Eu sempre escutava falar que a escuridão e frio do inverno deixavam as pessoas meio pra baixo. Sinceramente, achava que passaria imune. Em 2014 eu fiquei bastante em casa, então acabava tendo muito da luz do dia para mim, quando bem entendesse. Já 2015 foi o primeiro ano que vivi as 4 estações integralmente. Como a primavera/verão vêm primeiro, acho que não dei o valor que mereciam. Claro – passeei bastante, andei de bicicleta, patins, fui à piscina… Mas lembro de, às vezes, ver a luz do sol pela janela, céu azul, e ficar com preguiça de sair. Até certo ponto do ano passado eu realmente não via diferença entre sentar do lado de fora ou de dentro de um restaurante. Achava engraçado a mania dos alemães de TER que se sentar do lado de fora se for possível. Não é à toa que um dos bares mais tradicionais de Freiburg faliu no verão passado. Foi um longo verão e era um bar só com lugares internos – os clientes simplesmente não queriam desperdiçar os dias de sol tomando drinks sob um teto.
Pior que são fotos sem filtro.
Quando chegou novembro eu vi meu humor mudar. Nem pelo frio, mas pela escuridão. Sair de casa escuro e voltar no escuro! Realmente também estava trabalhando muito e bastante cansada. Mas com certeza a falta de luz teve seu papel. Dezembro chegou com seus distrativos natalinos mas eu estava realmente bem rebugenta. No dia em que eu fui viajar pro natal no Brasil, saindo do trabalho, eu estava tão sem energia que achei genuinamente que não teria forças para dirigir aquela uma hora até chegar em casa. Sensação de exaustão, a um nervo de um ataque de beiras. À medida que, após o solstício, os dias começaram a claramente se alongar, fui percebendo o quanto aquilo me afetava física e mentalmente. Um raio de luz no caminho para o trabalho me deixava abobada de alegria. E, pouco antes da primavera chegar, o resto de luz após voltar para casa também marcava presença.
Eu só sei que a primavera chegou e me sinto outra pessoa, completamente revigorada. As férias ajudaram, é verdade. Mas estava com um bom-humor assustador semana passada. Como ouvi em Friends certa vez, parecia um Papai Noel no Prozac. 🙂 Agora saio e volto na claridade e ainda posso sair passeando com o dia claro. Vi as flores pelo caminho, as primeiras cerejeiras florescendo e até quis chorar de emoção.
Acho que por toda a minha vida nunca dei valor ao clima privilegiado de BH – tive que viver bem as estações para entender. Acho que um dos maiores desafios da minha vida aqui sempre será aprender a dar valor ao inverno – que deve ter lá suas belezas. Não quero ser uma pessoa que deseja que o mês “X” (a.k.a vida) passe rápido e que está sempre à espera da próxima primavera, sabe? Mas por ora, as únicas vantagens que vejo no inverno são que os insetos desaparecem, fico de meias felpudas e dormir fica mais gostoso! 😉
Aprendi também que tenho que prestar mais atenção aos sinais do corpo e me preparar melhor psicologicamente para o próximo inverno. Diz o marido que se eu aprender a esquiar vou ficar feliz com o inverno. Talvez seja então uma resolução para o próximo. Acho que é importante me preparar fisicamente também – mexer o corpo nessa situação é ainda mais importante e me atentarei mais à isso da próxima vez, já que no fim de 2015 estava sedentária. Bom, me preocupo com isso depois, pois agora teremos longos meses floridos pela frente. \o/
Quem aí já sofreu de invernite aguda?
Beijos primaveris