01
março
2019

Pré-natal na Alemanha: direitos, licenças e minha experiência

Postado por Ana em Alemanha, Maternidade

Esse post é longo e talvez não seja interessante para todo mundo. Mas tenho certeza que quem está ou ficar grávida na Alemanha vai gostar de acompanhar os detalhes um dia! Não tem como eu explicar sobre a minha experiência do pré-natal na Alemanha sem explicar um pouco como funciona o sistema de saúde daqui. Também falei um pouco de uns direitos da grávida, inclusive como funciona a licença maternidade. É uma boa oportunidade para fazer um resumo do tema aqui! Mas separei por ítens pra facilitar:

1) PARTE 1: Entendendo o sistema de saúde alemão
2) PARTE 2: Os direitos das grávidas
2) PARTE 3: Licença maternidade e remuneração
3) PARTE 4: Como foi o meu pré-natal
4) PARTE 5: A questão das Hebamme (“obstetriz”)
4) PARTE 6: Curso de preparação para o nascimento (Geburtsvorbereitungskurs)

A maioria – Krankenkasse

Primeiro, convém explicar que na Alemanha existem duas formas principais de ter seguro de saúde. A mais comum é o chamado “seguro obrigatório”, as “caixas de doença” (Krankenkassen) que cobre a maioria esmagadora da população. Essa é bem social. O pagamento é através de uma porcentagem do seu salário – então quem ganha bem, paga mais do quem ganha mal. Uma outra porcentagem paga seu empregador (se você tiver, senão paga você toda a porcentagem). Quem perde o emprego, continua no sistema e os custos são cobertos pelo governo. Eu acho bonito que é um sistema que, se você está dentro, vai ter segurança por toda a vida. Não é como nos EUA ou mesmo no Brasil em que muita gente idosa não consegue mais pagar seguro e vai parar no SUS (a idéia do SUS é ótima, mas convenhamos que não funciona de forma ideal). A vantagem do seguro obrigatório é justamente essa – à medida que você envelhece, se for doente, não importa: não precisará pagar mais. O acesso à saúde é muito bom, urgências com acesso imediato, enfim um ótimo sistema. Esse é dito “sistema obrigatório” porque de uma forma ou de outra, todo mundo aqui tem que ter seguro, ninguém vai morrer sangrando na porta do hospital sem atendimento médico. Mas ele deixa de ser obrigatório se você ganhar a partir de X euros anuais, daí tem a opção de escolher algum privado (ler abaixo). A grande desvantagem desse sistema é que o que ele julga como serviço essencial nem sempre coincide com o que os médicos (ou no meu caso, eu, Ana) acham de fato essencial. Eles não acham essencial medir pressão ocular como rotina. Eu, Ana, acho. Eles não acham essencial um ultrassom ginecológico uma vez por ano. Eu, Ana, acho! Eles não acham essencial um preenchimento bonitinho no dentista (pagam amálgama). E tudo o que eles não consideram essencial você paga à parte, se quiser. São os famosos IGEL (abreviação para individuelle Gesundheitsleistungen)- que colocam a responsabilidade de decisao nas mãos dos pacientes, muitas vezes leigos ! E piora que muitas vezes os pacientes acham que os médicos só querem ganhar dinheiro e já adquirem automaticamente uma postura anti-IGEL e se ferram graciosamente. Isso para mim não chega a ser um grande problema porque não sou leiga e me acho bem capaz de decidir de fato qual IGEL é importante e qual não é. Mas acho que é uma grande falha do sistema. Mas enfim, perfeito nada é. Lembrando que isso é a informação resumida, você pode contratar alguns “plus” pro seu seguro obrigatório.

Você pode escolher em qual seguro obrigatório quer entrar, alguns exemplos: TK, DAK, AOK, Barmer

DICA: sempre guarde recibos de TUDO que você gasta com saúde (IGEL), pra descontar no seu imposto de renda!

A minoria – seguro privado

A outra forma minoritária é o dito “seguro privado de saúde“. Ele funciona um pouco parecido com os que temos no Brasil. O quanto que você paga por mês depende da sua idade e saúde. Então será cada vez mais. Meu marido, por exemplo, atualmente paga por seu seguro privado menos do que eu pago pela minha Krankenkasse. Maaaas meus sogros que já são idosos pagariam 1000 euros por mês em condições normais. Como eram professores, nesse caso o governo paga mais da metade – mas imagina o rombo que não é para a maioria das pessoas com tal seguro. Ao contrário do que muita gente acha, não precisa ser rico para ter seguro privado. Mas tem sim que ganhar bem, uma quantia mínima (ou pertencer a algumas profissões específicas, como professores – que aqui são funcionários públicos). A maior vantagem é que tudo que os médicos acharem necessário eles vão conduzir de exame e seu seguro vai pagar. Muitas vezes nem vão te perguntar, vão só fazer (o que às vezes é uma desvantagem pela condução de exames inúteis conforme a índole do médico). Fora uns luxos. Pagam até LASIK, alguns procedimentos estéticos dermatológicos e no dentista, caso você tenha cárie, vai economizar muito. Dependendo do seu plano, podem cobrir óculos, ou medicamentos que classicamente não precisam de receita (mas você precisa da receita para a restituição). O quanto você paga pro seguro também depende se tem co-partipação: você pode, por exemplo , escolher pagar 10% dos custos de tratamentos ambulatoriais. Há também a possibilidade de receber “prêmio” se não usar o seguro, etc. Bem variável conforme o contrato. No geral você recebe a conta e passa pro seu seguro – ou paga e pede a restituição. Talvez você tenha em alguns médicos um tratamento um pouco diferenciado (pois são pacientes que dão mais dinheiro pro médico). Em universidade terá o direito de ser tratado pelo chefe, por exemplo, apesar que isso você pode compensar pagando uns “extras” ao seguro obrigatório. Na maternidade, poderá ter direito a um quarto melhor (se não for privado terá que pagar à parte um “quarto família”, por exemplo). Uma desvantagem é realmente o preço que vai independer do quanto você está trabalhando no momento. Pegadinha é: voltar atrás não é fácil. Senão eu mesma estaria pagando privado agora que sou nova! Ou seja, se você saiu da Krankenkasse e se tornou privado agora que é jovem e paga pouco, depois se quiser voltar pra Krankenkasse é uma dificuldade só, só se você realmente não tiver dinheiro pra pagar, tipo se perder o emprego. Ser um rombo no seu orçamento não é motivo suficiente para voltar pro obrigatório. Então tem que pensar bem antes de partir pro seguro privado.

Ao escolher o seguro privado, você vai passar por avaliação médica pra determinar quanto vai pagar, se vai ser aceito, etc. Exemplo de seguros privados: Debeka, Allianz, Barmenia

Meu seguro

Sou segurada pelo seguro obrigatório, a TK. Foi muito tentador para que eu trocasse para o privado até então – como disse, pagaria até um pouco menos, esses luxozinhos ainda, etc. Um dos motivos pelos quais não quis foi já antecipando a gravidez, licença e a própria maternidade. Eu particularmente ainda acho que vale a pena pagar meus IGEL à parte e ter a segurança de pagar seguro somente proporcional ao que eu ganho. Tipo agora na licença, não vou pagar pro seguro de saúde – se fosse privado, não só continuaria pagando, mas sem a ajuda do empregador! Quando voltar da licença-maternidade não vou trabalhar 100%, e logo pagarei menos do que pago enquanto trabalho 100%. Se fosse de seguro privado ia ter que pagar o mesmo tanto, ainda que ganhando menos. Tem outra coisa: se os pais têm seguro obrigatório, daí todos os filhos serão automaticamente cobertos pelo seguro (uma baita economia). Se um dos pais é do seguro privado e ganha mais, então infelizmente têm que pagar um privado para cada filho ou então cotar uma contribuição à parte para o seguro obrigatório / voltar

Emprego mantido : Se está grávida, não poderá ser demitida. Ainda que o chefe não soubesse da gravidez, basta a confirmação do seu ginecologista que estava grávida à época da demissão para manter seus direitos. E o mesmo vale para todo o seu período de licença.

