05
setembro
2019

Fomos ao Brasil (apesar da TAP): a primeira viagem de avião com bebê

Postado por Ana em Crônicas cosméticas, Maternidade

Como comentei, meu marido tirou 2 meses de licença paternidade (sim, aqui tem isso – quem quiser entender mais, só ler o post sobre isso). Aproveitamos então para viajar com nossa filha durante a maior parte deste tempo. Iniciamos as viagens com o Brasil-sil-sil, para ela conhecer os primos, tios, minhas amigas… Quem vê assim acha que a decisão foi fácil. Pelo menos da minha parte, não foi – senti vários medos, cheguei a bater o pé que não queria ir. Medo principalmente da viagem de avião – tão longa e com conexão, com um bebê que definitivamente não é um angel baby, não dorme em bercinho nem com barulho nem em carrinho e nem “do nada” no colo… E sendo que tenho pânico de avião e que ainda ia ter que viajar “de cara limpa” (tanto pela amamentação como pela energia necessária para cuidar do bebê), hehehe! Também tinha medo de ela ficar doentinha por lá, já que eu mesma peguei zigziras nas últimas 3-4 vezes que fui. Ainda a questão do sarampo e o medo de circular em aeroportos, avião, etc. Enfim, mil medos!

Tem uma pessoa que adoro que sigo no instagram, especialista em disciplina positiva, toda zen e cheia de jeito com bebê. Um dia ela fez um textão nos stories sobre a superação de fazer um vôo BH-Rio (40 minutos) pela primeira vez com o bebê de 3-4 meses dela. Nesse dia lembro que pensei: “FERROUUUUUUUUUU!!! Se ela que é toda zen passou esse perrengue num vôo de 40 minutos, como vai ser comigo?” Eu me informei, preparei, vi mil vídeos de dicas para voar de avião. Mas me desanimava porque nenhum desses bebês lembrava nem de perto a minha. Eles dormiam em um bebê conforto enquanto o mundo caía no avião. Gente?! Essas dicas não serviam para mim. Eu estava tão insegura que levei fórmula na ida (sendo que ela nunca pegou mamadeira, rs) de medo do meu leite não ser ejetado pelo pânico, kkkkk! #tãoeu

Mas graças a Deus tenho ao meu lado o ser mais otimista do mundo e ele me convenceu a irmos ao Brasil. Era importante demais e nenhum medo é maior do que as memórias deste momento com a família. Fora que conseguir ir para ficar 3 semanas é uma oportunidade que temos que aproveitar. E ele tinha razão. Não importa o perrengue no avião (a não ser que caia hehehehe) SEMPRE vai valer a pena.

A odisséia dos vôos

Primeiro, em relação à viagem de avião com bebê de 4-5 meses. Pra começar, ao contrário de vídeos que vi – A MINHA bebê de 4 meses não só “mama e dorme”. Ela tem mil necessidades além disso e fica muito entediada muito fácil, não fica sentadinha num bebê conforto com cara de plasta olhando pra gente, jamais (leia em francês: jaméee). Claro que a gente (eu! marido nem aí) fica com medo do perrengue do bebê esgoelar a viagem toda e você nem tem pra onde correr. Mas é só respirar fundo e pensar que AINDA que seja este o caso, isso não deve ser maior do que as alegrias da viagem. Ainda que ocorra pior do cenário, serão horas que depois você esquece, e se deixar de viajar por causa disso vai se arrepender depois COM CERTEZA. Isso sem entrar no tema que bebê chora mesmo e todo mundo já foi bebê um dia. Ninguém é obrigado a curtir viajar do lado de bebê, claro (eu detesto), mas ninguém pode falar nada. Se alguém falasse algo pra mim ia ouvir, ô se ia.

MAAAAAAAAS …. eu cometi sim um ENORME erro ao marcar os vôos. Escolhi a TAP! Justamente pela conveniência de o grande vôo terminar em BH, pois o que sempre me deixou exausta foi a conexão em SP no fim da viagem. Contudo, mais que um fato pontual, ficou muito claro para mim que a TAP não tem qualquer consideração com quem viaja em família. Fomos para a casa dos sogros perto de Frankfurt para pegar o vôo das 6 da matina no aeroporto. Eis que às 02:30 da manhã eu vejo um e-mail confirmando o Check In. Aí beleza, achei que tinham reenviado. Mas quando fui vendo os detalhes do vôo vi que não tinha nada a ver com o nosso. Era um vôo estranho de 7 horas de conexão em Lisboa e indo pra Campinas etc. Levantei no pulo e fui ver o que tinha acontecido. Com muito custo consegui falar na TAP e entendi que tinham cancelado o vôo. Gente, custa escrever isso, avisar de alguma forma na mensagem “ATENÇÃO!!!! VÔO CANCELADO/ALTERADO”? Poderia facilmente não ter percebido e ter ido de madrugada ao aeroporto à toa.

