07
fevereiro
2019

A história da minha gravidez

Postado por Ana em Maternidade

Esse post inclui informações bem pessoais, mas eu acho que tem informações bem relevantes para quem quer engravidar – ou apenas curiosidades mesmo. Sabe, eu tenho total consciência que minha experiência até então foi afortunada e sou grata por isso . Mas consinto enormemente com todas as mulheres que passam/passaram por dificuldades de engravidar e por perdas gestacionais. The struggle is real, e isso tudo é mais comum do que se pensa. Então, tenham sempre muito cuidado quando perguntarem para alguém “pra quando é o bebê” ou mesmo algo inocente como “vocês querem ter filho?“. Sei que não é por mal, mas essa pergunta “inocente” pode estar fazendo alguém sofrer.

Planejamento e a questão hormonal

Em relação à minha história: mudar de país me fez voltar alguns anos no tempo. Eu particularmente quis estruturar minha vida inteira antes de pensar em ter neném. Queria ter um trabalho estável, gozar de uma licença maternidade tranquila e resolver tudo o que estava pendente. A cada ano que se passava, eu pensava que talvez ia querer ter filho no próximo. Sempre quis ser mãe, mas também não era a mais “mumzilla”. Em janeiro de 2018 eu resolvi parar de tomar a pílula após 16 anos (!!!!). Na verdade ainda não estava disposta a tentar, mas queria ver a quantas andava meu sistema hormonal. Comecei a usar pílula adolescente por um diagnóstico questionável de SOP. Ainda tenho que dosar hormônios pra ver se ele procede, os critérios atuais mudaram bastante. O resultado dos anos de pílula foi um APAGÃO de todo meu sistema hormonal, auge da minha juventude, por 16 anos. E disso, amigas, me arrependo enormemente. Eu nem conhecia meu corpo. Então os primeiros meses tirei para observar isso mesmo e as coisas pareciam estar bem normais.

É agora!

Em fevereiro de 2018 fui para Milão e até comprei um diário de gravidez porque achei fofinho, mas achava que ainda ia demorar um bocado. Ainda tinha, adivinhem, pendências. E um medinho também. Sabe quando a vidinha tá boa, acomodada? Enquanto soprava as velinhas do meu aniversário em abril de 2018, vimos que estávamos nós dois “finalmente” prontos para embarcar nessa aventura. 🙂 A idéia inicial foi: “sem pressão, sem nada calculado, se acontecer aconteceu“. HAHAHAHAHAHA Mas naonde? Isso me deu uma baita ansiedade, fiquei uma pilha e não consegui deixar pro acaso. Talvez influenciado por isso, ou por uma má coincidência, justamente o ciclo em que resolvi engravidar foi o mais desregulado ever e ele só resultou em ovulação pouco mais de 2 meses (!) depois.

Para não perder a oportunidade

Graças aos meus testes e medidas, não deixei essa oportunidade passar! Uma informação: Um casal de até 35 anos e saudável, tendo relação frequente (2-3x por semana), tem cerca de 86% de chance de engravidar em um ano de tentativas. Isso porque o encontro das células reprodutivas não garante fecundação, muito menos implantação. O que fiz e que pode ajudar a optimizar:

1) Medidas pró-ovulação: quem tem o sistema hormonal desregulado, deve dar uma “mãozinha pra ele”. Claro que pra casos mais complexos existem tratamentos “de verdade”. No meu caso, assim que vi que a coisa estava desgringolada, fiz dieta praticamente de diabético para controlar meu eventual ovário policístico, CUJA GÊNESE está na resistência à insulina. Por isso que tem gente que trata SOP com Metformina para engravidar! Cortei doces, continuei fazendo exercícios físicos regulares, tomei suplemento de zinco e magnésio. E é muito importante cortar ADOÇANTES artificiais também, pois eles interferem em toda a sinalização hormonal (até então eu usava muuuuito no café e isso pode ter interferido). Controlar o estresse é importante, mas isso não consegui.