Consultas pré-natais : Você até pode ir para exames de pré-natal em horário de trabalho, mas teoricamente só se não for possível em horários que tem livre. 100% desse direito só existe para exames em jejum, por exemplo. Sei que meu empregador não criaria caso se eu fosse durante o horário de trabalho, mas eu sei que isso representa transtorno (desmarcar pacientes). Então como tenho a sexta à tarde livre fiz todos meus pré-natais nesse horário. O único exame de jejum eu estava por acaso de férias. Então nunca faltei nada do trabalho para fazer meu pré-natal (e quer saber, me orgulho disso e acho justo – sendo possível, por que não? Acredito que respeito gera respeito).

Segurança no trabalho : Uma coisa que me chama muito a atenção aqui é a proteção para grávidas. Isso varia muito, mas via de regra em serviços que conheço, médicas grávidas não podem mexer com agulha, fazer plantão noturno. Sei que na universidade não podem tratar imunossuprimidos etc. Tem profissões como as que trabalham em creches, que se forem CMV negativo pegam a tal proibição para trabalhar (Beschäftigungsverbot) o que significa que ganham salário integral sem poder mais trabalhar. Detalhe: eu sou CMV- mas isso não vale pra mim (e sinceramente, nem queria). Aqui, na dúvida, vão te afastar. Se você fala que tá sofrendo bullying no trabalho, que tá estressada, que tá isso ou aquilo, tem grandes chances de ser afastada também. Eu fiquei de atestado uma vez durante a gravidez, estava com cólicas fortes, fiquei assustada e fui ver se estava tudo bem e a médica me afastou de cara 1 semana. Eu até pedi pra voltar antes do atestado vencer (quando me sentia bem já). E depois recebi uma cartinha do seguro, me desejando melhoras e explicando sobre o Beschäftigungsverbot. Basicamente, pros seguros é muito mais barato você parar de trabalhar do que eventuais custos de gravidez complicada, parto prematuro (neném na UTI = $$$$$$$ ).

Conforme a profissão, haverá vários tipos de proibição: (ficar em pé, substâncias químicas, barulho, etc), cada caso é um caso e você tem que conversar no trabalho, recursos humanos, seu médico e ver qual situação se aplica. Muitas vezes podem simplesmente te mudar de função no trabalho para te afastar dos riscos, em vez de te proibir de cara de trabalhar. / voltar

Obviamente se você trabalhar como autônomo é outra história e foge do objetivo do post, mas isso se aplica à maioria das pessoas:

Convenhamos, a política familiar aqui é maravilhosa. Para gravidez-padrão de baixo risco (e com um bebê só): faltando 6 semanas pra data prevista do parto até 8 semanas após o parto você entra no chamado “Mutterschutz”, a proteção materna. As seis semanas antes da DPP você só trabalha para terceiros se expressamente quiser, e nas semanas depois nem se você quiser. Durante este período recebe seu salário integral, e tudo é como se você estivesse trabalhando normal. Por exemplo, esse tempo aí (se chama Mutterschutz) também entra na conta para suas férias anuais. Depois desse período, se você quiser, continua o período de licença chamado Elternzeit (“tempo dos pais”) em que você recebe entre 65-100% da média salarial dos 12 meses anteriores – quem ganha muito pouco recebe 100%, mas a maioria uns 70%! Se era desempregado/estudante/dona-de-casa recebe uns 300 euros mensais apenas. Se o casal ganha mais de 500.000 euros por ano (rhycos, né) não vai receber nada. Há um teto de 1800 euros mensais! Quatorze meses com essa remuneração estão disponíveis para o casal e podem ser divididos entre o pai e a mãe como bem entenderem, mas uma pessoa não recebe mais de 12 meses de Elternzeit remunerado

Exemplo: após o fim da sua licença obrigatória (“Mutterschutz”), você pode tirar mais 12 meses de licença parcialmente remunerada (Ëlternzeit”) e seu marido mais 2 meses (ao mesmo tempo ou não). Ou ele pode tirar 6 e você 8, ou ele tira 12 e você 2, etc! Mas você tem direito de ficar 3 anos de licença no total (ainda que não remunerado, mas com garantia de emprego). Pode ser que receber o teto seja um rombo no seu orçamento – mas compensa um pouco o orçamento familiar o fato que seu marido pagará menos imposto e você não terá seguro de saúdo descontado do salário, e as condições de imposto são também diferentes. Ainda não tenho certeza, mas também muita coisa (impostos sociais) não precisa mais ser descontada desse dinheiro. Ah, tem uma ajudinha mensal pro bebê também (Kindergeld – em 2019 são 204 euros para o primeiro bebê), dá pra comprar as fraldinhas he he he.

Se o saco estourar você pode voltar a trabalhar antes também, mas se você anuncia ao chefe que quer ficar 12 meses de licença, você só volta antes se ele aprovar). Quando você volta, sendo compatível com o tipo de trabalho e empresa, é bem possível negociar voltar só parte do tempo, exemplo, contrato de 50%.

Eu sou muito grata por todos esses direitos, reconheço a importância e valorizo lutas para que nós grávidas tivéssemos tanto direitos. Quando vejo o que as americanas relatam nos apps quase caio da cadeira. E em lugares acima-de-qualquer-suspeita como Suíça (pasmem!), esses direitos são bem piores que aqui. Mas também fico fula da vida quando vejo o pessoal abusando, principalmente aqui na Alemanha. E acreditem: pessoal abusa MUITO. Tipo: você está cansada no trabalho e chora pro ginecologista te afastar do trabalho (muuuuuuito frequente aqui). Acho que é o primeiro passo para perder a razão e os direitos arduamente conquistados e um dia prejudicar quem realmente precisa ser afastada. Mas é só a minha opinião.

Em termos práticos:

Pode usar essa calculadora aqui para calcular seu tempo de licença. E essa aqui para calcular quanto receberá. P.s: se os dois pais forem estrangeiros, existem pré-requisitos extra pra receber Elterngeld.

Para organizar o Elterngeld:

Atenção para não perder prazos – é importante informar o empregador sobre o Elternzeit desejado por escrito e após o nascimento você dá entrada no pedido pro Elterngeld (o dinheiro). Em relação ao Elterngeld, você entra nesse site familienportal.de e vai na parte de “Elterngeld”. Lá tem todas as informações, onde e até quando entrar com o pedido, que informações precisa. Por exemplo, no meu estado (BW) o pedido é no L-Bank (Staatsbank für BW) de Karlsruhe.

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Assim como no Brasil, a experiência do pré-natal varia conforme o médico (óbvio, né), mas dá para perceber algumas diferenças culturais. A minha médica eu já conhecia dos exames preventivos de rotina dos anos anteriores. Simpática e tals, prática. Mas nada daqueeeeeele calor humano do Brasil, néam? Comparando com o Brasil – no Brasil gente com boa condição financeira tem formado sua própria ” equipe de parto” – o seu obstetra, seu pediatra, seu anestesista, sua doula – você liga e vai todo mundo lá fazer seu parto a qualquer hora do dia e da noite (tem seu preço, claro). Eu nem saberia começar a explicar o quanto isso é um quadro impossível aqui, kkkkkk sem chance. Quem faz seu parto é quem está de plantão no hospital e pronto. Tem nada disso de mandar whatsapp pra médico não, o médico vai pra casa e acabou sua jornada de trabalho. Se for pra ligar para alguém fora dos “office hours” você ligará é para o hospital mesmo. Isso obviamente influencia a taxa de cesariana, já que seu médico não vai ter que sair correndo pra fazer seu parto.

