15
fevereiro
2019

Meus cuidados na gravidez – estética, alimentação, saúde

Postado por Ana em Maternidade

*POST GIGA ALERT * Tudo abaixo estritamente pessoal e com certeza em partes too much information. Eu sei que sou mais preocupada (LOUCA) que a média dos ursos, então por favor não me julguem e cada um faz o que acha melhor para si. Por outro lado, não fui uma grávida consumista do tipo compra-compra-compra. Então só usei os produtos citados aqui mesmo, na minha opinião foram bem poucos. Dividi por categorias para facilitar.

Cuidados com a pele: Acne / Anti-idade / Melasma / Estrias
Cuidados com o corpo: Inchaço / Exercícios / Kegel / Constipação / Evitando infecções / Peso
Cuidados com a alimentação: Vitaminas / Cuidados gerais / Toxo e Listeriose
Saúde em geral: Dentes / Remédios e vacinas / Doppler caseiro?

1) Acne

Dentre os ditos “medos fúteis” da gravidez, esse era o meu maior. Eu só lembrava de uma garota do meu trabalho que ficou grávida e o rosto ficou completamente COMIDO de espinha. Eu achava que isso ia acontecer comigo também – e o pior é que para mim, cada espinha vira uma mancha. Por isso sou muito grata que dei uma sorte absurda. Meu rosto manteve-se quase normal. O estranho foi que no início me deu muita acne no ângulo da mandíbula, e bem no início da gravidez deu nas costas – mas era um lugar mais escondido então não me incomodou muito. Além de outros lugares estranhos e igualmente escondidos, tipo na “costeleta”, na sobrancelha (??). Uma coisa estranha é que QUALQUER espinha que surgia ficava SUPER inflamada, que é uma coisa que nunca tive. Aqueles cistos doloridos, sabe? E outra coisa que vi é que se tentasse espremer aquele cravinho preto inofensivo, qualquer coisinha, aquilo se revoltaria e viraria uma espinha inflamada. Então logo parei com isso, até evitava ficar olhando o espelho de grande aumento para não cair em tentação. hehehehe A pele do rosto normalizou com 12 semanas, mas espinhas da mandíbula continuaram até a semana 18! O que fiz o tempo todo foi lavar meu rosto 2x por dia com o meu gel de sempre gel espumante Effaclar da LaRoche. Nota: existe também o Effaclar gel concentrado – esse tem ácido salicílico – mas esse meu não tem. A “bíblia alemã de medicamentos na gravidez”, o Embryotox, até libera este ácido em uso externo na gravidez, mas sempre melhor evitar, né? Citando o site: “Unproblematisch sind die „Low dose“-Behandlung mit 100–300 mg/Tag und die äußerliche Anwendung von Salicylaten.”. Após 16 semanas comecei a usar o Ácido azeláico na mandíbula, que é um dos poucos ácidos contra acne liberados na gravidez. Comprei esse da The Ordinary. A partir daí a pele melhorou muito, mas continuou boa após eu parar de usá-lo também, então acho que foi coincidência, pela própria idade gestacional. Mas pelo menos quando aparecia uma coisa o usava para secar mais rápido e achei bem ok. / voltar

2) Anti-aging

Usava o meu bom e velho Serum 10 da Skinceuticals à noite e só. Não quis inventar muita moda. Depois da semana 27 comecei a usar o Foreo Luna 2 que ganhei de presente também. Usava pra limpeza e a parte de trás diz que é anti-aging também, vai saber, hehehe. Tem post com resenha do Luna aqui. / voltar

3) Melasma

Sei pelas mulheres da família que tenho a genética péssima para melasma, apesar de até então não ter tido melasma. Bem no início fui para o verão da Itália, me protegi muito do sol, mas graças a Deus foi no primeiro trimestre, porque os melanócitos ficam arretados mesmo é a partir do segundo. Para mim isso já era motivo para não fazer babymoon em praia, nem em lugar quente. Além da genética e sol, parece que o calorão já pode engrenar o melasma. Fiquei muito feliz de estar no frio no segundo/terceiro trimestre, que é quando o melasma costuma “pegar”: melhor timing impossível! Mas ainda assim usei protetor solar religiosamente ! E reaplicava no almoço. Entre mil motivos que tive para evitar a viagem pro Brasil no segundo trimestre, esse foi apenas mais um deles. Além disso, evitar traumas é importante: não depilar rosto com cêra (depilo com minha molinha), não espremer espinha. E por enquanto deu certo. Até agora nenhum melasma na minha cara, YAY! No Brasil vocês pelo menos têm esses tratamentos mara, aqui seria um parto caro controlar o melasma. Meu protetor é o Vichy Idéal Soleil e reaplicava no trabalho por cima da make com esse spray da Garnier. / voltar

4) Estrias
meu “dream-team”

Eu acho que até tenho a genética ok para estrias (minha mãe e irmã não tiveram na gravidez). Sinceramente não acredito muito em produtos, pelo menos não são tão importantes quanto a genética, o ganho de peso ou mesmo idade (mais nova é pior porque a pele é mais firme). Então o meu esforço NÚMERO UM foi um ganho de peso controlado e gradual. O número dois foi beber muita água. Maaaaas não quis me culpar se fosse ter alguma coisa, então sim, usei produtinhos . Comecei já nas primeiras semanas, com esse óleo aqui da Weleda todo dia após o banho à noite. Li em algum lugar que a massagem era mais benéfica que o óleo em si, então acabamos criando a rotininha de que, após prontinha pra dormir, lá pras 22h a última coisa que eu fazia era aparecer com meu óleo na mão enquanto o marido assistia algo na TV no sofá. Fazia igual cachorro pedindo carinho na barriga. hahahaha E daí ele fazia massagem com o óleo no meu panção. Anti-estrias, relaxante, tudo de bom! Vou sentir muitas saudades desse momento. A partir da semana 26 quando a barriga começou a crescer muito rápido, comprei o da Mustela e comecei a passar também de manhã antes de ir pro trabalho. Eu não passava antes porque já era tão corrida a manhã. Achei o Mustela ótimo (sem cheirooooo amoooooo) e absorve rápido. O óleo é bom, mas óleo faz meio meleca né, então lambrecava só o pijama à noite mesmo, não passaria antes de ir trabalhar. A partir da semana 30, por acaso não achei o óleo da Weleda na DM e levei o Bio-Oil, do qual já tinha ouvido falar. Tanto eu quanto marido achamos MUITO melhor. O cheio, a consistência, a absorção e faz menos bagunça. O preço é parecido: Bio-Oil custa 15,85 por 125mL, Óleo Weleda 15,85 por 100 mL e Mustela paguei 23 euros por 150mL na Amazon. Então da próxima ficarei com Mustela de manhã e Bio-Oil à noite!