2) Testes de ovulação. Informação básica: os ditos testes de ovulação na verdade não acusam quando você ovula, mas sim o pico do hormônio LH que causará uma ovulação horas depois. Comprei umas tirinhas baratinhas da One Step para fazer todos os dias e deixei o da Clear Blue digital (que mostra carinha feliz, é caro!) só para confirmar minha suspeita. Então via a linha da tirinha se escurecendo dia após dia e quando ficava mais ou menos igual ao do controle eu fazia o digital. IMPORTANTE: Toda ovulação é antecedida por um pico de LH, mas nem todo pico de LH gera uma ovulação e essa é a pegadinha da coisa. Mulheres com SOP podem ter vários picos de LH (“testes positivos de ovulação”) durante o ciclo, e sem ovular. O próprio teste da Clearblue diz na embalagem que não é recomendado nesses casos. Mas eu discordo. Melhor ter falsos positivos e “namorar à toa” (kkk) do que perder a oportunidade. Sou a prova viva disso: peguei um pico de LH (teste de ovulação) positivo no dia 12 do ciclo, com carinha feliz e tudo, mas que NÃO RESULTOU em ovulação nenhuma. Como soube disso? Aí vem a importância do gráfico de temperatura.

3) Gráfico de temperatura: O aumento da temperatura basal é que confirma que a ovulação ocorreu. Só assim soube que não houve de fato a ovulação na época esperada (apesar do teste de ovulação positivo). A temperatura sobe DEPOIS que a ovulação já ocorreu, que é quando a progesterona sobe. Ou seja: não adianta esperar a temperatura subir pra namorar! Mas além da menstruação (ou gravidez) que chegará umas 2 semanas depois, a temperatura é a única forma de confirmar em casa que você ovulou de fato. Só após o segundo teste positivo do ciclo (mais de 2 meses depois) é que a temperatura deslanchou e confirmou a ovulação.

Mas …. Medir temperatura é chato. Tem que deixar o termômetro (usei esse) de duas casas decimais, sempre igual, do lado da cabeceira. Você mede ao acordar antes de fazer qualquer coisa. Qualquer coisa mesmo! Recomendo medir na boca, sublingual, boca sempre fechada. Deixe completar 3 minutos, ainda que apite antes, pois ela ainda sobe um pouco mais. Tem que ser sempre no mesmo horário, ou o melhor que conseguir.

4) O App de ouro

Recomendo forever esse app: o Fertility Friend. Paguei infelizmente 1 ano premium de cara, rs. Mas a função grátis já é super suficiente. É nele que plotava minha temperatura. Vou dividir meu gráfico com vocês. Vejam bem que gráfico enorme e bizarrão!!!! Mas claramente bifásico. A partir do dia em que a temperatura sobe dá aquela ansiedade: é a fase lútea normal ou gravidez? Após uns 14 dias você pode descobrir: ou vem a menstruação ou a gravidez. Se a temperatura se mantém elevada, você provavelmente está grávida. Foi muito difícil controlar a ansiedade para não testar muito cedo!

5) Outros métodos: análise de muco cervical, colo, libido

Convém descrever o máximo possível para conhecer seu corpo, mas isso aí prefiro deixar vocês procurarem na internet. 🙂

Como descobri a gravidez

Olhos marejados ainda, “DIGA X para a fotinho do ANTES!”

À medida que via a temperatura se mantendo alta eu sabia que “estava” no jogo. Me segurei ao máximo para não fazer os testes ultrassensíveis (comprei esse baratex aqui) muito cedo, pra não pegar uma “gravidez química”, que é um aborto muuuuuuuuito precoce, antes mesmo da menstruação atrasar. Então eu estava firme esperando o 14 DPO (pós ovulação) para fazer o primeiro teste. Na segunda-feira daquela semana (9. DPO) fiquei desconfiada porque comecei a salivar muito. Tipo, muito mesmo! Também estava com a barriga MUITO inchada e a calça do trabalho apertando. Mas fiquei na dúvida, porque sempre pode ser psicológico e/ou TPM, né? Mas isso me deu super esperança. Mas na quinta, que era o 12. DPO, saindo do trabalho fui ao banheiro e vi um spotting, mas achava que estava meio tarde pra ser um sangramento de implantação. Cheguei em casa chateada e meu marido disse “calma, tem um champagne geladinho na geladeira, você faz um teste pra gente ter certeza e a gente toma champagne e vai passear”. Fiz o teste na tirinha ultra-sensível xing-ling e pisquei uma vez e vi ela se escurecendo. Achei que estava alucinando. Surreal. Abri logo um clear blue que tinha e fui vendo a cruzinha positiva se formando. Gente, acho que é uma das melhores sensações que já tive na vida. Queria fazer algo fofo, mas na real saí quase rolando escada a baixo com os dois testes na mão. Daí fomos passear pela cidade – era um lindo dia de julho. O engraçado é que fomos andando de mãos dadas meio sem falar nada, meio em choque e pensativos. Sabíamos que nossas vidas mudariam para sempre. Eu feliz e cheia de medos. Medos pois eu imediatamente me conectei àquele monte de células e não conseguia tolerar outra possibilidade que não fosse me tornar mãe no início de 2019.