Pequena observação sobre as vacinas

Se eu não tivesse preguntado ativamente no meu pré-natal sobre vacinas ia ficar bem sem informação. Ninguém me perguntou sobre meu estado vacinal de tétano, coqueluche. A vacina da gripe sim é recomendada e acho que teria sido a única oferecida. Ao contrário do Brasil, Inglaterra, EUA, etc, em que toda grávida vacina no terceiro trimestre contra coqueluche para passar imunidade passiva pro bebê, a imunização contra coqueluche AINDA não faz parte do esquema aqui.

Primeira consulta pré-natal

Liguei assim que descobri a gravidez (semana 3 ainda) e me deram o primeiro horário para a semana 8. Nunca rolou exame de sangue de beta HCG e concordo que no meu caso era inútil. Aqui não é no Brasil que você vai no laboratório colher exame, é tudo feito no médico mesmo. Na primeira consulta, ela examinou rapidamente as mamas, abdome, fez o exame ginecológico normal, colheu papanicolau e olhou o bebê no ultrassom. Imprimiu uma fotinho, me deu folhas de informação (em relação à alimentação, etc), perguntou das vitaminas que eu estava tomando (deu amostras), ofereceu exames sorológicos opcionais (IGEL) e no fim perguntou se eu tinha perguntas e pronto. No consultório tem um mini laboratório, em que sempre que chego deixo uma amostra de urina no copinho, e tenho a pressão (aparelho automático, affff) e peso (com roupa, affff) medidos. Vez ou outra tira-se sangue (da primeira vez com certeza) e quem faz isso no meu caso são as próprias MFAs (=medizinische Fachangestellte). São as profissionais que ficam na secretaria, marcam consultas. Elas têm treino pra isso também. Coisinha bem multifacetada típica da Alemanha. Sai da recepção e tira seu sangue, daí volta e faz cobrança, marca consulta, hahaha.

Exames feitos da primeira consulta: além de urina/pressão/peso, a colheita básica de sangue é feita, inclusive com sorologia para HIV (pede sua autorização), hepatite B, sífilis, tipo sanguíneo, RH… Mas ao contrário do Brasil, exame de Toxoplasmose não é parte do pré-natal básico do seguro obrigatório! Você paga à parte. Eu até tinha dosado uns 2 meses antes de engravidar, mas naonde que não ia dosar de novo, né? Outros que também dosei pagando à parte : CMV e Parvovirose (Ringelröteln é o nome aqui). Depois chega a conta do laboratório e você paga.

A partir daí as consultas se seguem de 4 em 4 semanas, pressupondo que a gravidez não é de risco. Fica de 2 em 2 semanas a partir da semana 30.

Segunda consulta pré-natal (12 semanas)

Quando cheguei para a consulta, recebi meu “Mutterpass“, que é uma caderneta com todas as informações relevantes sobre sua saúde/gravidez. Você tem que levá-la para todos os exames e situações relativas à sua gravidez, não esquecer!!! Lá ela me disse que os exames todos deram normais. Fez ultrassom de novo rapidinho, mediu o bebê rapidinho. Esse é considerado o primeiro screening (de três) do seguro obrigatório. Ela mede o que tem ali na sua cadernetinha (sabe? Fêmur, diâmetro bioccipital, etc). Uma diferença importante é que o famoso exame de translucência nucal , adivinhe…. não pertence ao exame básico, é IGEL!!!! A Krankenkasse não julga importante você saber com antecedência que tem grandes chances de ter um filho com anomalia cromossômica, até porque saber não vai prevenir nada. Lembro que o aborto aqui é permitido – eu pessoalmente não abortaria, mas gostaria sim de me preparar inclusive psicologicamente, né? Então, se você quiser, a médica te indica um especialista e você marca a consulta pro screening de 11-14 semanas à parte e paga à parte também!

Nesse dia ela me perguntou se eu já tinha achado uma Hebamme (doula, midwife) e pra minha supresa descobri que estava super atrasada com isso. E disse para eu procurar o mais rápido possível, já que são poucas e de agenda lotada.

Primeiro Screening especializado (13 semanas) – Translucência nucal e outros marcadores (IGEL)

Pelo motivo explicado acima, não foi minha médica que fez esse screening, mas uma clínica especializada. É um exame facultativo. Como não sou de seguro privado, paguei 180 euros pelo exame. O ultrassom pré-natal não é diagnóstico em lugar nenhum do mundo: é apenas um exame que avalia o risco de seu bebê ter uma cromossomopatia, e tem uns 80% de eficácia (depende de quem faz). Para aumentar a sensibilidade, dosam dois marcadores no sangue (o Beta HCG e o PAPPA). Daí no final você recebe uma estimativa do risco para Síndrome de Down, Edwards e Patau.. Nesta clínica eles indicavam o exame de sangue genético (Harmony/NIPT) se o risco medido pelo ultrassom fosse maior que 1:1000. Mas claro que você pode fazer se quiser, só não vão te comunicar o sexo muito cedo (como no Brasil) porque o aborto aqui é permitido. O meu risco deu menor que 1:1000 e então não fiz o teste Harmony (NIPT), que custava uns 500 euros. Este é 99% sensível – mas olha, na próxima vou fazer sim, acho que teria me poupado dor de cabeça. Sigam os diários da gravidez que entenderão melhor. Foi um screening super bem feito e detalhado, fiz na décima terceira semana. É meio proibido informar o sexo aqui muito cedo, mas perguntamos e a ultrassonografista soltou sua suspeita para nós, mas bem off record. Mas não confirmou não, até porque estava bem cedo. Lembrando que 100% diagnóstico mesmo só amniocentese e biópsia coriônica – têm riscos, então, assim como no Brasil, ninguém os faz apenas de rotina. O meu primeiro screening, apesar de ter mostrado um risco baixo de síndromes, deu uma pequena alteração na rebimboca da parafuseta (PI do ducto venoso), de forma que me indicaram um ecocardiograma fetal a partir da vigésima semana. Isso me custou bons nervos e noites de sono…

Terceira consulta pré-natal (16 semanas)

Não colhi sangue dessa vez. Ela viu o bebê, mediu seu tamanho e umas coisinhas e pronto. Não conseguiu me falar o sexo do bebê porque estava de pernas cruzadas. Fiquei meio decepcionada.

Quarta consulta pré-natal (20 semanas)

Foi o dito segundo screening do seguro obrigatório, corresponde o nosso morfológico. Essa para mim foi a diferença mais gritante, mas tem um adendo. Eu esperava um exame de 1 hora igual é no Brasil, contando dedinhos e tudo mais, mas durou 5 minutos. Sério. Ela nem soube me confirmar o sexo do bebê (disse que o cordão umbilical estava no meio das pernas, oi ?) O porém é que não sei se ela fez propositadamente rápido assim por saber que eu teria mais um screening especializado na semana seguinte. Ela mesmo me deu o encaminhamento devido à uma pequena alteração no primeiro Screening que indicou a necessidade de fazer um ecocardiograma depois. Então vou dar o benefício da dúvida, porque esse de 5 minutos, vou te contar viu?

Segundo Screening especializado, com ecocardiografia fetal (21 semanas)

Como disse, isso foi infelizmente uma particularidade da minha gravidez. Esse tinha deixado marcado desde o primeiro screening, era na verdade (eu achava) um ecocardiograma fetal. Não tive que pagar esse à parte porque fui encaminhada para a clínica especializada, mas se fosse só por capricho meu eu tinha que pagar sim. Isso sim foi um screening que deu gosto de ver. Tudo bem que fiquei 1 hora na maca sem nem respirar de nervoso enquanto o neném loucão chutava aos montes sentindo minha adrenalina. Mas a mulher foi impecável. Mediu tudo tudo tudo. E fez o ecocardiograma também. E já saí com um relatório já com todos os achados, graças a Deus tudo normal. Fica a dúvida de como teria sido o morfológico se eu não tivesse esse, mas pelo sim pelo não, quero um morfológico separado na próxima gestação também. Acho que o ginecologista normal não é tão bem treinado pra pegar todos esses detalhes no ultrassom, tem que ser um especialista mesmo (tipo no Brasil, né).