Como diria o Ross:

eles deviam colocar em letras garrafais

Foi uma zona, família incluindo bebê sentada à mesa às 3 da manhã, resolvendo a situação. Remarcamos pro mesmo vôo no dia seguinte, pois o vôo alternativo oferecido era impraticável pra gente. Daí surgiu outro problema, eu disse pro homem que tinha reservado lugares “de bebê” na aeronave e que gostaria de tê-los de volta mas os novos números da poltrona eram outros. Pois o luso me GARANTIU que eram sim lugares de bebê. E eu: “tem certeza? É outro modelo de aeronave então né?”. E ele “sim senhora“. Ora pois, ele queria era se livrar de mim às 3 da manhã. No dia seguinte, não convencida, liguei de novo e a nova atendente me deu a real: “não senhora, são lugares no fundão mesmo. E não tem mais lugar de bebê”. Fiquei chateada demais – mas a solução foi comprar um upgrade pra business, que estava relativamente barato (e nesse caso de atraso grande pelas regras de UE temos direito a 600 euros por cabeça). Pois veio a próxima noite e vamos lá novamente. De novo eu em claro de preocupação, mas conferi e-mail e nada suspeito, ótimo! Tirei minha bebê dormindo do berço às 2:30 da manhã (quem é mãe sabe o quanto isso nos dói, hehe), e a coloquei no carro (ela não curte, é um estresse) e lá fomos. Quando estávamos na fila do para entregar malas eis que chega um SMS misterioso com novas informações de vôo. “Not agaaaaaain“, pensei. Pois sim, AGAIN! Vôo cancelado. Lá fomos nós para aquela fila giga de remarcação – e aqui não tem isso de preferencial pra bebê não, viu? Escorreu uma lágrima. Após muito estresse acabamos aceitando um vôo horrível, passando por Paris e Guarulhos. Então o vôo longo seria de Air France – detalhe que ele nos colocou na econômica da Air France sendo que tínhamos pago o upgrade da TAP. Se não tivéssemos visto/queixado ficava por isso mesmo. Houve ainda uns percalços para resolver junto à Air France porque não estava no sistema deles. E voltamos mais uma vez para a casa dos sogros, para retornar ao aeroporto no fim do dia. A gente tava pior que bumerangue.

a filinha pra remarcar

A experiência em si a partir do momento que a viagem “de verdade” começou: achei TOO MUCH para minha bebê, pela personalidade dela. Graças a Deus ela dorme no canguru, foi assim que conseguimos fazer tudo, senão essa viagem nem seria possível. Ela é uma bebê MUITO curiosa e excitável, então o ambiente de aeroporto foi muito pra ela. Não me esquecerei nunca de quando passávamos pelo Free Shop do Charles de Gaule, aquela luz quase neon, e TUMTCHI TUMCHI TUMCHI e mil pessoas. Ela ficou tão elétrica que seguiu por essa área gritando fininho: AAAAAAAH (nem tava chorando, mas de excitação mesmo). Colocamos ela no canguru para acalmar, porque tava demais. Agora a gente ri, mas foi tenso. Mas enfim, muito cansativo pro neném, vira um tira-e-põe de canguru, passa no Raio X, controle de passaporte, etc etc.

O seu primeiro vôo foi na Lufthansa pra Paris e foram uns doces, até brinquedinho ela ganhou. Foi uma hora só, ela tava acordada mas foi ok. Em relação ao vôo Paris-SP, ele em si foi ok. A fileira da business da Air France era de uma cadeira só, então a cadeira do marido estava atrás de mim. Ele se divertiu horrores, tomou champagne, viu filme, lucky bastard! 🙂 Eu “trabalhei” a noite toda, pois sabia que nessa circunstância ela só dormiria mamando/no meu peito. E tive que me esforçar para ela permanecer assim, a protegendo do barulho, luz, etc. Assim que a aeronave correu pra decolar, coloquei ela pra mamar e ela dormiu, eram 23:30. E por ali ficou a noite toda, mamando/dormindo. Até montaram um bercinho pra ela, mas tipo num lugar meio alto sem eu conseguir ver, com aquela barulheira de gente passando, que para ela dormir ali só nascendo de novo com uma personalidade totalmente diferente. E foi ali, na calada da noite, que dei a maior prova de amor que minha filha poderia receber: eu disse pro aeromoço que não ia jantar, quando ele me perguntou se eu tinha escolhido a refeição. Simplesmente não valeria a pena acordá-la com o risco de ela não dormir mais e eu ficar indo pra lá e pra cá, naquela exaustão que eu estava de quem não dormia há 3 dias. Fiquei com fome, vontade de ir ao banheiro e sede (não quis beber água pra não dar mais vontade, rs) a madrugada toda, mas ela também não deu um pio. Só de manhã mesmo ela acordou e tivemos um trabalhinho para entretê-la dentro do avião por uma hora. No vôo SP-BH ela estava mais cansada/chatinha mas foi um grande nada em relação ao resto da experiência. A vantagem dessas aventuras é justamente mudar a perspectiva sobre o que é difícil e o que não é. Reservei um transfer pra bebê no aeroporto porque taxi não tem cadeirinha né?