Ps: até a publicação deste post, sigo estria-free. Se aparecer no finalzinho, eu conto aqui sem problemas. Se der ou se não der estrias não acho que é necessariamente culpa de produtos, mas pelo menos fiz minha parte. / voltar

5) Inchaço

Eu sou a Maria-inchaço. Mas é incrível como minha vida melhorou nessa área desde que me mudei do Brasil. Nas últimas viagens pro Brasil era tão absurdo, do nada nem tinha mais sapato pra calçar. Lembro da dor que sentia nas pernas/pés no trabalho. Chegava em casa e ficava de perna pra cima. E acredito que a pílula atrapalhava muito, pois não inchei nada no verão deste ano (início da gravidez). Eu tinha CERTEZA que ia ficar toda inchada na gravidez, mas até agora não foi o caso. Claro que os exercícios físicos e alimentação ajudam a não inchar, mas fiquei positivamente surpresa. Nem comprei meias compressivas porque o inchaço foi zero mesmo. Meu rosto deu uma inchadinha, mas acho que é mais pelo ganho de peso mesmo, não líquido, he he he! Essa foi pra mim a coisa mais inesperada da gravidez. Também não notei aumento de vasinhos nem nada, por isso realmente não usei meias. Teria comprado se tivesse feito vôo longo, mas não foi o caso! Aqui na Alemanha, com receita seu seguro cobre a meia, se precisar. / voltar

6) Exercícios físicos

Uns dois anos antes de querer engravidar eu comecei a genuinamente gostar de exercícios físicos, comentei isso aqui várias vezes. Minha grande paixão foi o Pilates, seguido pelo Yoga. Sei que são exercícios classicamente recomendados para grávidas. O problema é que os que eu fazia eram tão extenuantes que não os considerava adequados para grávidas. Não queria chegar bem no início e anunciar a gravidez pro professor, além do que acho que ia ficar meio boring deixar de fazer alguns exercícios. Mesmo com todo o cansaço (exaustão) do primeiro trimestre, eu tenho muito orgulho da minha força de vontade nesse quesito. Eu sabia o quão importante isso seria para mim e para o bebê. Então saía do trabalho e tudo o que queria era desabar na cama, mas pensava no propósito maior e ia. Tirando as duas semanas de pausa no verão por causa de um calor infernal que ia me fazer desmaiar na academia e uma outra semana com faringite braba, não fiquei semana nenhuma sem me exercitar ao menos 3 vezes. E média consegui umas 4-5 vezes. A base de tudo foi o elíptico, que sempre fiz – a diferença é que mantive a frequência cardíaca X que meu marido me indicou. Para isso tive que diminuir o peso e a velocidade, então acabava ficando mais tempo. Fazia entre 40 min e 1 hora. A musculação seguiu-se de forma meio homeopática, só para os músculos não se atrofiarem mesmo. Não tive coragem de fazer legpress nem exercícios com valsalva muito intensa. Além disso, toda uma atenção especial com a respiração para sempre expirar durante o “empurramento” do peso. Fazia alguns básicos para perna, braço e bumbum, com o peso beeeeem reduzido. Mais pro final só deixei uns pros braços e costas. E lá pra semana 33 toda musculação começou a ficar incômoda então parei. Não sei se foi a gravidez em si ou a falta de pilates/yoga, mas foi uma coisa de louco “o estrago” na minha mobilidade. Eu, que dobrava a coluna inteira encostando as mãos no chão, de repente estava toda enferrujada! A única coisa que fazia nessa área era Yoga para gestantes online (aqui, 15 dólares por mês) e após 14 semanas comecei um curso presencial de Yoga para grávidas. O curso era tão ruim, mas tão ruim que abandonei umas 6 semanas depois e segui só com as aulas online mesmo. Tentava alongar principalmente a coluna todo o tempo, inclusive no trabalho. Meu trabalho, aliás, é o menos ergonômico ever. A vida na lâmpada de fenda não é amiga da coluna e isso senti logo nas primeiras semanas. 🙁 Parei de usar meu salto no trabalho na semana 13 e isso ajudou muito com as dores na coluna. Especialmente no final da gravidez o Yoga Online, ainda que meio homeopático, foi a coisa mais maravilhosa do mundo – aqueles alongamentos davam um alício! Repetia as aulas do YogaGlo pro terceiro trimestre e procurava aulas de terceiro trimestre no YouTube também.

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7) Exercícios Kegel

Acredito que todas as grávidas (e muitas não-gravidas) já ouviram falar dos exercícios Kegel. São exercícios para fortalecer os músculos do assoalho pélvico. São benéficos aliás para todos, mas na gravidez mais ainda. A pressão sobre esses músculos aumenta muito. Além de facilitar um possível parto vaginal, eles melhoram/evitam alguns possíveis problemas da gravidez: incontinência de esforço, hemorróidas (hihihi). Eu nunca fui dessas que faz xixi quando ri, mas também me atentei à dica de sempre tossir/espirrar virando o rosto pro lado. Em relação aos exercícios, basta contrair os músculos pélvicos (como se estivesse segurando o xixi). Eu comecei a fazer de forma disciplinada a partir das 12 semanas. Um exemplo é fazer 20 séries de 5 segundos, três vezes ao dia. Se estiver faltando disciplina, há apps para isso, como o (Kegel Trainer, comprei os outros níveis, mas nem faz diferença de dificuldade, melhor seguir sem pagar). Sempre fazer com a bexiga vazia, sem prender a respiração e se atentando para não contrair músculos errados, tipo do abdome e do bumbum. Muitas informações vocês acham na internet, mas se puderem peçam opinião de um especialista. As doulas costumam ser muito boas para ajudar nisso.

P.s: no curso de preparação minha doula também recomendou a tal “massagem perineal” a partir da semana 36, para minimizar lacerações do parto normal. É uma coisa que meio que carece de provas científicas, mas mal não faz.

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8) Constipação

HAHAHAHAHA

É too much information, mas ninguém fala nisso então eu vou falar! Entra na categoria de alimentação também, mas merece um ítem à parte porque muitas grávidas sofrem com isso. No início da gravidez a constipação já pode dar as caras devido à progesterona que deixa tudo mais leeeento. Depois ao longo da gravidez ela pode piorar pela pressão do útero sobre os intestinos mesmo. Esse era dos meus maiores medos porque não tem nada que me deixa mais irritada e desconfortável. Comecei a sentir uma diferença nessa área na semana 14, mesmo fazendo atividade física, comendo salada, linhaça/chia e aveia de todo dia, e bebendo muita água. Meu marido comprou Activia e não sei se ajudou, mas a partir daí comi um iogurte (natural, sem açúcar) misturado com chia todos os dias, até pra ter mais cálcio. 🙂 Entre a semana 14-16 andei bem constipada e cheguei à conclusão que a culpa era da banana que comia de 1-2x por dia (ainda que com linhaça e aveia). No Brasil depende do tipo, mas as daqui da Alemanha são mais constipantes! Principalmente se não estiverem maduríssimas. Diminuí o consumo de banana e segui com os outros cuidados e fiquei praticamente normal a partir daí ! Uma coisa que senti que ajudou muito foi um pouquinho de suco de ameixa todas as manhãs, tipo uns 200 mL (é doooooce). Mas umas semanas depois parei porque é muito doce, sabe? Muito açúcar. Toda chance de adicionar fibra eu fazia, por exemplo, empanava coxinha “fit” com psyllium (que é a fibra do metamucil, aqui se chama Flohsamenschalen e compro online).

No geral, acho que fui vitoriosa nesse quesito, hehehe. E uma dica extra: não ignore um bom reflexo, jamais! Se você fica sem-graça de usar o banheiro fora de casa, recomendo o Poo in Heaven, isso aí é vida, funciona mesmo, amo hahahaha. Outra coisa é não ficar fazendo muito esforço, porque grávida é mais propensa a ter hemorróida (maior pressão sobre o sistema venoso e vasos ainda dilatam mais pela ação da progesterona). Se tiver sofrido, existem remédios para isso – consulte o médico para saber o que tomar! Quando entrei de licença, não sei se pela alimentação, pelo acesso livre ao banheiro (hehehe), por beber mais água ou pela falta de estresse (stress = adrenalina = sistema simpático, que “segura” esses funções orgânicas), eu fiquei totalmente normal, como se nem estivesse grávida.