E vocês? Como foi a história de sua gravidez? Foi fácil, difícil? Alguma dica para dividir?

Beijos

06
fevereiro
2019

Bebê vem aí!

Postado por Ana em Maternidade

Eu comecei a dividir um pouco da minha vida aqui neste blog em 2009, há quase 10 anos. Desde então, ela mudou muito: defini minha profissão, mudei de estado civil e até de país. Mudei muitos gostos, condutas e até opiniões… Mas com certeza mudança nenhuma foi tão especial quanto essa que está por vir! Estou esperando um bebê agora para março (ou até finalzinho de fevereiro) , uma menininha! Estou hoje com 34 semanas de gestação (tipo meio do oitavo mês) , que foi graças a Deus até agora relativamente tranquila e sem complicações.

Sei que demorei mais que a maioria para falar sobre a gravidez. Não me senti à vontade, acho que sou meio supersticiosa. 🙂 Mas vocês entendem, né? Para compensar, ao longo do tempo fui preparando alguns posts sobre o assunto! Foi bom para mim, pra registrar aqui também essa fase e acho que tem muita informação boa também. Serão DEZ posts e eles vão entrando aqui, aos poucos, nessa ordem:

1) A história da minha gravidez
2) Diário da gravidez: primeiro trimestre, semana a semana
3) Meus cuidados durante a gravidez: desde cosméticos, até questão de peso, saúde
4) Diário da gravidez: segundo trimestre, semana a semana
5) Tudo o que comprei para o enxoval do bebê (e pra mim)
6) Pré-natal na Alemanha: direitos, licença e minha experiência
7) O que tem na bolsa da maternidade (minha e do bebê)
8) 5 coisas que vou sentir falta da gravidez, 5 das quais não sentirei
9) Comidinhas que congelei para depois que o bebê chegar
10) Diário da gravidez: terceiro trimestre, semana a semana – este está sendo escrito ainda!

Foto com 31 semanas de gravidez

Então quem se interessar, entre aqui de vez em quando para lê-los! Estou inaugurando com este post uma categoria nova, “maternidade“, em que ficarão todos os posts sobre o assunto.

ps: nossa filhinha já tem nome, mas como toda família alemã e nossos amigos daqui preferem só saber após o nascimento (muitos aqui têm essa superstição), não vou falar antes de nascer, ok?

Toda boa energia é apreciada e já agradeço de antemão por todo o carinho, preces, torcida e compreensão.

Beijos da quase-mamãe

28
janeiro
2019

Resenha sincera (sem patrocínio) do Foreo Luna 2

Postado por Ana em Beleza

Nos últimos meses esse aparelhinho de limpeza facial “Luna” da marca Foreo, dominou a internet. O maior hype! Bem, nós, que não nascemos ontem, percebemos de cara que a Foreo pagou 9 em cada 10 influenciadoras digitais para fazer propaganda dele. Muitas não dizem que é publi, claro. (Em OFF: quanto mais rica a blogueira, menos avisa que é a publicidade, já repararam?). Então levantem as mãos pro céu que a blogueira de meia-tigela aqui não ganha nem um cotonete patrocinado e pode falar a verdade.