A TAP também avacalhou a volta

O vôo da volta foi em si muito pior. Quase antes de ir ao aeroporto fui entrar num taxi e torci meu pé muito feio. Achei que tinha rompido tendão (ouvi RIIIIIP) mas meu marido garantiu que não e que só distendeu. Então ok, mas fiquei mancando . Uma maravilha. Bom, fui fazer o check in online e vi que os assentos não eram aqueles da frente que eu tinha reservado, mas números maiores. Liguei na TAP e, claro, não souberam me informar o motivo. Deixei para fazer o check in no aeroporto e, assim, com um monte de desculpa de peidorreiro, a atendente disse que fomos relocados e estávamos no fundo e separados. E que ela poderia me oferecer UM lugar pra bebê mas separada do marido, já que ao meu lado estaria outra mulher com bebê. Isso foi obviamente uma mentira, já que ao meu lado estava uma família normal de adultos, para os quais a TAP VENDEU os lugares com mais espaço para as pernas e que o bebê se explodaaa. Tentei fazer upgrade de novo, mas fui informada que a TAP tinha a política de não fazer upgrade para menores de 2 anos. Quando disse que fizemos na ida, ela falou “ahmmmmm, tá cheio, não tem lugar”. Sim, terceira mentira! Ó o naipe da companhia aérea, amigos. Quando me sentei com a Lili, a situação foi pior do que eu tinha calculado. Do meu lado tinha uma mulher com cara de c* e vi que o assento era estreito demais para ela dormir mamando, já que as perninhas chegariam ou na metade do corredor ou na metade do assento da mulher com cara de c*. Entrei em pânico, meu Deus, como ela ia dormir? A grande sorte no azar é que o espaço ao lado do meu marido ficou vago, então troquei com ele e fiquei novamente a noite toda com ela dormindo no meu peito. Mas foi bem mais difícil porque o avião estava uma zona, estávamos perto dos banheiros e eu juro que nunca na minha vida vi tanta gente usando banheiro num avião. Era uma fila constante. Tava tão zoneado esse vôo que tinha um poodle passeando livremente sem o dono pelos corredores. Brinquei que a próxima etapa é ter um burro passeando pelos aviões da TAP.

Meu marido até descobriu que isso não é impossível, vejam essa reportagem:

TAP em um futuro próximo, hahahhaa

Entre Lisboa e Frankfurt passamos um aperto por 40 minutos para entretê-la – ela não gosta nem de sentar no colo mais, tem que levantar, ver coisas!. Mas depois, como tinha dormido meio mal, ela dormiu no meu colo até depois de pousarmos, então foi um vôo bem ok.

Enfim, o que me deixa mais chateada nessa história é que o vôo nesse caso é cancelado por motivos econômicos mesmo. Porque para eles compensou de alguma forma financeiramente. O tempo estava bom, aeronaves ok! Ninguém da companhia sabe falar o porquê de terem cancelado as duas vezes. Por isso que eles não costumam cancelar vôos longos à toa. Mas esse Frankfurt-Lisboa cancelam sem dó! Por isso é importante que CADA passageiro procure seus direitos, para parar de valer a pena para a companhia! Não tenho a ilusão que existam cias aéreas 100% boas ou ruins. Com certeza é possível ter uma boa experiência com a TAP e uma má com outra companhia. Mas ficou claro para mim que na TAP eles c*gam para famílias e a chance de passar perrengue voando com bebê é maior. Nosso próximo vôo será de Lufthansa passando por Guarulhos mesmo, agora que sabemos a facilidade com que a TAP cancela vôos curtos (no nosso caso, Frankfurt-Lisboa). Em relação à TAP, não vamos ficar só nos formulários, vamos entrar com advogado também, achamos um desrespeito enorme e ainda perdemos 2 dias de nossa viagem.

Boas memórias

Eu infelizmente usei essa viagem para resolver muita burocracia – fui 2x ao cartório, 4x ao banco, 2x ao PSIU da Praça Sete e 2x a uma contadora. Mas tirando isso, a viagem no Brasil valeu muito a pena. Nós três ficamos saudáveis o tempo todo, graças a Deus (adendo: sempre fazer seguro de saúde E viagem ao viajar com bebê – porque imagina só viajar com um bebê resfriadinho? Não rola!!! Fiz da Allianz ). Encontrei com muitas amigas (infelizmente não deu pra ver todas), passamos muito tempo com a família. As priminhas ficaram doidas com ela. Ainda que ela não vá se lembrar dessa viagem em si, nada paga ter essa memória (e fotos), da primeira viagem da Lili ao Brasil, com 4-5 meses. Até um pequeno mesversário fizemos, não dava pra deixar a oportunidade passar – e já até imprimi a foto do vovô com todos seus 5 netinhos para colar no álbum dela.

Ah, o interessante é que bebê novinho assim aparentemente não tem jet lag – ela meio que ignorou e seguiu tanto na ida quanto na volta a luz do sol mesmo. Isso foi uma surpresa para mim, mas adorei, claro.

Qual passaporte?

Pequena observação burocrática: Lili viajou com um “Kinderreisepass” que é mais barato/rápido de fazer que o normal. Custou 13 euros e ficou pronto na hora. Pro Brasil e maior parte do mundo ele serve, mas não pros EUA por exemplo. Ela ainda não tem a nacionalidade brasileira, e vou esperar uns anos para registrá-la. A partir do momento que seu filho tem a nacionalidade brasileira, os agentes da PF têm o DIREITO de pedir o passaporte brasileiro dele (caro, nem tem consulado na minha cidade e só dura 1 ano pra bebê). Sei que na maioria das vezes vai dar certo viajar só com o alemão, mas no site do consulado eles falam disso, que TEM que ter o brasileiro também. E eu JURO que o agente que peguei no aeroporto ia pedir o dela. Ele era mal-humorado e perguntou TRÊS vezes se ela não tinha nacionalidade brasileira, tava com sangue nozóio pra pedir o passaporte. JURO JURO!!! Portanto, pode dar rolo se não tiver, e imagina passar esse perrengue todo de viagem pra não entrar no final? Eu não arriscaria de jeito nenhum.