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9) Evitando infecções

Nunca tive infecção urinária na minha vida. Mas lembro que uma pessoa próxima também nunca tinha tido mas sofreu horrores com isso somente durante gravidez. A gravidez favorece infecção urinária por vários fatores e ela deve ser tratada rápido porque até parto prematuro pode induzir. Sabe aquela coisa que a gente aprende de sempre limpar no banheiro o xixi de frente pra trás? Isso na gravidez é mais importante ainda. Não abrir exceção! E sabemos que é bem mais cômodo limpar de trás pra frente, ha ha ! Além disso, beber muita água e não segurar o xixi. E só fazer exercícios Kegel com a bexiga vazia.
A chance de ter candidíase também aumenta em grávidas. Os ginecos já sugerem para qualquer mulher dormir sem calcinha e usar só de algodão. Na gravidez é especialmente importante e segui à risca, hehehe Olha só o que estou dividindo … perdi a vergonha na cara totalmente, né? Cuidados com infecções em geral eu sempre já tive. Lavar as mãos sempre – chegar em casa e lavar com água e sabão já está ótimo! Dessa vez tive um grauzinho de cuidado a mais, por exemplo, sempre andava com mini-álcool gel na bolsa. E, por exemplo, quando andava de metrô (Paris! Tempo todo!) sempre limpava as mãos com ele. Abaixo, comento a questão da vacinação, também importante.

10) Ganho de Peso

como comi blueberry muffin nesses últimos meses….!

Eu estava com o peso ideal quando engravidei, resultado de um estilo de vida saudável. Mas se soubesse como seriam os primeiros meses eu teria feito uma dietazinha antes para emagrecer uns 3 kgs, só para ter esse extra de folga, hehehe. O sintoma predominante (e mais insuportável) da minha gravidez foi uma fome horrorosa e dolorida no início. Se eu não comesse ia me dar enjôo, simples assim. Eu fiz o melhor que podia, levava uma bolsa térmica lotada de fruta pro trabalho, mas mesmo sendo coisas saudáveis, imaginem. Em um dia normal só de fruta eu comia 2 bananas, 2 kiwis, 1 pêra e uma bandeja de blueberries. hahahaha É demais. Não engordei muitíssimo, mas foram 2 kgs no primeiro trimestre em uma época que nem é para engordar e em que muita gente até perde peso. Depois da décima semana melhorou muito e eu já pelo menos tinha tempo para preparar alguma comida, não precisava mais comer o tempo todo, etc. Mas fiquei absurdamente gulosa. Pensando em cookies, chocolate, bolo o tempo inteiro. Só Deus sabe o esforço que foi resistir às tentações. Era sofrido, sofrido! Um dia chorei porque fiquei o dia todo lutando contra a vontade de comer bolo de chocolate. Mas era tipo alcóolatra pensando em álcool. E vocês não estao entendendo. Não era questão de pegar uma fatia e ficar feliz. Quando eu pensava no tal bolo eu me imaginava comendo um inteiro sem nunca atingir a saciedade necessária, então era melhor nem começar mesmo. Parece brincadeira mas foi um sofrimento absurdo. Me permitia essas coisas de vez em quando, até porque não consegui vetar totalmente. Nossa, foi difícil demais. Mas focava em várias coisas: em todos os riscos que o excesso de peso representaria para mim e pro bebê. Prematuridade, pressão alta, diabetes, etc! Tinha tanto medo de diabetes gestacional (tenho fatores de risco)! Sem falar na dor na coluna que já deu as caras tão cedo. A questão do inchaço, varizes, estrias. Enfim, mil motivos para focar e resistir às mil tentações. Minha médica me pesava a cada consulta, mas achava a medida longe do ideal: de roupa, cada dia um horário diferente. Então eu me pesei desde o início todas as segundas ao acordar, sem roupa, achava ainda mais confiável assim porque tinha mais controle das variáveis. Minha balança é uma com impedanciometria da Beurer, mas não achei para linkar. Usava essa calculadora aqui ou plotava no gráfico abaixo e meu objetivo era me manter dentro das linhas da normalidade para meu IMC, mas na parte inferior delas! Porque também não pode ganhar peso de menos, também é ruim pro bebê, aumenta chance de parto prematuro, etc! Ganhar peso faz parte de uma gravidez saudável. Se via que a linha do gráfico começava a subir dentro do intervalo, daí naquela semana prestava mais atenção, por exemplo, não comia meu biscoito do fds, etc. No terceiro trimestre, estava descontrolando tudo só de comer eventuais porcarias no final de semana, então tenho feito mais esforço ainda. Muito difícil. Já falei que foi difícil? hehehehe Fora isso, a sensação que me deu na gravidez era que meu corpo estava preparado para acumular a maior quantidade de gordura possível. Uma coisa bem evolutiva mesmo, sabe? Super entendo quem engorda 30-40 kg na gravidez, é muito fácil. Se eu tivesse comido tudo que eu tive vontade eu tinha engordado fácil uns 50kg. E é uma vontade MUITO difícil de controlar. Para mim foi um esforço sem tamanho, tanto pelo tanto de desejos que fiquei sem “atender”, como a prática regular de exercícios mesmo estando cansada. Sempre que estava difícil eu pensava na saúde do meu bebê para manter o foco. Peso (principalmente na gravidez) é coisa séria!

Dica: se a gravidez for planejada, se esforce para estar com o IMC normal ao engravidar, isso vai facilitar muito sua vida.

11) Vitaminas pré-natais

Toda mulher de idade fértil “com chance de engravidar” deve tomar ácido fólico regularmente. Isso porque você já deve estar com os níveis normais cheios na ocasião da concepção (quando muitas nem sabem que estão grávidas). Essa vitamina não se acumula no corpo, não fazemos estoque, por isso tem que tomar sempre. O ácido fólico é a vitamina B9 e muito importante, principalmente na formação do tubo neural do embrião. Eu comecei a tomar suplemento de ácido fólico em Janeiro, quando parei com a pílula (4-5 meses antes de tentar engravidar) só para garantir. Depois comecei a tomar vitaminas pré-natais da DM – minha ginecologista não gostou muito, disse que não são controladas como as da farmácia (??). Eu não concordo, mas depois disso segui no primeiro trimestre com amostras que ela me deu. Gostei da Femibion. Uma coisa que EU não quis fazer foi tomar ferro à toa no início. Antes de tudo, porque eu sabia que meus estoques estavam bons, porque dosei antes. Segundo, por nossas convicções pessoais (baseadas em evidências lol) aqui em casa em relação ao ferro e dano endotelial. Terceiro, pelos efeitos colaterais como constipação. Quarto: a necessidade aumenta mesmo é só após a segunda metade da gravidez. Ou seja: ferro pra mim só se fosse necessário. Nunca tive anemia na vida, mas a gravidez já dá uma hemodiluição e no meu caso perdi totalmente a vontade de comer carnes, acreditam? Daí vi que o benefício superaria os riscos então comecei a tomar uma vitamina pré-natal com um pouco de ferro dia sim, dia não, a partir da semana 20. Me mandaram uma cartinha do médico na semana 25 que o ferro tinha dado uma caída (apesar que ainda norma), com uma receita de um biotônico fontoura alemão (Floradix) lá. A dose é meio baixa, mas comecei então a tomar. No terceiro trimestre segui com a vitamina da Femibion para 2/3 trimestre e lactação. Sinceramente, a maior importancia nessa época é a vitamina D (inverno aqui) e ferro mesmo caso precise. O resto é firula.

12) Alguns cuidados gerais com a alimentação

* Álcool: Sei que têm médicos que liberam a tal tacinha de vinho no final de semana, mas minha conduta é : risco 100% evitável, vira risco 0! Até porque ninguém confirmou dose segura nenhuma. Então aboli o álcool e que saudades, viu? hahaha

* Café: café é uma das maiores alegrias da minha vida. Ao contrário do álcool, 200mg diários se provaram seguros, o que dá no máximo 1-2 xícaras de café (mas depende do seu biotipo e tem que colocar alguns chás, chocolate, etc na conta). Mas eu preferi evitar ao máximo. Tomava geralmente uma xícara pequena no final de semana. Durante a semana tomava às vezes descafeinado – sei que em si não é a coisa mais saudável do mundo, e também sempre sobra um restinho de cafeína (uns 2mg por dose), mas só não exagerava.