Quinta consulta pré-natal (25 semanas)

Atrasou uma semana porque a médica tinha férias na sexta anterior e eu não posso outro horário. Esse foi o terrível dia do exame de tolerância à glicose. Essa é outra diferença. Na Alemanha o screening padrão é só de 1 hora em que você nem faz jejum antes. Para pacientes de risco aumentado (meu caso, pai com DM) eles sugerem já fazer o exame de tolerância de 2 horas. Claro que se o primeiro screening der alterado você faz o segundo sem custos. Se quiser fazer essa curva de tolerância direto, adivinha, é IGEL e você paga à parte (me custou uns 30 euros). Eu, como boa hipocondríaca e só tinha tempo para um desses, quis fazer assim de cara, claro. Cheguei em jejum, colheram sangue. Daí tomei aquele suco *maravilhoso* de 200mL, e fiquei “de castigo” por ali mesmo. Colheram sangue uma hora depois, depois duras horas depois. Aproveitei para colher Toxoplasmose e CMV de novo (novamente paguei à parte). Quando alguma coisa dá alterada aqui, ou eles te ligam ou mandam por carta (depende do que é). Se não receber nada é porque tá tudo ok. Mas na dúvida é só ligar que te informam. Recebi uma cartinha uns dias depois com uma receita de um “biotônico fontoura” porque o ferro estava um pouco baixo (apesar que ainda dentro da normalidade).

Sexta consulta pré-natal (30 semanas)

Atrasou novamente uma semana extra porque na 29 semana a sexta à tarde já tava lotada. Era também o dia da primeira cardiotocografia. Como sempre peso, pressão e urina lá mesmo. Daí fui para o quartinho para a CTG, onde fiquei por 20 minutos ouvindo os batimentos do bebê com os “cintos” na barriga. De lá, fui para a médica, que disse que tava tudo bem. Fez então o dito “terceiro screening de ultrassom“, com medidas do bebê. Achei que iam oferecer nessa consulta o US 3D/4D (sabia que pagaria à parte), mas nem falaram nada. Como eu estava com outras coisas na cabeça, deixei pra lá. Checou também o colo uterino. Nessa consulta me aconteceu a maior decepção do pré-natal. Logo no primeiro exame comentei que era vacinada contra catapora (nunca tive a doença) mas que nunca tinha dosado meus anticorpos e era relevante porque no trabalho vejo muito paciente com Herpes Zoster (e o vírus é o mesmo). Na época, ela até disse “é, nesse caso sendo negativo a gente tem até que pensar num Beschäftigungsverbot” – que é quando você é afastada do trabalho. Na época eu até disse: “ah, nesse caso consigo conversar lá, só fico longe de infecções e tal, mas tem muita coisa que dá pra fazer“. Pois bem, dosamos a sorologia e ela nunca disse nada, presumi que tava ok, né, até porque sou vacinada. Daí 22 semanas depois fui perguntar de outras vacinas e uma coisa levou à outra e ela não lembrava que tínhamos dosado. E foi olhar “xô veeeer. É, você não é imune, toma uma vacina no puerpério“. Gente, meu queixo foi NO CHÃO. Eu até abaixei a guarda no trabalho justamente por termos feito a sorologia no início, sabe? Como TUDO que dá alterado, ela tinha que ter avisado (até tendo em visto nossa conversa) que eu não era imune!!! Fiquei bem chocada, comentei que só tinha mais uma semana de trabalho e então ia tomar cuidados e tal. Falando em vacina, descobri nessa consulta que não é parte do programa aqui vacinar grávida contra coqueluche (ao contrário do Brasil, EUA, Inglaterra e mais um monte de país). Eu não concordo, então busquei a vacina na farmácia e meu marido me vacinou. Lembrando que somos nós dois médicos e fizemos por “nossa conta e risco”. Estão discutindo isso aqui e não tenho dúvida que vai ser rotina nos próximos anos. É ridículo isso não fazer parte do pré-natal alemão, absolutamente ridículol! A idéia nem é se proteger, mas proteger o bebê passivamente nos primeiros meses quando ele é muito novinho para vacinar e em que pegar coqueluche pode ser letal. Quanto mais em uma cidade hipponga como a minha, cheia de Öko-Eltern que não querem mais vacinar seus filhos. Antes essa decisão fosse só influenciar a própria família, né? Mas coloca em risco TODAS as pessoas que não têm o luxo de escolher se vacinar: nenês pequenos, imunossuprimidos, gestantes, etc! Então não tenho opinião “Aninha Paz e amor” sobre isso não, acho um desrespeito com a sociedade!

Sétima consulta pré-natal (32 semanas)

Agora com intervalo menor entre as consultas, o mesmo procedimento de sempre (urina, pressão peso) e mais uma CTG. Tiraram sangue de novo (acho que pra hemoglobina e aproveitei e fiz o último de toxoplasmose). O exame em si foi rapidinho, ela só viu que o colo estava fechado. Ainda acho interessante que aqui não medem fundo do útero com a fita nem nada. Não teve ultrassom dessa vez!

Oitava consulta pré-natal (34 semanas)

Já escolhi colher cultura de strepto B de uma vez (é IGEL, facultativo pago a parte, mas gente, TEM QUE FAZER, pelamor!!!!). Fui pra CTG de rotina, que acusou uma taquicardia fetal e repetimos logo em seguida. Na verdade, eu estava muito ansiosa e quando notei que o batimento estava alto, fui ficando mais ansiosa e o bebê mexia demais. Ainda tinham uns barulhos de construção no fundo e deixaram o som do doppler meio alto (já notei que minha baby DETESTA). Ela fez um ultrassom pra ver as medidas do bebê e se estava tudo ok. A CTG que nós repetimos continuou um pouco alterada e foi o maior susto da vida, porque a médica me encaminhou no mesmo dia pro hospital pra garantir que eu não estava com nenhuma infecção, etc. Pensei “ferrou.” Mas chegando lá no hospital, repetiram tudo e lá estava tudo bem, então pude voltar para casa e graças a Deus a baby pôde ficar mais um pouco protegida na minha barriga. Vê-se aqui a grande vantagem do sistema alemão, que eu já conheço bem da parte da oftalmologia. A eficiência do “acolhimento de urgência de verdade”. O conforto que foi, a rapidez, precisão. Serviço 5 estrelas (lembrando: pelo seguro obrigatório, nem sabiam que era médica, qualquer um seria tratado do jeito que eu fui). Como eu sempre digo, no Brasil se você tiver um descolamento de retina no meio do carnaval, vai passar aperto independente do tanto de dinheiro que tem. Aqui você tá operado por um médico super competente em menos de 3 horas – independente do dia e da sua condição social. Acho que isso compensa as faltas de luxozinhos (como quarto privado garantido, “sua equipe de parto”, frufrus de maternidade) que é típico de um capitalismo social. Quer saber? Vale a pena e fiquei muito satisfeita e grata por tudo.

Nona consulta pré-natal (36 semanas)

Fui uma pilha, justamente por saber que o fato de eu estar uma pilha influencia o bebê também. É personalidade tipo A que fala? hahahaha… daí a pressão (que eu tinha acabado de medir em casa e tava ótima) bateu record. Fizemos a CTG e deu tudo certo, repetimos a pressão e baixou bem. Comentei com a médica da minha “hipertensão do jaleco branco” e combinamos que eu meço em casa e eles não vão medir mais no consultório, apenas anotarão o valor que eu medi. Simples assim, kkkk. Estou medindo todos os dias, aliás. Foi a primeira vez que ela não me examinou, só conversou rapidamente mesmo. Achei estranho, mas segue o Baile.

