função estética, então fica mais bonito pincelando na hora de assar, mas sai do propósito principal do post (maior praticidade possível) então congelei já pinceladas mesmo. Ou você pode simplesmente não pincelar. 🙂

Não é bem uma comida alemã, mas é suuuuuper a cara da Alemanha. Toda festinha de estudante tem, hahaha . É uma delícia e congela e “requenta” super bem. Faço a receita da revista alemã Brigitte, aqui. Se for amamentar, lembra de usar pouco ou nada de chili. Do jeito que faço nem fica apimentado (uso só um 1 cm de chili vermelho, sem sementes), mas em outras situações gosto de chili “pegando fogo”, haha!

Em tradução livre pra 4 porções: refoga 1 cebola em cubinhos no azeite ou óleo e depois junta 500g de carne moída (boi), um dente de alho amassado e o quanto quiser de chili (“hot pepper”, eu coloco 1 cm picadinho só). Quando a carne estiver já corada, adiciona 3 co de sopa de extrato de tomate, 1 lata (400g) de tomate sem casca/semente (aqui: Pizzatomate), 250 mL de caldo de carne. Mistura, adiciona 1 co de chá de cominho em pó, sal e pimenta à gosto e deixa cozinhar em fogo baixo-médio por pelo menos 20 minutos. No final, adiciona 1 lata de milho (285g, sem água) e 1 lata de feijão preto (“Kidneybohnen) de 250g. Eu finalizo com coentro porque amo. Se tiver fresco pode adicionar também créme fraiche, coentro fresco, e alho poró picadinho.

Esse “Ragout de Peru” é da revista alemã Brigitte . Ela congela super bem e tem um toque meio oriental, meu marido adora. Se você quer comer puro às garfadas, faz assim mesmo. Ela fica um ragoutzinho mesmo, não tem muuuuito molho – como gostamos de comer com tagliatelle ou arroz, eu gosto de dobrar a quantidade de molho e legumes. Principalmente se for congelar, pois quando descongela, o líquido some mais ainda. Daí, como gosto de molho mais encorpado, adiciono algo pra engrossá-lo (aqui uso Saucenbinder, mas maizena funciona também.)

Receita em tradução livre: corta 800g de peito de peru em cubinhos (eu adiciono sal e um pouquinho de molho de soja) refoga no óleo até dourar. Daí tira da panela e reserva. Coloca na panela 1 pimentão amarelo em cubinhos, 2 cenouras em rodelinhas finas, 1 alho poró cortado em tirinhas, 2 dentes de alho amassados e refoga uns 5 minutos. Eu coloco aí um pouco de sal rosa também. Adiciona 250 mL de caldo de frango, 100 mL de Kochsahne (Brasil: algum creme de leite fresco) e os cubinhos de peru. Depois que ferver, deixa uns 3 minutinhos encorpando e ajusta o sal. No fim, joga 2 colheres de sopa de castanha de caju picada (sem sal) e 1 maço de cebolinha picadinha.

Preparo após congelar: toda vez eu deixei descongelando à noite e esquentava no microondas na hora de comer no trabalho. Mas imagino que jogar congelado na panela ao fogo baixo (talvez com um pouquiiiinho de líquido) também deve funcionar bem!

———

Bom, é isso pessoal! Independente de ser pro pós-parto ou não, acho que são boas idéias pra “meal prep”, né? Confesso que tenho amado cada vez mais esse mundinho do congelador: a gente economiza tempo e dinheiro, evita desperdício de alimentos e come muito melhor! Se você tem outras dicas de receitas boas de congelar, divida nos comentários por favor!

Beijos!

15
julho
2018

A farsa da calcinha

Postado por Ana em Alemanha, Ana de Casa

Me perdoem pelo post estilo TMI (too much information), mas na minha concepção é um serviço de utilidade pública. hahahaha, sério! Você com certeza sabe de uma coisa: ainda que este não seja o seu caso, é inegável que uma proporção ENORME das brasileiras lava as suas calcinhas no banho. Isso é quase motivo de estudo sociológico para gringos que visitam o Brasil. Não diria que é o único país do mundo em que isso acontece (minhas pesquisas no google também apontam Haiti e outros países da América central), mas certamente existem vários outros em que isso não é realidade. Em filmes e seriados americanos eu já cansei de ver as personagens levando as roupas íntimas pra lavar na máquina. E aqui mesmo na Alemanha também é só na máquina. Lembro que na minha primeira visita (de quase um mês!) em 2006 eu vim com um estoque de calcinhas já sabendo que não conseguiria lavá-las (estava em casa de família). E daí ia acabando e eu comprava umas baratinhas na H&M, hahaha. Um dia a senhora em cuja casa eu morava me perguntou se eu não tinha calcinhas pra levar pra lavar – e eu “não, tenho suficiente”. Ela deve ter achado esquisitíssimo e pensado que eu era porcalhona.