* Ferro: Eu já não era das mais carnívoras , não curto muito carne vermelha por exemplo. Como comentei acima, na gravidez me deu um pouco de aversão a bichos. Tentei comer mais grão de bico, feijão, vegetais escuros, e tudo quanto é coisa que conseguia pensar que tivesse ferro. Associava sempre que dava alguma fruta cítrica para absorver melhor (e evitava café logo após, porque atrapalha).

* Cálcio: Não sou das mais “mamíferas”, então fiquei meio preocupada com o cálcio. O que fiz a partir da 14 semana foi incluir um iogurte natural (Activia sem açúcar) por dia. Também tomava um Yakult (versão “PLUS” tem menos açúcar) por dia em um lanche intermediário e sempre que dava leite animal ou vegetal (meu leite de amêndoas da Alpro é enriquecido com cálcio). Meu café da manhã era granola e mais pro final mais overnight oats (que leva também iogurte natural).

* Água: que desafio, meu Deus! Não beber água, porque até gosto. Mas em insistir em beber água o tempo todo sabendo que ia ter que ir ao banheiro 2718361872 vezes por dia, mesmo não tendo tempo para ir ao banheiro. Mas insisti porque a água é importante para tudo. Foi um enorme sacrifício e potencializou meu estresse no trabalho, mas enfim.

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13) O que não comi – cuidados com Toxoplasmose, Listeriose e infecções em geral

Em relação ao que não comer, juntei o pior dos dois mundos. Juntei a neurose com toxoplasmose do Brasil com a neurose com Listeriose da Alemanha. Para quem mora na Alemanha, recomendo digitar no Google a comida + Schwangerschaft (gravidez). Você fatalmente vai ter nos primeiros resultados o fórum do Rund ums baby, com o Prof. Dr. Costa (especialista em nutrição na gravidez) respondendo dúvidas específicas. Não tem NADA que você não ache lá. O Dr Costa é seu amigo, hahaha! Lógico que nas respostas ele leva em consideração a realidade aqui! Via de regra: não pode nada com queijo que não seja pasteurizado. E olha, às vezes você se surpreende. Muitos tipos de parmesão (o do Aldi!) e Emmental. Sempre ler o rótulo porque em toda a União Européia é obrigado ter escrito que tem leite cru no rótulo (aqui: Rohmilch) caso contenha. Mas geralmente ainda tem escrito “leite pasteurizado” também, daí você tem mais certeza ainda. Ele recomenda sempre lavar saladas e vegetais, óbvio, (do jeitinho alemão mesmo, com água) e não comer carne crua (inclui alguns salames crus, Mett, carpaccio). Peixe cru aqui é mais tabu que no Brasil. Apesar de o peixe em si não transmitir toxoplasmose, qualquer bicho cru aumenta sua chance de pegar intoxicação alimentar – e se você parar no pronto-socorro por conta disso, prepare pros mil olhares de reprovação, pois aqui realmente grávida é orientada a não comer peixe cru. A questão da salada, fiz até um tópico separado para explicar:

Salada e toxoplasmose

Ao contrário do Brasil, o exame de toxoplasmose não pertence ao pré-natal básico na Alemanha (!!!!). Se você não tem certeza do seu status atual, teste! Até para você definir seu nível de “neurose”. Se eu fosse imune teria comido saladas na rua, óbvio. Esse pra mim foi um dos maiores desafios da gravidez: não comi UMA folha de salada que eu mesma não tivesse lavado. Vou explicar melhor! Aqui na Alemanha, a recomendação oficial dos médicos em relação à toxo é simplesmente não comer carne crua nem mexer em areia de gato. Ninguém te fala para não comer salada fora, no máximo para selecionar bem os lugares, não comer em qualquer muquifo. É bem diferente do Brasil, onde recomenda-se não comer salada fora de casa, e até mesmo com gelo tem que tomar cuidado! Eu não sou imune à toxoplasmose e não tem ninguém que pudesse me convencer a comer salada fora de casa aqui. Pode ser Europa, pode ser casa da Rainha Elisabeth, pode ser o que for. Eu sei que o risco é MÍNIMO. Eu sei que o risco é muito menor que no Brasil. Mas Toxoplasma é UBÍQUO, tem no mundo todinho. Eu tenho pacientes com toxoplasmose ocular que nunca nem saíram da europa ocidental. É um risco 100% evitável, então por que vou corrê-lo? De quem seria o problema se eu pertencesse àqueles gatos pingados que se contaminam aqui na Alemanha? Quem me garante que a fulana do restaurante tal não estava num dia ruim e não lavou as folhas direito? Alguém pode me garantir? Não, então foi isso que eu decidi. Para mim já bastam os riscos inevitáveis ( também não era imune ao CMV e tive que conviver com esse medo, triplicado pelo fato de ser médica e atender gente com infecções diversas o tempo todo). E quem fala que na “Alemanha não tem isso não”, olha – vai te catar. Cansei desse assunto, que abordei exaustivamente aqui. Aliás: o tal do “comi e não tive nada” é o argumento mais esdrúxulo e de raciocínio pobre do mundo. É como alguém que fumou a vida toda falar “fumei e nunca tive câncer de pulmão, logo, cigarro não tem nada a ver com câncer de pulmão“.

Em princípio eu não tinha aqui a solução de lavar saladas do Brasil mais e não quis me arriscar com Danklorix (que é um produto de limpeza, teoricamente tipo água sanitária) da vida porque daí o risco/benefício não compensaria. Segundo os especialistas aqui em nutrição na gravidez é suficiente (AQUI!!!!) que não haja “sujeira/terra” visível (considerando que você enxerga bem, né…. he he he). E eu até concordo com isso, pois entre só água e água com vinagre não faz muita diferença porque vinagre não mata toxoplasma e outras coisas (só faz insetos soltarem da folha).

Mas logo nas minhas pesquisas com “sangue nozóio” descobri um produto tipo os nossos: Amukina, que é uma solução de hipoclorito de sódio para lavar frutas e vegetais. As grávidas em Portugal e Espanha são mais parecidas com nóis e foi nos fóruns delas que achei esse produto. Então o que eu fazia era lavar frutas só com vinagre mesmo, mas as folhas tipo aquelas alfaces romanas, orgânicas, cheia de ranhuras e terra eu lavava com AMUKINA. Eu encomendava na Amazon mesmo (amazon.es ou amazon.de têm).