Ironicamente, vou parafrasear um grande poeta português para finalizar o post:

Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena. Quem quer passar além atlântico tem que passar além da dor. Deus ao Brasil o perigo e abismo deu, mas nele que espelhou o céu.

Beijos

04
julho
2019

Os últimos 100 dias

Postado por Ana em Maternidade

Post estilo diarinho contando um pouco dos 100 dias da minha vida com a Lili. Já faz mais de 3 meses da experiência mais transformadora da minha vida. Muito mais transformadora que casar, que mudar de país, que perder pessoas. Ôxi, muito mais. E como tudo: algumas coisas foram exatamente como pensei que seriam, outras foram melhores e outras piores! Normal, né?

Os primeiros dias após chegar do hospital tiveram a chatice de eu ainda carregar as dores do corte e os sintomas da anemia, mas estava psicologicamente muito bem. Nessa época apareceram muitas visitas, inclusive da doula (me deu mais trabalho do que ajudou, porque não precisei dela rs), às vezes 6 pessoas ao mesmo tempo – e de alguma forma eu tava era dooooida pra ficar sozinha com ela em casa.

O mundo paralelo

Mas o que mais me marcou nesse tempo? Foi quando lá pela sua terceira semana de vida eu tive um choque de realidade, quando conheci “o mundo paralelo da maternidade“. Foi um dia em que fui ao centro com meu pai e ela dormia no carrinho (bons tempos, não dorme mais no carrinho). Fomos ao Kaufhof comprar uns presentes pras minhas sobrinhas e quando chegamos lá, vi a escada rolante que sempre usei e tive que ignorá-la e pela primeira vez procurar o elevador mais próximo. Achamos e esperamos uns 5 minutos pra ele parar no térreo. Saíram pessoas com carrinho de bebê. E nós entramos com outras pessoas com bebês. Alguns longos segundos ali e todos se entreolhando meio que pensando “tamo junto!”. Enfim, após 1782726728283728283 segundos chegamos ao andar de baixo. Essa experiência me marcou profundamente, inclusive fiquei mal esse dia e atazanei minhas amigas no whatsapp. Ouvi o CRASH POW BANG de histórias em quadrinhos. O som de atravessar o mundo paralelo.

O mundo em que tudo demora mais, em que tudo tem que considerar os filhos, em que você olha pros lugares pensando se ali um carrinho passa/cabe, em que você sai de casa toda carregada de coisa por causa de um mini ser-humano. Em que você começa a enxergar como existem bebês e crianças e filhos. POR TODA A PARTE – como você não viu antes? Em que às vezes você se questiona se há um complô em que ninguém avisa a treta que é ter filho, pra todo mundo ter e IF IM GOING DOWN YOU’RE GOING DOWN WITH ME. Mas em que outros momentos você vê aquele sorriso banguela e entende … não há complô algum. Você enxerga o mundo-matrix de tudo aquilo que você sempre leu as tais ~mães~ descreverem e nunca deu bola e ainda achou chato ter que ler. E eu pensei em quantas vezes torci o nariz pra ler “só mãe sabe” (SÍH Mí SIBIIII) e o quanto mandei mentalmente todas tomarem no cool, das vezes que chamei licença maternidade de “BABY VACATION” para no fim Zeus apontar pra mim e falar “CUMPRA-SE!” e me fazer atravessar pro outro lado. Pera que o Pânico tá batendo na minha porta com as sandálias da humildade.

Mas aqui – um mundo sem Lili? Inimaginável. Outro dia sonhei que ela não estava mais em lugar nenhum e acordei com uma tristeza enorme, só para vê-la no bercinho e sentir o maior alívio do mundo. Quando ela nasceu falei pro meu marido que eu estava preocupada porque ainda o amava MUITO mais do que a amava. Aqui portanto não houve paixão-instantânea-miojo mas o amor que cresce a cada dia. Ó, não é fácil convencer meu coração e entrar na minha panela. Mas ela conseguiu e atualmente uma escolha de Sofia entre os dois já seria mano a mano.

A parte mais divertida é ver seus progressos. Como já conheço seus trejeitos, que aparecem e um belo dia somem. A Lili-Louca, a Lili-Tartaruga, a Lili-Olivia-Palito ja chegaram e foram embora sem dar tchau. Mas surgiram outras. A forma que ela acorda feliz, pronta pra viver. Ela acorda igual a um cowboy domando um touro bravo, só falta dizer “YEE-HAW, vem mundão, tô pronta pra você”. Quando eu via bebês de três meses não imaginava o tanto de personalidade que cabia ali. As vezes acho que tenho o bebê mais curioso do mundo, a chamo de “Curious George” e desconfio que por ser tão curiosa é que ela só consiga tirar soneca virada pra mim no sling.