Décima consulta pré-natal (37 semanas)

Os pré-exames de sempre, CTG, US vapt-vupt pra ver posição. Exame de toque + PH vaginal.

11a. consulta pré-natal (39 semanas)

Foi logo na semana seguinte, mas 8 dias depois. CTG e pré-exames só!

12a. consulta pré-natal (40 semanas)

No dia da DPP! Pré-exames, CTG e US! A partir de agora, se não nascer, será de 2 em 2 dias! Affff Minha médica me mandará pro hospital induzir se chegar às 41 semanas, mas o chefe do hospital tinha dito para eu ligar caso se passassem 9 dias. Veremos!

(a completar… )

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A Hebamme aqui é como a midwife dos sistemas anglófonos. Não sei se é melhor traduzir como doula ou obstetriz. Eu acho que obstetriz é melhor, pois em inglês existe a palavra midwife E doula, que são coisas diferentes. Bom, os universitários podem me ajudar. 🙂 De qualquer forma, é uma profissão que não existe 100% equivalente no Brasil, já que elas aqui podem por exemplo fazer o pré-natal de baixo risco (tirando alguns exames como ultrassom). No Brasil a figura da doula vem ganhando cada vez mais importância, mas aqui é parte essencial há tempos. Aqui, além do pré-natal elas podem conduzir um parto normal sem intercorrências do início ao fim, inclusive no hospital. No meu caso, queria mesmo alguém para fazer minhas visitas domiciliares e me ajudasse quando o bebê nascesse. Ela ajuda com a amamentação, dúvidas, medidas suas e do nenê, mostra como dar os primeiros banhos, etc. E é tudo pago por todos os seguros. O problema é que é uma profissão que está definhando devido aos seguros caríssimos que elas têm que pagar. É uma classe bem injustiçada. Muita responsabilidade, muito tempo de trabalho e remuneração não tão compatível assim. Resultado: tem muita gestante para pouca Hebamme, principalmente em cidade de pequeno-médio porte como a minha. Por isso, na próxima gravidez, vou abrir exceção e já procurar uma assim que o exame der positivo! A nossa procurei a partir da semana 12 e conseguimos praticamente por indicação/piedade. Quando nos conhecemos a achei bem simpática, mas já sei que ela não é das mais mãezonas/pacientes/com tempo. Mas isso posso reportar melhor depois que o bebê nascer.

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“Geburtsvorbereitungskurs” é um palavrão que significa “curso de preparação para o nascimento“. Quase todo mundo aqui faz, é coberto por todos os seguros de saúde,mas os homens têm que pagar à parte (nosso foi 10 euros por dia, 30 no total). Ou a própria Hebamme/Obstetriz organiza ou é oferecido em outro lugar, no hospital por exemplo. Tem de vários formatos, por exemplo um intensivo de final de semana (minha amiga fez 2 blocos de 6 horas cada). O meu foi organizado pela minha doula, 6 noites durando cerca de 1:30h cada encontro, sendo os 3 primeiros sem marido, e os 3 seguintes com marido. Comecei na semana 30, na data que ela mesma me passou. Éramos 14 grávidas (entre 26 e 37 anos, todas primeira gravidez) e foi assim:

Primeiro dia: fui direto do trabalho, com a roupa do trabalho mesmo (ainda bem, pois ninguém foi de roupa de ginástica não, todo mundo vestido normal). Rodinha de apresentação (blerghhhh detesto kkkk). Falou algumas coisas genéricas, foi explicando as informações que tem no nosso cartão de gestante. Então, por motivos óbvios, pra mim não teve informação nova. Respondeu algumas perguntas básicas que foram surgindo.

Segundo dia: rodinha de apresentação express (DE NOVO, AAAH!). Exercícios de respiração (em dupla) para fazer durante durante as contrações, sobre contrações e quando ir pro hospital. Info a respeito da rotura da bolsa – quando ir pro hospital, o que fazer em cada caso. O que levar pro hospital (pro bebê).

Terceiro dia: mais listas, do que levar pra maternidade pra mim, o que ter em casa, etc. Falou um pouco sobre massagem perineal, pra fazer a partir da semana 36 – mas basicamente mandou a gente ver na internet como faz. kkkk

Quarto dia: dessa vez com os maridos – de novo rodinha de apresentação (SÉRIOOOOO), e basicamente repetimos os exercícios de respiração, e uma massagem lá, mesmas infos do segundo dia, mas dessa vez com os maridos. Eu explodi de rir na hora do exercício de respiração (você e ele falam AAAAAAH ou OOOOOOOH na expiração) porque não tenho maturidade.

Quinto dia: : de novo com maridos, fomos todos visitar uma sala de parto (em alemão: Kreissaal) e ela explicou como são as fases do parto, as três possibilidades de lugar para parir (banheira, cama, banquinho).

Sexto dia:: último dia, com marido também. Sobre tipos de analgesia/anestesia, um pouco sobre os primeiros dias do puerpério. Quem levou sling ela mostrou rápido como usar (já tínhamos lido as instruções e treinado em casa, enfim…).

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UFA! “Só isso mesmo”, espero que seja útil para alguém! Lembrando: só minha experiência, ok?

Beijos

26
fevereiro
2019

Meu enxoval de mamãe & bebê

Postado por Ana em Maternidade

Obs: Com o passar do tempo vocês podem voltar a esse post para ver eventuais feedbacks vapt-vupt dos produtos, erros e acertos.

móveis / geral / higiene & fraldas / roupinhas bebê / amamentação / roupas pra mim / cursos, livros e apps / lembrancinhas

Eu achei meu enxoval de bebê e gravidez muito simples! Sério, tentem colocar TUDO num post, acho que pouca gente consegue. Não estressei muito porque tudo que venha a precisar depois que o bebê nascer eu tenho a uns metros de distância ou a um clique no Amazon! Também não precisei de viagens mirabolantes de enxoval porque aqui na Alemanha há muitas marcas excelentes e acessíveis. Comprei sim alguns fru-frus americanos (oi Carters Online hahaha – dica: aqui também tem Carters na Zalando.de, mas mais caro) porque fui influenciada digitalmente. Mas queria sim algum “checklist” e estava achando as listas do Brasil muuuuuuuito exageradas. Procurei de “guia” alguma daqui e tomei por base essa lista aqui . E levei em consideração as dicas da doula também. Daí aqui em casa dividimos o que cada um ia procurar – cada um se responsabilizou pelo que se interessava mais.

Ana, mostra o quartinho do bebê!“. Gente, meu bebê é aquártida! Faz parte do MSQ – movimento dos sem-quartinho! Moramos em um apartamento que gostamos muito mas só tem um porém: é ótimo para um casal, nada kids-friendly. Até tem um escritório além do nosso quarto, mas que continuará sendo escritório porque precisamos mais dele do que o bebê precisa de um quartinho no primeiro ano. Financeiramente não vale mais a pena alugar um apê maior, então começamos a olhar casa pra comprar assim que engravidei, mas aqui isso não é tarefa fácil. Eu estou de boa em ficar até 1 ano no nosso cafofo, até o bebê começar a andar, mas vamos ver o que 2019 trará.. A questão cultural ajuda, pois aqui não há aquela pressão social do quartinho. Alguns de nossos amigos, mesmo com quarto extra em casa nem tinham quartinho antes do bebê dar uma crescidinha. Então sabe aquele estresse pré-bebê que quase toda mãe tem de “meu Deus o quartinhooooo não tá prontoooo” eu meio que simplesmente … pulei! 🙂

Então, pelo motivo acima, o que compramos de “móveis” foi:

Um bercinho pequenino portátil que dá pra gente colocar na altura do nosso colchão e tem uma gradezinha que abaixa/levanta. Se chama Chicco Next2me Magic. Compramos 3 lençóis avulsos da própria marca. Deixamos o bercinho bem cru mesmo, até porque coisas acolchoadas não são seguras nos primeiros meses de vida.