Mas confesso que , pra mim, esse é um hábito só pra durante a gravidez mesmo, de resto, aqui na Alemanha, eu meio que levantei bandeira branca. Assim preparava minhas folhas uma vez por semana, tipo no domingo e as tinha ótimas até pelo menos quinta-feira. Porque também não podia ficar sem salada, né? Se foi difícil? Foi MUITO! Até porque antes de engravidar eu me encontrava em uma época totalmente in love com saladas. Almoçava salada com pão, toda alemãzinha, hahaha! Eu salivava com a salada de alguns restaurantes, além do que era super prático porque era saudável, não estava mais preparando marmita nem nada. Aí de repente tinha que preparar minha própria salada (trabalheira, né) no resto de tempo que já tinha se encurtado de mil outras formas graças à gravidez. Além de coisas bobas. Em alguns restaurantes nem os wraps comia mais. Massa com rúcula em cima pedia para vir sem… Meus raros sandubas só dos Mc Donalds sem alface mesmo. Etc etc etc! Muitos podem achar que fui exagerada. Mas repito: não é ninguém que está lendo nem ninguém que está julgando que ia carregar as consequências de uma infecção, mas somente esta que lhes escreve. Então nessa área eu aceitei zero pitacos e na próxima gravidez minha conduta será a mesma. Não me arrependo, até porque passei a gravidez toda com a certeza/leveza de que não tinha me infectado, e isso por si só já foi impagável. Se comesse UMA saladinha fora já ia ficar tensa pro próximo exame. Inclusive a primeira coisa que quero comer quando o bebê nascer não é sushi nem nada, é uma saladona gostosa da rua, hahaha!
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Dentes

Eu já tinha deixado meus dentes todos em dia em 2017. De 6 em 6 meses lá estava eu no dentista. Logo antes de engravidar fiz meu último controle normal. Justamente por saber que cáries e gengivites da vida podem ser uma pedra no sapato na gravidez. Inclusive, a chance de ter cáries aumenta e elas podem colocar o baby em risco. E pra tratar se tiver dor? E pra fazer raixo X? E pra tomar anestesia? Naaaah, melhor evitar a fadiga e cuidar antes. E durante os cuidados, a atenção era redobrada. Ou seja, mais uma coisa para tomar mais tempo. A passada de fio-dental noturna ficou mais neurótica ainda. O escovar dos dentes mais minucioso. Uma vez por semana o velho hábito de controlar com Replak e passar flúor. Fiz ainda uma limpeza profissional no dentista durante a gravidez (teria feito mais, mas não deu tempo).
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Remédios e vacinas

Tem aqueles remédios clássicos tipo retinol que todo mundo tá careca de saber que tem que passar longe, né! Via de regra, consulte o seu médico. Se quiser conferir e ver argumentos, recomendo o site embryotox que é a “bíblia” aqui na Alemanha, é da universidade de Berlin. Todo médico aqui usa, e o site é altamente confiável. Eu graças a Deus praticamente não precisei de remédio nenhum na gravidez, não tive dor de cabeça nem uma vez por exemplo.

todas as vacinas recebi das mãozinhas leves do Sr. Marido

A vacina contra gripe é importantíssima, porque a gravidez é um estado meio imunosuprimido, como se fôssemos velhinhos! Então o risco de ter complicação e hospitalização caso pegue é aumentado. Sendo profissional da saúde, tinha mais uma indicação. Não estou falando desses rinovírus sapecas, resfriado comum. Mas sim de Influenza, que se bobear nunca tive na vida. A vacina protege contra ela só (ainda que não 100%) e seu bebê vai pegar os anticorpos nos primeiros meses de vida! Ano passado teve uma onda de gripe aqui na Alemanha em que vi vários adultos saudáveis ficando três (!!!!) semanas de cama. Imagina o medo? Tomei minha vacina assim que saiu a “nova” da estação, com umas 19 semanas. A injetável é de vírus morto e é altamente recomendado tomar. Um dos meus maiores “pequenos medos” era de ter resfriado na gravidez, daqueles comuns mesmo. Porque nariz entupido me deixa doida e os anti-congestionantes são todos contra-indicados. Já comprei logo um nebulizador (a frio, compacto, amei) para ter à mão. Não tive resfriado mas o usei em um final de semana em que o seio frontal ficou meio entupido. Tive sim uma faringite chatérrima que me deixou lutando no trabalho pra voz não ir embora. Antes de tentar engravidar conferi se tinha os anticorpos pra rubéola e tomei no final da gravidez a vacina de tétano e coqueluche. Vacilei com a de tétano, a última tinha sido há 10 anos, então tomei reforço. A de coqueluche não é rotina aqui (veja o post sobre pré-natal) mas eu resolvi tomar por minha conta. Comi uma mosca enorme com catapora porque me lembro perfeitamente da minha vacina aos 16 anos – mas pasmem, não adquiri imunidade e não sabia. Sinto até vergonha de não ter confirmado, pois no meu trabalho tem muita gente com Zoster (mesmo vírus). Isso aliás rendeu uma boa história (post do pré-natal).
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E o doppler caseiro?

Esse eu preferi não comprar. Sabe, aqueles aparelhinhos doppler para ouvir coração do bebê em casa? Sei que ele ajuda muitas mães ansiosas como eu! Vocês verão nos diários de gravidez que tínhamos acesso fácil a ultrassom e no início espiávamos o bebê 1x por semana. Mas tomávamos cuidado de fazê-lo sem doppler. Eu pessoalmente acho que não teria problema, mas a segurança de fazer doppler demais ainda não está confirmada – e um trem desses nas minhas mãos, bicho! Sei não! Só tive que aguentar até umas 17-18 semanas e a partir daí, com o bebê mexendo, já fiquei automaticamente mais tranquila. Eu pessoalmente não acho que seja nenhuma tragédia anunciada não, mas quem comprar, use com bastante parcimônia até saírem estudos confiáveis mostrando segurança. / voltar

12
fevereiro
2019

Diário da gravidez – primeiro trimestre

Postado por Ana em Maternidade
    A gravidez tem sido uma experiência incrível (não confundir com fácil) e não deixei de registrar nada, seja aqui pro blog, seja no meu diário da gravidez em papel mesmo. Eu gostei muito de ler diários de gravidez então espero que o meu seja interessante para alguém! 🙂 Dividi os posts por trimestre e fui escrevendo no fim de cada semana! Eventuais inconsistências de data são porque a data do ultrassom ficou 3 dias mais avançada que a dos meus cálculos. Espero que gostem! :*

    Semana 4 Um turbilhão de emoções

    Eu na verdade descobri super cedo, com 3 semanas e 5 dias. De sintomas tive muita salivação, barriga inchada e gulodice! Foi uma semana muito difícil, porque fiquei com muito medo de ter um aborto espontâneo e tive spotting duas vezes, além de cólicas (leves). O meu apego ao embrião foi imediato! Marquei meu horário na ginecologista, mas consegui só para a oitava semana!

    Semana 5 Cadê o meu Spritz?

    Nessa semana tirei férias e fui com o marido para o Lago di Garda na Itália. Foi simplesmente uma delícia ficar de pernas para o ar! E para não ficar de todo parada até me aventurei no Stand Up Paddle – achei uma delícia e bem fácil, não caí nenhuma vez. Saía da água sequinha! hehehehe Aliás, eu só faltei morar em protetor solar essa semana. Já tenho predisposição a manchas, mas ainda não tenho melasma. Viajei com um arsenal de produtos anti-enjôo, e até vários saquinhos para vomitar (HHAHAHAHA tão eu comprar isso) – mas não precisei, me senti bem a semana toda. Aliás, a fome-draga continuou! Foi difícil não tomar vinho, Spritz e café aos montes na Itália – até brinquei “this baby better be cute!”. Essa semana fez um calor absurdo na Europa toda e eu só consigo agradecer a minha sorte de não estar com um barrigão e pernas inchadas nessa época. No último dia dessa semana fui com meu marido no trabalho dele pra mexermos no ultrassom- e o saco gestacional estava lá com o polo fetal dentro, fiquei bem feliz!