Pensando transcendentalmente, é interessante como tenho sido obrigada a trabalhar algumas deficiências minhas. Menos egoísmo, mais energia e mais força. Ou você consegue ou você consegue, saca? Qual a outra alternativa? E ver o quanto eu sou resistente/forte pra cacete. Quem mora no exterior sabe que a tal “rede de apoio” é limitada. Às vezes tá mais pra ponto de apoio e olha lá. E me permitam a grosseria e soberba de chamar, aqui no meu espaço pelo qual pago 8 euros mensais, essa expressão “rede de apoio” a expressão mais pau-no-c* do universo. Meio raposa e uvas talvez, mas aaaaaaah que alívio poder escrever isso.

Ah claro, sinto falta do meu trabalho para ter mais a reportar por dia do que a quantidade de golfadas e fraldas explosivas. Muitas vezes é um tédio extenuante e eu nem sabia que as duas coisas poderiam coexistir. Eu poderia voltar agora mas sigo “afastada” porque prezo muito pela amamentação exclusiva (já que foi me dada essa bênção/sorte) e também acho bom estar presente nas primeiras fases da introdução alimentar. Também é um presente ver cada pontinho de sua evolução. Ser 100% mãe em 2019 é um esforço que tenho feito por ela. E admiro as mães para as quais isso não é um esforço e valorizo esse trabalho como nunca valorizei. O pagamento da minha exaustão é que não perco nada, absolutamente nada. E tenho certeza que até agora ela só recebeu respeito, amor, passeios e muita musica e historinhas. Porque oftalmo não mostra baby shark etc antes dos dois anos (acho) e meu marido ainda é contra bouncer. Ferrou. Ou seja: tenho que reinventar o entretenimento diário. Ela fica uns 15 minutos apertando as teclas piano e eu juro que ela é a nova Beethoven. Já até mandei vídeo pra minha professora, que vergonha alheia (mãe é tudo igual, rs). Tenho feito com muita paciência, respirando fundo muitas vezes – exceto por um dia que ela chorou tanto que eu a olhei nos olhos e chamei de CHATA. Arrependi depois, claro. kkkkkk

Já posso até dizer que tenho uma companheirinha. Saímos nós duas fugidas do calor por essas últimas duas semanas e nos alojamos na casinha deliciosa dos meus sogros. Como comi bem, sô! Preciso agora de uma desculpa pra me instalar por lá no inverno também, hehehe. Apesar que por eles ficamos por lá mesmo, super corujas.

Bom, assim foram os últimos meses!

Iniciaremos dois meses diferentes agora, pois meu marido vai ficar esse período de licença e nesse tempo se Deus quiser viajaremos bastante. Daí vem o inverno, adaptação na escolinha e eu volto a trabalhar. Acho que então a vida ficará mais organizada pois vão me sobrar umas 3:30h por dia pra eu fazer o que quiser antes de buscá-la. Será que vou saber lidar com tanto tempo livre de novo? Lol.

Daí ela vai andar, vai falar, vai crescer e eu nem vou perceber. E se bobear, até do sling eu vou sentir saudades.

Beijos

23
março
2019

Diário da gravidez – terceiro trimestre

Postado por Ana em Maternidade

Semana 28 – Chegou 2019!

me vê um Shirley Temple, no capricho!

Terceiro trimestre, cá estamos nós. Não digo que o tempo voou (aliás, a gravidez alheia sempre voa né?) mas acho incrível que daqui a no máximo 12 semanas vou ter minha filhinha no colo. O preço? Os sintomas que vão se acumulando: azia, dor na perna e acho que nunca mais vou dormir direito. Acordo a noite toda pra mudar de posição e não tenho me sentido confortável. E olha que ainda falta, né? Comprei finalmente um vestido pra grávida (esse da foto, da H&M) – os normais servem mas todos vestem mal pra burro. Veste bem melhor, porque deixa um espaço a mais pras gordurinhas do lombo, hi hi hi! Resolvemos passar um Réveillon diferente esse ano. Só eu e meu marido, curtindo o nosso último Réveillon como casal sem filhos por muuuuuito tempo. Reservamos uma suíte num andar bem alto de um hotel de Frankfurt. Lá pudemos comer à vontade, ouvindo a bandinha tocar, com direito a open-bar também (no meu caso isso não significou muita coisa, he he) . À meia-noite subimos para o quarto para ver os fogos pela cidade. Para deixarmos tudo zero cansativo, nós fomos e voltamos de trem – até porque dia 2 já voltei ao trabalho. Com a nítida sensação de que estou carregando alguém na barriga, aliás. Agora a barriga não passa mais impune, independente do pullover usado, e tenho recebidos muitos bons votos (e perguntas, rs) dos pacientes. Terminamos a semana visitando o hospital que escolhi para ganhar meu nenê. Olha, eu nunca nem parei pra pensar em parto e tal, mas ver aquelas maquinhas e me imaginar ~paciente~ em algumas semanas me deu um frio na espinha. kkkkkk Eu nunca fui internada na minha vida, então estou começando a ficar com medinho….