Luna 2, tradicional, para pele normal

Há anos usei por muito tempo o Clarisonic, que também era um produto de preço super salgado – em 2012 paguei 140 euros. Como ainda não morava aqui, acho que não tinha noção do poder de compra de 140 euros. Com isso aqui, se eu controlar um pouco, compro quase 1 mês de comida no supermercado. Eu gostava dele, mas tinha três poréns: a escovinha tinha que ser trocada de tempos em tempos (e era cara), a bateria durava pouco (tinha que recarregar uma vez por semana, acho, por várias horas) e bem, o meu pet-peeve pessoal era afrontado: coisas molhadas no banheiro. Tenho horror a coisa molhada. E as cerdas ficavam molhadas, então eu secava com toalha. E o meu, um belo dia em 2015, simplesmente parou de funcionar!!

O preço horripilante

Esse aparelhinho da Foreo tem um preço, ao meu ver, muito salgado. Aqui na Alemanha já é meio absurdo, o normal custa atualmente 186 euros na Douglas e o mini custa 129. No Brasil é quase uma calamidade pública, esse normal custa 1000 reais na Sephora e o mini custa 699. Com certeza o preço é desproporcional e quando o hype passar vai cair pela metade (assim como foi com o Miracurl). Por isso pra mim era daqueles produtos tipo “eu não vou comprar, só se ganhar de presente mesmo”. E foi isso que aconteceu – estava acompanhando o marido na Douglas na véspera de natal e ele ainda não tinha me comprado presente – até porque nem eu sabia o que eu queria – a maioria das coisas que quero/preciso ou são caras demais para serem presenteadas ou eu mesma vou lá e compro, he he. Aí vi o “stand” da Foreo e achei uma boa idéia.

Qual é o meu

Eu escolhi o modelo tradicional – se fosse hoje levaria o mini. Além de ser mais barato, o mini com certeza se encaixaria melhor no meu rosto. Esse, pro meu rosto, é meio grande, difícil de alcançar alguns ângulos, tipo do lado do nariz.

o normal é grande demais pra minha ~cabecinha~

A versão mini é para todos os tipos de pele e tem várias opções de cores e não tem a função anti-idade atrás. Já o meu, que é a tradicional, tem opções de cores, mas cada um pra um tipo de pele diferente: lilás pra pele sensível, um rosinha pra pele normal, um azul pra pele mista e um turquesa pra pele oleosa. Acabei levando o pra pele normal, a minha pele não tem estado tão oleosa (oOOOoOOooOh), no frio fica até meio seca. São 12 níveis de intensidade, acabo usando a primeira ou segunda mesmo. Perguntei pra vendedora da durabilidade bateria, ela disse que durava muuuuuito. E realmente, você carrega 1 hora e usa umas 450 vezes. Um mês depois, usando 1x por dia, ainda não descarregou o meu! O cabo é tipo USB. Uso com meu sabonete normal (Effaclar da LaRoche), ou com o Night Cleanser da marca (é caro uns 40 euros mas ganhei de brinde com a compra, era Natal e tals). É completamente à prova d’água, não tem escovinha pra substituir e achei o material de silicone bem higiênico. Nada de coisa molhada por horas no meu banheiro, yoohoo!

Milagroso?

Parte de trás: anti-aging

Se você usa o outro lado, dizem que é uma massagem meio anti-aging, mas isso só Deus sabe se funciona né? Às vezes aplico meu Serum 10 da Skinceuticals com ele. Muita blogueira diz que com ele “a acne sumiu”. Eu não tenho tido acne (VIVAAAA), mas gente. Não sei se acredito. Lavar com sabonete próprio e usar outros produtos pra acne e ajustar alimentação com certeza pode fazer diferença. Mas dizer “minha pele era comida por acne e desde que uso o Luna Mini Foreo a pele está bumbum de nenê” é algo que faz a mineira desconfiada dentro de mim emergir. Só acredito se me mostrar a nota fiscal, paga do próprio bolso. he he he Se algumas de vocês (não patrocinada) viu tal diferença gritante só por causa desse aparelho (sem outros viés), sinta-se livre pra dividir nos comentários.

Veredicto

Resumindo: é um ótimo aparelhinho pra limpeza diária, com certeza melhor que o Clarisonic. Não vi nenhum ponto negativo nele, fora o preço. Acho que o mini teria valido mais a pena do que o tradicional! Não acredito nos milagres anunciados. E se eu pagaria pra tê-lo? Naaah, muito caro. Ninguém precisa dele pra viver. Se tiver sobrando muito $ ou se for pra ganhar, que mal tem!?

Beijos

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