    Semana 6 Esse calorão não está ajudando

    Essa semana começou em Hessen, onde fomos para o casamento de um amigo. Era daquelas festas em que eu só conhecia o noivo, então senti uma falta enorme de ficar me distraindo com os mil drinks deliciosos hahaha Marido se aproveitou da situação, afinal eu era a motorista da rodada. Saímos meia-noite e dirigi por 1 hora na Autobahn até a casa dos meus sogros, onde dormimos. Junta 10 horas de festa (aqui é assim), calor e estrada, eu cheguei completamente morta. A gente ficou com muita vontade de contar pros meus sogros, mas seguramos! Durante a semana, o trabalho seguiu a todo o vapor e o maior desafio foi o calor insuportável que fez. Estava bem cansada mas não sei avaliar se era só por causa da gravidez. Dormi muito mal todos os dias (e no sofá porque no quarto estava uns 50 graus) e segui trabalhando como um touro então acho que estaria morta mesmo não-grávida. O enjôo ainda não chegou, mas a fome se tornou insuportável, principalmente na parte da manhã. Uma fome ruim, que dói, barriga ronca, mesmo eu beliscando a manhã inteira (levo crackers, maçã, berries, queijinho, barrinha e não fico nem 20 minutos sem beliscar mas o estômago não sossega). Na quarta-feira fiquei bem preocupada porque no meio do trabalho a fome foi tão dolorida que achei que estava entrando no caminho da náusea, me deu uma sensação ruim. E eu não tenho tempo para vomitar no trabalho e essa sensação já me desconcentrou muito e não posso me dar ao luxo de desconcentrar porque tenho muita responsabilidade. Imagina estar fazendo procedimentos e pensando na náusea? Não rola. Espero que eu pertença àqueles 25% que não sofre com isso. Amem!

    Semana 7 Essa touquinha é pro MEU bebê mesmo?

    A semana começou bem – fui encontrar com minha amiga em Milão ! Ela ficou sabendo da minha gravidez até antes da minha família. Nem teria como disfarçar porque ela sabe que eu amo um vinho. Além do que, ela é minha conselheira ginecologista, então já tinha enchido o saco dela pedindo pitacos antes de engravidar. Ela deu de presente as primeiras coisas ever do bebê, um gorrinho, luvinhas e meias. Eu não esperava ter/comprar qualquer coisa de bebê tão cedo, então fiquei bem boba olhando para aquelas coisas. “Nossa, é pro MEU bebê mesmo?“. O calor senegalês agora à moda italiana (ou seja: mais quente ainda) continuou por todo o final de semana. Me surpreendi com o tanto que me senti bem fisicamente apesar do calor – nem sinal de mal estar e até a fome tava normal. Domingo à noite de volta à casa e adivinhem – lá fomos eu e marido dar mais uma espiadinha no bebê. Estava ansiosa para ouvir o coração e meio preocupada justamente por estar me sentindo tão bem (isso mesmo que vocês leram). E fiquei muito aliviada quando vimos e ouvimos o coração batendo rápido e forte. Após uma semana de muito cansaço, sono, fome e calor, chegou a esperada consulta pré-natal na sexta. Já tinha ido nessa ginecologista para controle e até gosto dela, mas sei lá, não vou me acostumar com médicos aqui nunca. Mas pelo menos já fiz todos os exames (sangue, urina e claro ultrassom) ali mesmo. Ela datou a gestação como de 8 semanas 2 dois dias no ultrassom (3 dias a mais). Eu mudei a data do parto nos aplicativos e tal, mas sei que é impossível ser isso, minha margem de erro é no máximo de 1 dia para mais, hehehe! Neste mesmo dia aliás senti um cansaço de morrer, de forma que à noite eu mal consegui subir a escada daqui de casa. Foi um terror.

    Semana 8 Me dê mais cinco pêssegos, porque um tá pouco

    Habemus protótipo de olho, perninha e bumbum

    Essa semana começou de forma nada glamurosa: o primeiro (e foi graças a Deus o último) vômito da temporada. Fui muito juninha porque senti a fome-dolorosa enquanto cozinhava e a coloquei “on hold” achando que ia dar tempo da comida ficar pronta. Ledo engano, abruptamente aquilo virou um enjôo incontrolável.Isso meio que abalou minha confiança. Eu já falei para vocês que sou nauseofóbica e vomitofóbica? Tive o horário para cortar meus cabelos na Alemanha pela primeira vez logo após o café da manhã fracassado. Antes comi barrinha, fruta e masquei chiclete de gengibre. Mas fiquei tensa no salão – e a mulher lavando meus cabelos naqueeeela lerdeza. Mais tarde acabei contando pro meu pai, não resisti. Estávamos conversando no skype e eu falando do meu cansaço e ele “você não está com um vírus não?”. Daí estava com a fotinho do ultrassom na mão e segurei na frente da câmera. Ele ficou super feliz com seu futuro quinto netinho! Mas o fiz prometer não contar para mais ninguém. A semana de trabalho foi um arrasto. Fiquei muito cansada, mas também é porque trabalhei de forma muito intensa, então acho que teria ficado morta de qualquer forma. hehehehe A fome continuou de manhã: comi dezenas de framboesas, blueberries e muitos pêssegos (minha nova mania). Aliás, percebi finalmente que a maçã era inimiga e dava é mais fome ainda. Tive um mal-estar noturno leve alguns dias, mas nada de vômito ou enjôo forte. Uma coisa que me chamou a atenção é que a academia está bem mais penosa. O meu elíptico parece que ficou muito mais puxado. E o pior que a frequência sobe muito rápido, então para deixar nos 140 bpm desejados eu tive que reduzir muito o peso. Uma pena, pois com o tanto que estou comendo …

    Semana 9Vovós de primeira viagem

    Começamos indo para a casa dos meus sogros para contar a novidade. O plano era esperar mais um pouco, mas marido não aguentava mais segurar. Demos uns presentinhos dizendo que era souvenir da Itália, mas quando abriram era isso aqui:

    Canecas de “melhor avó e melhor avô do mundo”. Eles obviamente ficaram super felizes com o netinho #1 que está a caminho. E já começaram a “desenterrar” todas as coisas de bebê que têm por lá (sim, ainda têm tudo dos seus ex-bebês). Foi bom “sair do armário“, pois não tive problema de negar o vinho, salames, as várias xícaras de café, etc! E tive todo o aval para ficar dormindo e descansando boa parte do final de semana, hehe . E já pude receber uns paparicos! Xô aproveitar, né, porque quando o bebê chegar acho que não sobra paparico nenhum pra mim mais não! 🙂 A semana de trabalho foi mais intensa que o normal e foi, digamos, sobrevivida. O cansaço após o almoço ainda é inexplicável. Dá vontade de chorar de saber que vou continuar trabalhando umas 4 horas quando tudo que eu queria eram horas de sono. E quando chego em casa na sexta cheia de planos e coisas para fazer eu só consigo ficar imóvel no sofá por horas. Mas a coisa boa é que a fome dolorida está melhorando. Ainda tenho muita fome e levo uma bolsa térmica com muitas frutas, mas não tá dando mais aquele medo de ficar enjoada. Terminamos a semana vendo o baby dar uns pulinhos no ultrassom. Que coisa mágica!

    Semana 10 A new hope

    Essa semana fiquei muito feliz, porque – acreditem – os sintomas melhoraram muito. Já me considerava afortunada até então por não ter tido nada extremo, mas agora sim sinto que estou voltando “ao normal”. Continuo faminta, mas é uma fome “boa”, sabe? Aquela fome dolorosa que se eu não comesse imediatamente conduziria ao enjôo pathway, passou! Agora tenho tempo para pensar ou mesmo preparar algo pra comer. Isso vai me dar a chance de me alimentar melhor. Não estava me alimentando mal até então, mas era O TEMPO TODO. Tipo mil frutas por dia. E à noite era pão mesmo. Não dava tempo para pensar/procurar muito. Ontem – vejam vocês – fiz panquecas integrais para jantar. Aliás, consegui comprar/usar ovos novamente – antes só de pensar me dava asco. Mas continuo sem amar ovos nem carnes. E hoje, domingo, vou fazer meu almoço saudável calmamente. Eu não estou comendo salada fora de casa, então é uma mão na roda ter esse ânimo novamente, porque lavar/secar/preparar salada é um saco.

    Habemus disposição para cozinhar novamente!