Semana 29 – Decluttering

Enquanto o neném se diverte dando mil chutes na minha barriga, começamos o final de semana com um pouco de decluttering – em bom português: jogando tralha fora. Na verdade, estamos primeiro jogando coisas fora do nosso porão para descermos com coisas que não usamos muito e então ter mais espaço para o bebê. Mas vamos aos poucos, cada final de semana fazemos um pouco. Até porque aqui jogar coisa fora não é tão fácil assim. Para uma série de coisas como TV velha, armário velho, etc, temos que organizar um serviço especial (se chama Sperrmüll). Chegaram, por outro lado, várias comprinhas que fiz na Amazon. Ia encomendar tudo de uma vez só quando entrasse de licença, mas ao pensar nas caixas todas, achei melhor já ir pedindo aos poucos. Até porque marido já finalizou a parte dele da lista e eu tô mega atrasada com a minha parte. Terminei a semana na obstetra – fiz minha primeira cardiotocografia e agora os controles serão a cada 2 semanas. Durante o exame a baby ficou maluca, parecia que tava querendo tirar o cinto de cima dela, devia tá muito incomodada, hahaha! Ela está pesando (no fim da semana) 1650g, e já de cabeça pra baixo! Apesar de estar tudo bem, fiquei BEM decepcionada hoje, em relação ao meu exame de varicela. Vou contar mais no post sobre pré-natal na Alemanha, pra quem se interessar. Tá tudo bem, mas senti que corri riscos desnecessários por desatenção. Eu poderia nem ir trabalhar mais, mas tenho só uma semana e vou tomar os cuidados necessários (antes tarde do que nunca né…). Também tomei a vacina contra coqueluche, compramos nós na farmácia e aplicamos, porque aqui na Alemanha ainda não é parte do pré-natal (e não concordo).

Semana 30 – Última semana e despedidas

nhonn, olha o que você ganhou, filhinha!

Chegou a semana que teimava em não chegar, nem acredito. Ainda vou trabalhar na outra segunda, mas essa é foi a última semana completa de trabalho. Vou tirar férias e daí minha licença começa logo após, em fevereiro. Ainda bem, pois está muito puxado ficar dormindo mal demais (posição, dores) e ir trabalhar normalmente. Mal vejo a hora de dormir à tarde no sofá, descansar, comprar/arrumar coisas da bebê, finalmente né? Fora essa história da imunidade da varicela, zero vontade de me expor (mais ainda do que já me expus, né). Fiquei bem neurótica no trabalho, já cheguei avisando o que aconteceu, que qualquer coisa levemente suspeita, qualquer rash, pessoas febris, dores irradiantes – não ia ver. Mas ainda assim fiquei bem incomodada a semana toda. Na terça foi meio correria, pois após o trabalho fui pro primeiro horário do curso de preparação ao parto, que durará 6 semanas. Essa semana ganhei uns presentinhos no trabalho, algumas homenagens. Até abraço apertado com lágrimas de pacientes (alemães!) eu ganhei e confesso que fiquei bem emotiva. Afinal, só volto pro trabalho daqui a 15 meses, inacreditável né?

Semana 31 – Tudo novo

pode essa folga, Arnaldo?

Comecei a semana com meu último dia de trabalho e me deu um mix de emoções. Eu amo o que eu faço e vou sentir falta da ciência, dos pacientes, colegas e de todas as experiências gratificantes que a profissão me proporciona. Por outro lado, me dá um alívio enorme de poder descansar um pouco, finalmente organizar minhas coisas e preparar 100% para a chegada da bebê. Eu sei que tem muita gente no Brasil que trabalha até a bolsa estourar, mas eu achei o meu tipo de trabalho pouco compatível com a gravidez, sabe? Muito intenso e muito pouco ergonômico. Por isso, acho que por ora já deu. Vou ficar um bom tempo afastada, mas também acho que vai passar como um sopro, e logo estarei voltando à labuta após deixar minha bebê na creche. Meu pai me disse que vou morrer de tédio essas semanas – mas so far, so good. Ainda tenho tanta coisa pra fazer. E muitos livros acumulados, he he ! A semana foi, contudo, muito menos “pernas pro ar” do que imaginei. Eu deixei simplesmente tudo acumular pro final de janeiro. Impressionante também a quantidade de compromissos marcados nessa e na próxima semana. Mas enfim, deu pra pelo menos repor as esgotadíssimas energias. Marido viajou a trabalho por 3 dias, e o fiz prometer que é a última vez durante a gravidez. A partir desse ponto não gosto, fico meio com medo de acontecer algo e eu estar sozinha em casa, sabe? Terminamos a semana montando a cômoda pra colocar as roupinhas da baby. Ótimo, pois estou DOIDA pra começar a lavar e organizar as roupinhas semana que vem.

Semana 32 – Roupinhas, escolinha e foto

eu tentei escapar da foto de coração na barriga e gotas d’água sexy, mas não deu kkkk

Iniciando a semana oftalmologicamente feliz com o marco das 32 semanas. Agora que temos a cômoda para colocar as roupinhas da baby finalmente pude começar a lavar e passar as roupinhas. O tempo deve estar passando rápido mesmo, pois minha filha que nem nasceu já tem vaga na creche. Fui lá conhecer essa semana e fiz a pré-inscrição. Tivemos que fazer cedo assim porque pra gente tem que ser essa creche, que tem horários ótimos e quase nunca fecha. A maioria das outras particulares fecha no verão e em outras férias escolares (e acabam te obrigando a tirar férias aí também), e as públicas são impraticáveis pra nós, por causa dos horários de trabalho. Também tive meu “ensaio de gestante” – tinha ganho um “vale” e marquei essa semana. Eu gosto dessas fotos o mais simples o possível – mas a fotógrafa queria embarangar ao máximo. Então depois de ter as minhas fotos “simples”, deixei ela fazer o que queria – achei que valeria pelo menos uma risada aqui em casa. Imaginem vocês – teve foto com ventilador na minha cara e um lenço esvoaçante. HAHAHAHAHA mas essa é meu segredinho, não mostro pra ninguém não!