Parecer: AMO o bercinho! Super prático ele ficar do lado da minha cama e abaixar a gradezinha (só deixo baixa).

– Um trocador de fraldas que montamos em cima da nossa já existente cômoda da Ikea. O trocador não é da Ikea, mas é compatível, compramos online aqui e o “acolchoado” para colocar nele aqui. Dessa cômoda esvaziei a primeira gaveta pra colocar fraldinhas e coisas relacionadas à troca de fraldas e higiene do bebê. Tenho a impressão que vou acabar trocando fralda em cima de trocador acolchoado na cama e que até esse trocador será inútil, veremos.

Parecer: não acredito que achei que não ia usar. Em casa só troco fralda nele, até porque ela ama trocar fralda, é um momento de brincadeira pra ela.

Uma cômoda “Björksnäs” da Ikea – pra roupinhas do bebê, deixei no escritório mesmo. Usei as duas gavetas menores de cima para acessórios, toucas, meias, etc. E dois gavetões debaixo pras roupinhas (dividi mais ou menos tipo e tamanho) e um para paninhos, mantas, toalhas e lençóis. Dobrei tudo a la Mari Kondo, então até sobrou bastante espaço.

Carrinho – eu tenho ZERO interesse pelo tema. Então meu marido, após muito pesquisar, optou pelo modelo Jogster III da marca suíça JFK. Compramos “a base” do carrinho usada no site Mamikreisel, que é tipo um bazar online. Veio em ótimo estado e economizamos um bocado. Mas compramos à parte (nova) a cestinha pra bebê pequeno, umas rodinhas e alguns outros acessórios – mas isso eu não entendo nada, gente, É um carrinho que vai ser bom aqui pra nossa realidade, pois vou passear muito na rua, campo e floresta aqui perto e ele é bom pra quando não há asfalto normal. Dá para correr com o bebê já maiorzinho também (será que eu animo? rs).

Parecer: ODIEI esse trambolhão, só dor de cabeça. Espero que ao menos façamos jogging com ele mais pra frente (apesar que saber agora como bebê funciona, sonecas e tal, difícil viu). Acabei indo pro extremo oposto e comprando o menor possível, o Yoyo+ da Babyzen quando ela tinha 3,5 meses.

Fußsack: um acessório para “terras frias“, um saco mesmo todo forrado que deixa o bebê quentinho dentro do carrinho (dá pra usar na cadeirinha de carro também).

Parecer: essencial pros dias amenos e frios!

Cadeirinha (Babyschale) pro carro – Escolhemos uma base pro carro que tem a comodidade de girar pro lado (facilita pra mim na hora de encaixar, por causa do peso) e vários outros ítens de segurança. Não lembro qual, mas tem escrito “Cybex” nele. Marido também encomendou isso aqui para proteger o assento do carro (homens…).

Parecer: gostei muito, adoro a função de girar. Como ela não é daqueles bebês que dorme em qualquer lugar, acabo deixando instalada no carro mesmo, e só usamos pra esse fim.

Sacos de dormir: bem comum aqui na Alemanha, ganhamos de amigos de 3 tamanhos diferentes, mas a partir de 3 meses. Acabei comprando um extra pra RN! Por enquanto então não comprei “Swaddle”, pois o bebê vai dormir dentro disso aí, dá quase na mesma!

Parecer: aqui nessas bandas, tirando dias quentes de verão, tem que ter. Lençol e cobertor no way até os 2 anos, é perigoso.

Babá eletrônica da Philips Avent. “Video-Babyphone SCD630/26, 3,5 Zoll Farbdisplay, ECO-Mode, 10 Std. Akku, weiß/grau”. Tem câmera e microfone pra acalmarmos o bebê e controle de temperatura também.

Parecer: gostei bastante da qualidade da imagem e som. Mas essa função de tocar musiquinha e você falar com o bebê é bem inútil, a sua voz sai robótica e só atiça o bebê mais ainda. Gosto de usar a TV no modo “eco”, daí a bateria dura a noite toda. Achei o controle da temperatura bem importante, principalmente aqui onde é tudo meio extremo.

Chupetas: a idéia inicial é não usar. Mas comprei na DM um kitzinho “MAM Air 0-6M” com duas, se houver alguma madrugada de desespero, hehe. A caixinha você coloca água e estereliza no microondas. Pra minha surpresa até a doula mesmo recomendou ter umas 2 em casa. Se eu mudar de idéia, compro mais, mas melhor ver primeiro se o bebê gosta e se vou “pedir água mesmo” antes de comprar várias …

Parecer: ela não gostou de chupeta nenhuma, detestou. Quando vi a treta que é ter bebê (HAHAHA) tentei desesperada dar chupeta, mas a partir da terceira semana. Testei MAM, AVENT, NUK e nada. Continuo tentando e ela cospe a 1 metro de distância. Se houver proximo filho vai sair da maternidade com chupeta, custe o que custar (até mesmo se custar a amamentação).

Mamadeiras: o certo é dar leite em seringa/copinho se você estiver amamentando, pra não dar “confusão de bicos”. Já comprei um copo 360 graus da Munchkin pensando nisso. Maaaas algo me diz que não teremos paciência. E eu nem sei como será a amamentação, vai que não dá certo. Comprei 2 da Philips Avent (pétalas) por indicação de amigas – mas são para a partir do primeiro mês – e 2 da Medela “Calma, que dizem evitar na medida do possível a tal “confusão de bicos”. Depois que vi que noStarter Set” da bomba de leite da Medela já vinha com três, então estou com 5 no total. Essas são pra de 0 a 6 meses. Daí precisando vou comprando mais, acho que é que nem chupeta, primeiro tenho que ver o que a baby vai preferir, como vai ser a amamentação, etc. Ps: minhas amigas me convenceram a só dar leitinho em temperatura ambiente (pra não virar réfem de leite quentinho), então não comprei nada pra esquentar. E, por ora nem esterilizador, minha cozinha já está cheia demais. O Starter kit veio com uns saquinhos de esterelizar no microondas – se eu gostar, acho que vou comprar mais é disso.

Parecer: Lili não usa mamadeira, nem pegou nada. Todas as compras em vão. Usei mais as da Medela pra armazenar leite materno mas até agora só tivemos (pouco) sucesso dando leite em copinho de cachaça.

Bolsa do bebê: Kipling Damen Little Heart. Comprei de cor mais neutra pro marido carregar à vontade também. Vem com um forro pra trocar fralda, porta-mamadeira térmico, é super leve também!

Parecer: gosto muito. É meio grande, mas é leve. E tipo não tem como ser pequena esse tipo de bolsa, então tá de boas.

Sacos para roupinhas (à prova d’água): meio multifunção pra colocar lookinhos, roupa suja, etc. Parecem muito práticos, comprei esses 4 nesses links 1 e 2.

Parecer: ótimos pra colocar mudas de roupas MAS se suja de fralda explodida, coloco em plásticos de cozinha da Ikea, melhor coisa. Senão tem que lavar saquinho também, ninguem merece.

Brinquedos: minha bebê está começando a vida com 2 brinquedinhos. Um penduricalho de Lhama que ganhei e um Spieluhr, que é daqueles que você puxa uma cordinha e toca musiquinha.

Parecer: depois compramos móbile e esses penduricalhos de madeira pra ela brincar, essencial.

Sling: ganhamos de presente de amigos, da marca Hoppediz que só usaram uma vez. Eu achei ótimo ganhar porque ia acabar comprando e não sei se vou me adaptar. De qualquer forma, deixei pra comprar daquelas mochilas (aqui as da Manduca, por exemplo, são bem populares) só caso não me adapte e/ou quando tiver maiorzinha.