    O cansaço continuou, mas a disposição aumentou e consegui ir seis vezes à academia essa semana após o trabalho. Não é nada fácil, mas desde que eu esteja saudável, sei que é o melhor para mim e pro baby! De novidade, sinto às vezes uma leve dor não-localizada na parte posterior da coluna, tipo quando levanto do sofá. Meu curso de Yoga Pré-natal só começa em três semanas, então comecei hoje mesmo o curso online do Yogaglo. Fiquei de cara como que “desalonguei” nesses meses sem pilates/yoga. Não tive coragem de fazer pilates, porque o meu era muito exaustivo. Mas vamos retomando ao poucos…

    Semana 11 Namorando a caderneta

    Nunca escrevem meu nome certo nesse país, sempre enfiam um H no meio, rs

    Foi uma semana “solo”. Marido foi passar uma merecida semana de descanso (e surf, rs) com o irmão nos EUA. Mas aproveitei para organizar muitas coisas. Fiz uma faxina com declutter monstro no sábado. A única coisa que pedi pro meu marido trazer dos EUA foi um bodyzinho, de preferência com alguma referência ao Rocky Balboa. hahaha Mas não pedi mais nada, tô numa vibe total “não a cacarecos” e não vou comprar nada além do que meu bebê precisará. E convenhamos, aqui já estou bem servida de possibilidades a um bom preço. Combinamos a partir de agora: semanas cansativas até que eu diga o contrário, hahaha! Mas o que mais começou a me incomodar foram dores nas costas (já!!!). Meu trabalho infelizmente carrega grande culpa sobre esse fato, é um trabalho altamente não ergonômico. Tirando a frequente falta de apoio para cotovelo suspenso ao ar, eu sempre acabo tendo que esticar o pescoço para olhar na lâmpada de fenda (e isso zilhões de vezes ao dia). E ainda não costumo ter apoio nas costas, pois ou apoio as costas ou encosto os pés no chão. O problema de ser uma mulher pequena num país de gigantes. Estou meio tensa como isso irá se desenvolver. Farei minha parte (alongamento, Yoga, etc) mas estou insegura.
    No final dessa semana atingi as esperadas “12 semanas”, e fui à segunda consulta pré-natal. Lá recebi meu Mutterpass, que é a caderneta de mãe. Lá estavam todos meus exames da vez passada, graças a Deus tudo normal. Ainda não foi minha triagem de TN, que será na próxima num serviço mais especializado, mas a médica mesmo já disse que não viu anormalidades, nem edema no pescoço, acho que isso já reduzirá minha ansiedade para a próxima. Aqui não costumam falar o sexo cedo, quanto mais sem certeza. Mas vi ela olhando o bumbum por baixo várias vezes, mas só disse que as perninhas estavam cruzadas. Pedi também para dosar minha imunidade para varicela (fui imunizada na adolescência mas nunca confirmei) porque a lei de Murphy está me mandando pacientes com Herpes Zoster numa frequência como nunca tive antes. Enfim … bom é que os exames já são lá mesmo, aqui não tem isso de ir pro laboratório colher algo. Vi o neném já bem crescidinho e quando cheguei em casa contei finalmente para meus irmãos e para amigas mais próximas. Shit is getting real! =)

    Semana 12Ninguém disse que seria fácil

    Sala de tortura, digo, de espera

    Essa semana finalmente contei no trabalho da gravidez. Outra coisa boa foi que meu marido trouxe uma calça de grávida pra eu trabalhar que é a coisa mais confortável do mundo. Amei tanto que entrei no site da marca (Motherhood) e encomendei outras coisas (chegou rápido, 1 semana). Mas o grande highlight era o nosso primeiro screening. Aqui o screening com transluscência nucal não é exame padrão. Faz quem quer e costuma ser em um serviço especializado (não foi minha gineco que fez). O screening básico consiste em um ultrassom muito completo (30 minutos!) e dois marcadores no sangue. Estava muito tensa, indescritível. A TN, osso nasal e órgãos estava todos normais e o risco para cromossomopatia foi baixo. Mas infelizmente não foi tudo como eu esperava (esperava um risco menos de 1:1000) mas foi 1:956 com base no ultrassom. Aguardo o exame de sangue para saber se o risco diminui ou aumenta mais. Isso porque o ducto venoso mostrou um leve refluxo. Enfim – ela disse que era uma pequena alteração só, que não ia significar nada pro bebê, mas que isso que deixou o risco em 1:956 (seria muito menos se não fosse por isso). Mas e a CRM+ aqui, como ficou? Completamente sem chão. Já pensando no pior, cardiopatia no mínimo. E o marido tentando me consolar. De lá eu tinha um horário para fazer sobrancelha num salão novo, após 10 meses sem fazer, e nem olhei no espelho pra ver como ficou. Se a mulher tivesse depilado minha sobrancelha toda eu não ligaria. Pra vocês verem o meu estado. A médica comentou que acha que é uma menina, e eu nem consegui curtir. Não consegui curtir nada. Estou muito pra baixo. 🙁 É, esse é o preço do Screening, principalmente quando cafunga demais. Sempre há risco de falsos positivos. Espero que seja falso positivo!

    Semana 13Será que vou conseguir?

    nossa quase “hood”

    Passei o final de semana inteiro chorando. Já na segunda saíram os resultados dos exames de sangue e eles reduziram muito o risco para cromossomopatias, então já fiquei bem mais tranquila. Não 100% tranquila porque sou eu, né? hehe Vamos fazer um eco em novembro pra ter certeza que está tudo bem. A semana foi um arrasto, muita coisa para fazer e mais algumas coisas após o trabalho. Consegui manter minha rotina de exercícios e me alimentar de forma saudável. É um grande alívio não precisar mais ficar comendo a manhã inteira no trabalho! Só não posso dizer que o cansaço passou. Sexta estava tão morta que fui para a cama às 20:00. Acho que não fazia isso desde criança. Mas é difícil dizer se é só por causa da gravidez ou exaustão mesmo – porque ela acabou indiretamente adicionando um monte de trabalho extra (tenho que pensar em tudo o que vou comer, nada de saladinha na rua mais … a rotina de cuidados mais trabalhosa, enfim). Essa semana também fomos olhar uma casa pela primeira vez. Queríamos ficar mais um ano aqui, olhando casa com calma, mas vimos uma oportunidade interessante. Vamos ver no que dá.

07
fevereiro
2019

A história da minha gravidez

Postado por Ana em Maternidade

Esse post inclui informações bem pessoais, mas eu acho que tem informações bem relevantes para quem quer engravidar – ou apenas curiosidades mesmo. Sabe, eu tenho total consciência que minha experiência até então foi afortunada e sou grata por isso . Mas consinto enormemente com todas as mulheres que passam/passaram por dificuldades de engravidar e por perdas gestacionais. The struggle is real, e isso tudo é mais comum do que se pensa. Então, tenham sempre muito cuidado quando perguntarem para alguém “pra quando é o bebê” ou mesmo algo inocente como “vocês querem ter filho?“. Sei que não é por mal, mas essa pergunta “inocente” pode estar fazendo alguém sofrer.

Planejamento e a questão hormonal

Em relação à minha história: mudar de país me fez voltar alguns anos no tempo. Eu particularmente quis estruturar minha vida inteira antes de pensar em ter neném. Queria ter um trabalho estável, gozar de uma licença maternidade tranquila e resolver tudo o que estava pendente. A cada ano que se passava, eu pensava que talvez ia querer ter filho no próximo. Sempre quis ser mãe, mas também não era a mais “mumzilla”. Em janeiro de 2018 eu resolvi parar de tomar a pílula após 16 anos (!!!!). Na verdade ainda não estava disposta a tentar, mas queria ver a quantas andava meu sistema hormonal. Comecei a usar pílula adolescente por um diagnóstico questionável de SOP. Ainda tenho que dosar hormônios pra ver se ele procede, os critérios atuais mudaram bastante. O resultado dos anos de pílula foi um APAGÃO de todo meu sistema hormonal, auge da minha juventude, por 16 anos. E disso, amigas, me arrependo enormemente. Eu nem conhecia meu corpo. Então os primeiros meses tirei para observar isso mesmo e as coisas pareciam estar bem normais.