Semana 33 – Bebê, devolva meus pulmões

No meio dessa semana comemoramos o marco das 34 semanas ! Enquanto o bebê pode celebrar seus pulmões teoricamente mais maduros, eu não pude dizer o mesmo da minha respiração. À noitinha ela deu pra dar uma esticada no bumbum e eu fiquei bem dispnéica. Ou seja, mais um sintoma noturno. Nessa semana terminei de arrumar a mala de maternidade, deu um certo alívio ver tudo prontinho! Tive um horário também no hospital, uma mini-consulta com o chefe lá. Deu pra ver que ele é muito bom porque falou minha idade gestacional e a posição do bebê sem nem tocar na minha barriga e antes de olhar minha caderneta. Mas aquele tipão alemão mesmo, falando pra dentro e baixo, sério. Como diriam os alemães: bem bestimmt. Mas meu marido gostou dele. O resto todo do hospital bem amável – isso é importante, porque quem conduz parto normal aqui é todo mundo menos o médico (que só aparece nos finalmentes OU em caso de problema), hahahha. No fim da semana compramos um colchão novo (o outro estava muito velho e mole) e não é que minhas dores na perna e coluna à noite praticamente desapareceram? Se eu soubesse antes, afffff…

Semana 34 – É emoção que você quer, @?

A segunda já começou com emoção pra semana inteira. Fui pra consulta de rotina e lá a CTG acusou uma taquicardia. Tinha um barulho de construção por ali e eu estava bem ansiosa e vendo a frequência no aparelho fui ficando mais e mais. Logo após repetimos e não mudou muito. Minha médica pediu então que eu fosse ao hospital, pra afastar algumas possibilidades, tipo infecção desta que vos escreve (apesar de eu estar 100% sem sintomas). Fiquei muito preocupada, já pensando “meu deus, será que esse dia vai acabar com uma cesariana de emergência e minha bebê prematura na UTI?”. Fomos pro hospital, com malas no carro e tudo. Cheguei lá e fui direto pra um quarto calmo e confortável, repetiram a CTG e deu tudo ok. Fiz alguns exames, inclusive US e doppler e tudo normal, então fui para casa e agora só controle normal em 2 semanas. UFA. De coisa boa essa semana, destaque para nosso último Valentine’s Day “solo” – fiz jantar, com bolo caseiro (tão bom ter tempo pra isso!) – tudo regado a espumante “Hugo Light“. 🙂

Semana 35 – Ana-de-casa contra-ataca

Meu plano anual da academia acabou e estou meio “órfã”. Eu cancelei porque o mínimo são 12 meses mesmo e eu quero mudar de academia. Como está meio tarde pra começar na outra, vou ficar esses dias sem. Eu não tenho conseguido fazer mais que elíptico anyway, mas ele com certeza é bem mais confortável que caminhada, não tem impacto, sabe?. Tenho passeado, o que é ótimo nesse tempo – mas ao caminhar, cada passo é uma “cabeçada” na minha bexiga. Mas vou fazer o melhor que posso, e pelo menos passear o tanto que der. Aliás, que fevereiro é esse? Tá tipo primavera. Nem acho bom, aprendi que todas as estações aqui são importantes, e inclusive um “inverno caprichado” tem seu papel. Vi essa semana uma mosquinha-de-frutas passeando por minha casa (em FEVEREIROOOOO) e fiquei até triste! Essa semana ficamos sem faxineira – isso mesmo, após 3 meses ela saiu, pois mudou de país. Timing ótimo, né? Eu até cheguei a olhar na internet pra arrumar outra, mas me deu preguiça de ter uma pessoa aqui esses dias em que estou em casa. Chutei o balde e o que fiz foi investir em um aspirador de pó ótimo e sem fio (comprei o V8 Fluffy da Dyson). Por estar em casa, tenho conseguido manter a casa organizada e limpinha aos poucos. É bem diferente daquela situação de sempre de só conseguir limpar a casa (à essa altura zoneada) no fim da semana. Agora é muito tempo livre, Brasil – arrumo/limpo um pouquinho de cada vez e, sem nem sentir, a casa fica sempre nos trinques. Depois que o bebê nascer, vejo se realmente precisamos de alguém. De qualquer forma, cancelamos a agência (achamos simplesmente péssima) e acho que a próxima vou procurar num site tipo Betreut.de ou Helpling.de (caso alguém tenha uma sugestão, aliás…).