Parecer: bebê slingólatra, Sling salvou minha vida. Sem sling não haveria sonecas e só haveria choro. Não gosto dessa situação mas é o que tem. Acabei comprando um Canguru da Ergobaby que é bem mais rápido de colocar e bom pra rua – meu fiel escudeiro.

– “Forro” pra colocar o bebê. Não sei como chamar isso. Além de outras coisinhas que está até mesmo costurando, a minha sogra já deu esse lindo forro pra deixar o bebê. A marca se chama Ullenboom. Tipo imagino a baby deitadinha aí à tarde ao meu lado. Depois quero comprar um tapete de atividades, cadeirinha/bassinet, algo assim.

Parecer: essencial! É onde ela fica grande parte do tempo acordada, sobre ele brincando!

Paninhos brancos – comprei esses “Zollner Spücktücher” aqui pelas avaliações. Depois que lava/seca eles ficam macios. Dizem que usa muito, e quanto mais desses melhor! A doula sugeriu no mínimo 15, mas comecei só com 10 mesmo. Mas vi que minha sogra está com uns presentinhos pra trazer e na foto vi váaaarios outros paninhos brancos.

Parecer: o que todos dizem – não existem fraldinhas de mais, só de menos

Escova de pelo de cabra (“Ziegenhaarbürste, marca Grünspecht”): eu nem ia comprar, porque minha bebê vai ser careca com certeza, mas a doula sugeriu essas até mesmo pros carecas, porque curtem uma massagem na careca com ela, kkk.

Óleo de massagem pro bebê da Weleda: já comprei porque é uma das coisas que mais tenho vontade de fazer, massagem no meu bebê, nhonnnnn!

Weleda Baby pra dar banho: Calendula “Waschlotion & Shampoo” e “Calendula Bad – comprei na DM

Parecer: ela até agora (3,5 meses) só toma banho no ofurô com o Weleda Bad, e ama! Ele tem cor de cocô, hahaha

Termômetro de testa “Braun no touch”. Você mede a temperatura sem contato.

Parecer: graças a Deus sem febre até agora, mas acho as medidas dele muito variáveis e estranhas. Acho que não funciona direito, pode ser que o meu esteja com defeito. Meço 5 vezes seguidas e varia mais de 1 grau. Não funcionou pra medir temp da água como achei.

Termômetro de banho Tem vários digitais bacanas mas fiquei com um clássico mesmo (marca Rotho), ainda que não meça instantaneamente a temperatura, pra não ter que trocar bateria.

Parecer: é ótimo! Coloco no ofurô , encho de água e deixo lá mesmo, até com ela dentro.

Nose frida: será que nenê é melecudo assim mesmo? Todo mundo fala tão bem disso que comprei. Você suga a meleca do nenê com sua boca mas ela para num filtro antes.

Parecer: funciona mais pra meleca mole, não acho tão fácil de sugar. Mas costuma funcionar usando ele + cotonete de bebê. Ela também não acha ruim, acha meio engraçado .

Ofurô: esses baldinhos de dar banho, sabe? Também ganhamos de amigos, usado, não sei a marca! Vamos começar a dar banho assim, depois talvez compremos uma banheirinha de acoplar na nossa banheira.

Parecer: super prático, vou usar só ele enquanto ela couber. Levo cheio até metade e dou banho no quarto.

Fraldas Pampers tamanho 1: compramos “pra começar” 2 pacotes na DM. Googlei e vi que a maioria das mães usa 7-8 fraldinhas por dia, ou seja, isso é só pra começar meeeeesmo hehehe Elas têm mostrador de quando a fralda está molhada. Acho que vai ajudar nesse iniciozinho, depois a gente pega a prática, né.

Parecer: são otimas, à noite até hoje (3,5m) fica às vezes pesadona e não vaza.

Toalhas com capuz : comprei essas duas da skip hop.

Munchkin 3 Count Waterproof Changing Pad Liners – forros extra pra trocar fraldinha em qualquer lugar

Parecer: meio inutil, já que nao é taaaao acolchoado e sou muito mais usar trocadores descartáveis (os da Babylove da DM são acolchoadinhos e otimos)

Trocadores de fraldas descartáveis (Wickelunterlagen): comprei 4 pacotes na DM.

Parecer: amo!!!

Lixo de fraldas anti-odor, Chicco Windeleimer Odour off, silber: deixei do lado do trocador, mas se incomodar mesmo assim, passo pro banheiro. Preferi esse do que algum modelo que você tem que ficar comprando o saco da marca, deus me livre mais trabalho. Nesse você encaixa qualquer saco de lixo.

Parecer: não vale a pena. Ela fazia cocô por meses umas 6 vezes por dia. Após umas 2 fraldas o lixo começa a “agarrar” no meio e nao gira. Como fralda de leite materno nao cheira mal, acabo deixando o lixo aberto sem a tampa. Quando o real deal começar e as evacuações estiverem mais fedidas e menos frequentes, pode ser que seja mais usado do jeito original.

Sabão para lavar coisas do bebê da NUK – não lavo nadinha a mão, só na máquina! Com ele que lavei todas as coisinhas do bebê (exceto as coisas de lã, que lavei com meu sabão neutro pra peles sensíveis). Também comprei um tira-manchas da NUK (que você aplica na mancha antes de colocar na máquina) e um detergente da NUK pra lavar mamadeira (apesar que se juntarem muitas, dá pra lavar na lava-louças também).

Paninhos umedecidos Water Wipes (12 pacotes com 60): não me imagino esquentando água pra cada troca de fraldas no início, então vou começar assim. Ouvi falar bem dessa marca, é super levinha, quase só água mesmo. Tem pra vender avulso na DM também, mas pedi a caixa na Amazon.

Parecer: o melhor. Comprei babylove e pampers e funcionam ok também (sao mais baratos), mas a falta de cheiro dos water wipes é o must. E é bem mais molhadinho também.

Pomada pro bumbum do nenê. Ouvi falar muito bem dessa da Desitin, pra assaduras e tal. E um da Weleda por sugestão da doula.

Parecer: bebê tem a pele forte, o máximo até hoje foram umas bolinhas. A doula recomendou o Multilid (que tem oxido de zinco e um anti-fungico) e funcionou bem. Pro dia a dia uso o da Weleda mesmo só antes de ela dormir porque ela costuma emendar muitas horas de sono GRAÇAS A DEUS e à noite só troco se for #2 (e eu ouvir né). No primeiro mês nem usei nada.

Tesoura de unhas pro bebê (essa da Zwilling).

Parecer: excelente! E nao é facil cortar unha de bebê, mas me sinto bem segura com essa.

Octinesept Spray : meu veeeeelho conhecido do trabalho – comprei após a doula sugerir, pra desinfectar superfícies, pele, etc

Papéis multi-uso descartáveis (“waschlappen”) : dois pacotes da linha Babylove da DM – comprei os “secos” mesmo: serve pra limpar sujeira, limpar bebê, etc.

Parecer: quase não uso.

Pads de algodão quadrados da Babylove e cotonetes grandinhos – bem multiuso, né

Parecer: usava mais quando a doula vinha, e pra dar uns banhos de gato em dia que ela não tomava banho. Agora que o banho é todo dia, uso pouco. SE quero passar algo na bochecha que cheira à leite azedo, por exemplo, passo o water wipe.

Receiving blankets – set de 4 mantinhas da Carters, comprei de impulso na Black Friday online. Vou usar uma para sair com ela do hospital (entre hospital e carro).

Parecer: uso pra forrar moises do carrinho e pra forrar seu tapete, enfim, pra forrar qualquer coisa. Bem prático, porque dá pra lavar fácil né.