É agora!

Em fevereiro de 2018 fui para Milão e até comprei um diário de gravidez porque achei fofinho, mas achava que ainda ia demorar um bocado. Ainda tinha, adivinhem, pendências. E um medinho também. Sabe quando a vidinha tá boa, acomodada? Enquanto soprava as velinhas do meu aniversário em abril de 2018, vimos que estávamos nós dois “finalmente” prontos para embarcar nessa aventura. 🙂 A idéia inicial foi: “sem pressão, sem nada calculado, se acontecer aconteceu“. HAHAHAHAHAHA Mas naonde? Isso me deu uma baita ansiedade, fiquei uma pilha e não consegui deixar pro acaso. Talvez influenciado por isso, ou por uma má coincidência, justamente o ciclo em que resolvi engravidar foi o mais desregulado ever e ele só resultou em ovulação pouco mais de 2 meses (!) depois.

Para não perder a oportunidade

Graças aos meus testes e medidas, não deixei essa oportunidade passar! Uma informação: Um casal de até 35 anos e saudável, tendo relação frequente (2-3x por semana), tem cerca de 86% de chance de engravidar em um ano de tentativas. Isso porque o encontro das células reprodutivas não garante fecundação, muito menos implantação. O que fiz e que pode ajudar a optimizar:

1) Medidas pró-ovulação: quem tem o sistema hormonal desregulado, deve dar uma “mãozinha pra ele”. Claro que pra casos mais complexos existem tratamentos “de verdade”. No meu caso, assim que vi que a coisa estava desgringolada, fiz dieta praticamente de diabético para controlar meu eventual ovário policístico, CUJA GÊNESE está na resistência à insulina. Por isso que tem gente que trata SOP com Metformina para engravidar! Cortei doces, continuei fazendo exercícios físicos regulares, tomei suplemento de zinco e magnésio. E é muito importante cortar ADOÇANTES artificiais também, pois eles interferem em toda a sinalização hormonal (até então eu usava muuuuito no café e isso pode ter interferido). Controlar o estresse é importante, mas isso não consegui.

2) Testes de ovulação. Informação básica: os ditos testes de ovulação na verdade não acusam quando você ovula, mas sim o pico do hormônio LH que causará uma ovulação horas depois. Comprei umas tirinhas baratinhas da One Step para fazer todos os dias e deixei o da Clear Blue digital (que mostra carinha feliz, é caro!) só para confirmar minha suspeita. Então via a linha da tirinha se escurecendo dia após dia e quando ficava mais ou menos igual ao do controle eu fazia o digital. IMPORTANTE: Toda ovulação é antecedida por um pico de LH, mas nem todo pico de LH gera uma ovulação e essa é a pegadinha da coisa. Mulheres com SOP podem ter vários picos de LH (“testes positivos de ovulação”) durante o ciclo, e sem ovular. O próprio teste da Clearblue diz na embalagem que não é recomendado nesses casos. Mas eu discordo. Melhor ter falsos positivos e “namorar à toa” (kkk) do que perder a oportunidade. Sou a prova viva disso: peguei um pico de LH (teste de ovulação) positivo no dia 12 do ciclo, com carinha feliz e tudo, mas que NÃO RESULTOU em ovulação nenhuma. Como soube disso? Aí vem a importância do gráfico de temperatura.

3) Gráfico de temperatura: O aumento da temperatura basal é que confirma que a ovulação ocorreu. Só assim soube que não houve de fato a ovulação na época esperada (apesar do teste de ovulação positivo). A temperatura sobe DEPOIS que a ovulação já ocorreu, que é quando a progesterona sobe. Ou seja: não adianta esperar a temperatura subir pra namorar! Mas além da menstruação (ou gravidez) que chegará umas 2 semanas depois, a temperatura é a única forma de confirmar em casa que você ovulou de fato. Só após o segundo teste positivo do ciclo (mais de 2 meses depois) é que a temperatura deslanchou e confirmou a ovulação.

Mas …. Medir temperatura é chato. Tem que deixar o termômetro (usei esse) de duas casas decimais, sempre igual, do lado da cabeceira. Você mede ao acordar antes de fazer qualquer coisa. Qualquer coisa mesmo! Recomendo medir na boca, sublingual, boca sempre fechada. Deixe completar 3 minutos, ainda que apite antes, pois ela ainda sobe um pouco mais. Tem que ser sempre no mesmo horário, ou o melhor que conseguir.

4) O App de ouro

Recomendo forever esse app: o Fertility Friend. Paguei infelizmente 1 ano premium de cara, rs. Mas a função grátis já é super suficiente. É nele que plotava minha temperatura. Vou dividir meu gráfico com vocês. Vejam bem que gráfico enorme e bizarrão!!!! Mas claramente bifásico. A partir do dia em que a temperatura sobe dá aquela ansiedade: é a fase lútea normal ou gravidez? Após uns 14 dias você pode descobrir: ou vem a menstruação ou a gravidez. Se a temperatura se mantém elevada, você provavelmente está grávida. Foi muito difícil controlar a ansiedade para não testar muito cedo!

5) Outros métodos: análise de muco cervical, colo, libido

Convém descrever o máximo possível para conhecer seu corpo, mas isso aí prefiro deixar vocês procurarem na internet. 🙂

Como descobri a gravidez

Olhos marejados ainda, “DIGA X para a fotinho do ANTES!”

À medida que via a temperatura se mantendo alta eu sabia que “estava” no jogo. Me segurei ao máximo para não fazer os testes ultrassensíveis (comprei esse baratex aqui) muito cedo, pra não pegar uma “gravidez química”, que é um aborto muuuuuuuuito precoce, antes mesmo da menstruação atrasar. Então eu estava firme esperando o 14 DPO (pós ovulação) para fazer o primeiro teste. Na segunda-feira daquela semana (9. DPO) fiquei desconfiada porque comecei a salivar muito. Tipo, muito mesmo! Também estava com a barriga MUITO inchada e a calça do trabalho apertando. Mas fiquei na dúvida, porque sempre pode ser psicológico e/ou TPM, né? Mas isso me deu super esperança. Mas na quinta, que era o 12. DPO, saindo do trabalho fui ao banheiro e vi um spotting, mas achava que estava meio tarde pra ser um sangramento de implantação. Cheguei em casa chateada e meu marido disse “calma, tem um champagne geladinho na geladeira, você faz um teste pra gente ter certeza e a gente toma champagne e vai passear”. Fiz o teste na tirinha ultra-sensível xing-ling e pisquei uma vez e vi ela se escurecendo. Achei que estava alucinando. Surreal. Abri logo um clear blue que tinha e fui vendo a cruzinha positiva se formando. Gente, acho que é uma das melhores sensações que já tive na vida. Queria fazer algo fofo, mas na real saí quase rolando escada a baixo com os dois testes na mão. Daí fomos passear pela cidade – era um lindo dia de julho. O engraçado é que fomos andando de mãos dadas meio sem falar nada, meio em choque e pensativos. Sabíamos que nossas vidas mudariam para sempre. Eu feliz e cheia de medos. Medos pois eu imediatamente me conectei àquele monte de células e não conseguia tolerar outra possibilidade que não fosse me tornar mãe no início de 2019.

E vocês? Como foi a história de sua gravidez? Foi fácil, difícil? Alguma dica para dividir?

Beijos

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