Desde criança eu lavava minhas calcinhas no banho. E lá em casa tinha uma lavadeira, mas lembro que era meio tabu, então cada um lavava a sua! E acho que talvez essa seja a origem do hábito: no Brasil é muito comum uma outra pessoa lavar as suas roupas e pelo pudor mesmo, muitos acabam “retendo” as roupas íntimas. Eu sei que eu não me sentiria confortável com outra pessoa lavando as minhas calcinhas.

ENFIM!

A história seguiu-se aqui. Eu tenho a pele muito sensível e meu sabonete de banho (e que eu usava para lavar as calcinhas) é neutro, sem cheiro nem perfume (aqui compro algum Arztseife). Aliás, tirando perfume e produto pra cabelo, pra mim quanto menos cheiro um produto tem, melhor, já falei isso várias vezes no blog. E daí que tipo 50% do meu tempo no banho era lavando e enxaguando a calcinha. Porque eu lavava e daí enxaguava, daí enxaguava de novo. Morria de medo de ficar sabão e me dar alergia. E eu obviamente NUNCA deixei dependurada no banheiro, muito úmido! E daí que meu marido, que sempre lavou todas suas coisas na máquina, um dia me perguntou “por que você não lava suas calcinhas na máquina?“. Meninas, eu fiquei espantadíssima, como sendo atacada nas estranhas da minha “super autoridade em higiene” brasileira. Falei que jaaaaamais!! Que porcaria! Que não iam ficar limpas! Que os produtos iam me dar alergia! Etc etc etc!

Mas sei que um dia começou a me encher o saco isso de lavar, enxaguar, enxaguar, enxaguar, pendura, guarda. E quando a gente volta de viagem onde não tinha como lavar no chuveiro e fica meia hora só lavando um monte de calcinhas no banho???? Todo dia tinha calcinha pendurada no varalzinho, que saco. E naquela semana resolvi ver “qual é da máquina“. Mas bem descrente mesmo. Fui colocando todas num saquinho durante a semana e na sexta as coloquei todas na máquina. Escolhi o modo “anti-alergia“. Quando acabou, meu queixo caiu no chão!

A FARSA DA CALCINHA! FUI ENGANADA MINHA VIDA INTEIRA!!!

Elas saíram MUITO mais limpas do que eu jamais consegui fazer no banho. Na verdade eu achava que elas estavam velhas, perdendo o branco natural, etc. E saíram como novas, as brancas branquinhas, o tecido macio mesmo sem amaciante. Sério!!! Nesse momento eu soube que nunca mais lavaria uma calcinha no banho na minha vida. Não cheguei a ter nenhum tipo de alergia, mas mesmo no modo “anti-alergia” elas saíam com cheiro do sabão líquido, então pelo sim pelo não comprei um sabonete super anti-alergênico pra lavá-las, esse aqui:

É mais caro que um normal, mas é ultra-concentrado então rende muito. E elas saem sem cheiro NENHUM mas super limpinhas. Desde que adquiri este novo hábito, comprei muito mais calcinhas de algodão (uso 99% do tempo só de algodão, qualquer outro material me PINICA) para poder lavar mais de uma vez só (economiza tempo, dinheiro, meio-ambiente), tenho lavado de 2/2 semanas. As minhas de algodão lavo a 60 graus (é o que costuma estar na etiqueta, sigo as instruções de lavagem) e com esse sabonete nem preciso usar o modo anti-alergia mais, então vai mais rápido. Se for lavar umas mais delicadas tem que tomar mais cuidado, colocar em saquinhos protetores ou diminuir a temperatura (algumas pedem modo de lavagem manual). Eu aliás não lavo mais nada à mão, nunquinha, jamais. Nem cashmere – só colocar no modo lavagem manual em um saquinho e pronto. Eu adoro minha máquina, é essa da AEG (AEG é a Electrolux do Brasil) que compramos há 2 anos.

Só sei que junto com a mudança do hábito da escova de dente (de manual para elétrica) esse foi um dos maiores preconceitos que quebrei aqui.

Lavar calcinha na máquina é vida! Será que parei no tempo e fui a última a descobrir? Porque ontem mesmo minha irmã me disse que não lava calcinha no banho mais. Me contem!

Beijos!

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