Semana 36 – A famosa reta final

Resolvi cortar meu cabelo para um corte de baixa manutenção e amei, fiz um long bob, meio no ombro. Eu estava dependendo de miracurl nas pontas de tão destruído que estava (e é um círculo vicioso né). Agora deixo meu cabelo secar, e ele fica em seu original lisinho e “ready to go“. Acho que vai ser bem útil nas próximas semanas eu ter zero trabalho com meu cabelo. E andava com saudade de tê-lo mais natural mesmo (inclusive ando com saudade da minha própria cor, mas tá quase). Segui arrumando coisinhas de casa, congelei as últimas comidas, e agora sinto que o bebê “pode vir“. No meio da semana completei 37 na verdade, que é o “termo teórico”. Maaas como 39 é o novo 37, espero que demore umas 2 semaninhas ainda pra vir. Houve um jantar para fechar o curso de preparação do parto e depois disso comentei que não quero mais compromissos sociais até o bebê nascer (exceto com a família). Pela primeira vez, talvez pelo calor fora de hora, comecei a sentir o “peso” nas pernas. Não estou inchada, mas com certeza algo mudou na circulação. Fiquei bem insegura quando quase desmaiei na Ikea essa semana. Fui rapidinho pegar umas coisas e quando já chegava ao caixa, me deu uma sensação ruim, um calorão. Foi coisa de pressão mesmo (que conheço bem de experiências passadas), então eu não me preocupei em relação à saúde em si. Se a coisa pega eu não caio como um saco de batatas, mas tenho que sentar (ou deitar) onde é que esteja – mas pensei “xi, se eu sentar do nada aqui no chão com essa barriga vai ser aquela confusão, vão chamar médico e tudo“. Mas achei uma cadeira normal pra sentar e esperei lá até sentir que conseguiria me levantar de novo. Foi por pouco e fiquei meio medrosa, não quero mais dirigir ou ficar muito longe de casa.

Semana 37 O que aconteceu mesmo?

Minha cabeça não deve estar boa, pois sentei para escrever como foi a última semana e não está me ocorrendo muita coisa. Sei que só conseguia fazer “uma coisa por dia“. Depois da tal coisa feita eu cansava muito e ficava cochilando no sofá. Organizei coisas de casa e no fim da semana preparei muitas coisas pra receber a família do marido. Em vez de viajarmos para lá, eles vieram todos para cá, para comemorarmos o aniversário da minha sogra e do meu marido. Fiquei meio com medo de o bebê resolver dar seu show, mas ela continuou quietinha aqui! Muita comilança e diversão e o bebê não vai dividir seu aniversário com mais ninguém da família. 🙂 O chato foi que meu cunhado que mora dos EUA voltou antes de conhecer a sua sobrinha. Espero que ele volte em breve (ele costuma vir até muito porque trabalha para empresa alemã). Avisei minha professora de piano que agora só volto quando a bebê nascer (meu plano é voltar com 4 semanas), pois até mesmo as aulas estavam desconfortáveis. Mas o timing foi ótimo, acabamos de terminar um volume – então quando voltar já volto com livro novo. Em casa eu continuo tocando todos os dias – até porque o bebê parece gostar das músicas (ou detestar, só sei que ela se mexe muito quando toco).

Semanha 38Bebê, estou finalmente pronta pra você!

estudar sem obrigação é das minhas coisas favoritas

Segunda-feira fui tomar café-da-manhã com a família, daí vim andando de volta pra casa e então *PUF* – a energia desapareceu. De uma vez – pareceu um reloginho! Decidi que não ia mais cozinhar nem fazer nada. Até porque sinceramente não tem mais nada pra fazer, eu já preparei tudo. O que fiz com meu tempo foi então ler bastante – colocando literatura acumulada em dia, e estudando coisas randômicas de oftalmo também, que delícia! Até voltei a dormir ok , mas a motilidade está sofrível e pela primeira vez, após completar o marco das 39 semanas, eu meio que me cansei de estar grávida. Assim, sempre preferi o status não-gravídico do que o status-gravídico, mas estava curtindo esse tempo babyfree sem pressa nenhuma. Muito pelo contrário, queria que ela chegasse no limite superior. Mas está chato subir as escadas daqui de casa. E quando descobri que se o bebê não chegar nos próximos 4 dias eu vou ter que ir na médica de 2 em 2 dias me deu um frio na espinha. Eu odeio ir ao médico that much – ou seja: bebê, pode vir, estou finalmente pronta pra você! Mas que estou sentindo que ela só sai com ordem de despejo, isso estou! Espero estar errada. A coisa boa é que comprei um celular novo, com muitos gigabytes – o meu antigo tinha só 16 gb e nem sobrava espaço para fotos – o que convenhamos, não é ideal para quem está para ter um nenê fofucho em casa.

Semana 39-40Primavera chegou, mas minha filha não

Há flores por todos os lados

Essa semana foi uma delícia – a energia, aliás, voltou. Os dias estavam todos tão, mas tão lindos que até estou perdoando o fato de ter comprado uns ítens de inverno para RN claramente à toa. Fui algumas vezes na médica, mas sempre com ótima companhia e depois emendando em passeios maravilhosos e me mimando com algumas delícias aqui e ali. Se havia alguma dúvida que caminhadas não necessariamente engatilham um trabalho de parto não-iniciado, sou a prova viva. Nem a lua cheia ajudou. Andei quilômetros e mais quilômetros! Completei as 40 semanas há 3 dias, então falta pouquíssimo para ela chegar – se não for bem, vai por mal. hahahaha Mas sério, estamos perto da “ordem de despejo”, então termino aqui o diário da gravidez porque de uma forma ou outra não chegarei grávida ao próximo sábado. Mal posso esperar pela próxima fase e pela maior alegria da minha vida! E obrigada a você que leu tudo até aqui torcendo por mim e por minha família ! Agradeço de coração.

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