Parecer geral: como perde rápido, senhor! Principalmente essas de “até 3 meses e RN”. Teria comprado menos e 100% só tipo quimoninho. Porque os outros nem usei – enquanto tiver quimoninho limpo você vai preferir usá-los pra nao vestir nada pela cabeça. Eu acho que as tamanho 6 meses duram muito (já uso com 3,5 meses)

Devo ter sido BEM contida, porque a cômoda – que já não é grande – ficou até vazia depois que arrumei tudo. Comprei só dois vestidinhos pro verão, porque sei que ela não vai usar vestidinho no início (frio), mas não resisti 🙂 . Aqui é complicado comprar coisas sazonais com antecedência porque as estações são muito definidas e ainda não sei com que tamanho a bebê vai estar em cada! Já incluí na conta algumas coisas que herdamos e presentinhos que ganhei no trabalho. Mas via de regra, alemães são supersticiosos e a maioria dos presentes de família e amigos chega após o nascimento do bebê.

Bodies: Tenho 22 pra ser exata, maioria de RN e até 3-4 meses, uns 4 de 6 meses. De algodão, alguns brancos, vários fofinhos, maioria de manga longa porque o bebê vai nascer no frio. Dei preferência pros que têm botões laterais, que são mais fáceis de vestir. Comprei alguns de souvenir em Liverpool, outros na Gap Paris, uns Carters online, outros na DM e na H&M.

– Comprei 2 macacões quentinhos da Carters – acho que ela vai sair da maternidade com esse rosinha se esse calor fora de época passar 🙂

Strampler/macacãozinho,: que é aquela coisa de “corpinho inteiro” pra colocar em cima de body ou camisa. Tenho no total 10: da DM, Carters, Baby One, H&M, tamanhos RN até 3 meses.

Calças/culote: tenho 7, até tamanho 3 meses

– Moletom/Trainer/Casaquinho: tenho 8, tamanho até 3 meses

Meinhas: tenho 11 pares, variando de RN até uns 3-4 meses. Não comprei sapatinho!

Luvinhas anti-scratch: tenho 4 pares, tamanho até uns 3 meses.

Touquinhas: tenho 6 no total, tamanho vai até uns 3-4 meses.

Babadores: no total tenho 6 : comprei 3 dos Beatles em Liverpool (hehehehe) e comprei esses 4 (esquerda) na Black Friday da Carters que têm o material ótimo, à prova d’água. Acabei ainda encomendando esses dois paninhos de arroto (burp cloths, direita), mas acho que têm a mesma função de um paninho qualquer.

Conjuntos de lacinhos: esse eu pensei beeeem se comprava. Na verdade prefiro lacinho solto com cola “pra careca”, mas uma pequena pesquisa online e descobri que alemães acham isso a coisa mais creepy do universo. Minha bebê vai ser careca com certeza e sei lá, quero sim colocar enfeite de vez em quando, então peguei esses com faixinha mesmo para não despertar olhares de horror e julgamento kkkk.

Parecer: praticamente nao usei nada nesse quesito porque a amamentação teve zero dificuldades (sei que nao é a regra mas aqui foi assim, ainda bem). Eu deveria ter esperado, porque desperdicei TUDO!!! A almofada estou começando a usar agora com quase 4 meses, e mesmo assim só à noite antes de dormir, que ela fica mais tempo. Se eu tivesse poltrona não ia usar, porque gosto de amamentar em qualquer lugar, onde eu estiver na hora mesmo. Preguiça de “me retirar”.

Absorvente de sutiã (Stilleinlagen): caixa com 36 da Lansinoh. E umas da Medela que vieram com a bomba de leite.

Pomada para peitchos: 1 da Garmastan e 1 da Lansinoh e uma pequena da “Purelan” que veio no kit da Medela.

Luz infravermelha (já que não dá pra confiar no sol por essas bandas pra salvar os mamilos hehehhe) Beurer IL 35 Infrarotlampe

Bomba elétrica pra tirar leite: essa da Medela. Quando comprei, foi em um “pacote” com um “Starter Kit“, que veio com 3 mamadeiras, plásticos pra congelar, mini-pomada de lanolina, absorventes para seios, plástico para esterelizar no microondas ….

Almofada de amamentação: essa aqui da MyBreastFriend.

PS: não comprei poltrona de amamentação por causa do espaço mesmo. Temos uma poltrona na sala, acho que vou ficar por lá, pois tem uma vista privilegiada para a televisão, he he he.


Durante a gravidez, tirando calças, só comprei pouquíssimas outras roupas de gravidez a partir da 28a semana, quando vi que, por mais que algumas roupas coubessem, vestiam mal demais. Na verdade, privilegiei coisas para amamentação mesmo, senão não teria comprado quase nada.

Calças de gravidez: todas da Motherhood Maternity – meu marido que “descobriu” a marca, ele trouxe uma calça branca de trabalho pra mim dos EUA e achei a coisa mais confortável do mundo, daí encomendei o resto online: duas brancas pra trabalhar, uma calça preta, uma legging de academia e uma calça jeans. Pra academia, aliás, comprei 2 tops de ginástica de um tamanho maior que estavam de promo no Aldi e adorei (de vez em quando aparecem lá)! E sutiãs não comprei nenhum pra gravidez, só segui usando os maiores que tinha, a maioria ficou muito apertada e deixei de lado. Agora no final comprei os de amamentação:

Sutiã de amamentação : comprei 2 da H&M (que até agora achei os melhores), um da Nopples (no site Mamarella, tirei o aro de metal) e um da marca Naturana (na loja Baby One). Comprei também dois “tops” de amamentação da H&M (esses).

Casaco de inverno : resisti até o final, pois minhas jaquetas pararam de fechar só nas últimas 5 semanas. Mas também não queria ficar “presa” em casa e nas últimas semanas o meu “exercício físico” vai ser só andar na rua (pois não renovei o plano na academia). Comprei “usada mas sem uso “(com etiqueta) no site Mamikreisel, marca Nopples. É uma jaqueta que dá para “encaixar” o neném dentro também (“Tragejacke”) então vou usar até seus primeiros 2 meses, acho. Mas affff, ainda assim, relutei, muito desperdício.

Blusas para grávida/amamentação: 1 pullover, 1 cardigan e 2 blusas (manga comprida, porque aqui está frio) de amamentação: comprei online na Jojo Mama N Bebe , esses da foto:


A loja é de Londres e vi uma indicação num blog, nas devo dizer que não amei nenhum desses e não compraria da marca de novo.

Comprei também quatro blusas de amamentar na H&M (linha Mama) e achei melhores e mais baratas. 🙂

Calcinhas de “redinha” (Wöchnerinnen Slips) para o pós-parto imediato – parecem feitas de gazinha- você usa com absorvente, claro – são laváveis mas o plano é jogá-las fora depois, hehe. Eu já tinha comprado pelas avaliações, mas depois a doula ainda sugeriu essas, disse que não incomodam nada e só vamos querer usá-las nos primeiros dias.

Calcinhas de algodão pro pós-parto: ou devo dizer calçolas? Comprei essas aqui da “wirarpa”.

Pijama para amamentar: mais pensando no hospital mesmo, tive que comprar porque eu nunca gostei de pijamas de botão, então nem tinha. Comprei um da H&M e um numa loja de pijamas aqui chamada Fabel.

Vestidos: Comprei só dois, quando percebi que que os meus existentes, apesarem de ainda servirem, ficavam ! O meu favorito foi esse preto, que também é de amamentar. E usei muito também esse cinza da H&M (depois Meghan Markle comprou um super parecido, pra me imitar, rs).

PS: aqui não recomendam cintas pós-parto e eu também não sou fã e não acredito nisso de “volta mais rápido”, então não comprei!


Parecer: gente, teoria é uma coisa linda né? Sigo batendo de frente aqui, porque a maioria dessas coisas de sono não funciona com minha filha não.

Diário da gravidez: comprei esse em Milão antes de querer engravidar. Eu compraria hoje até mesmo um caderno vazio, esse é muita poluição visual. 🙂 Mas escrevi religiosamente, toda semana, colei fotos e recordações. 🙂

Livro do bebê: comprei um que é tãaaaao lindinho, esse aqui. Uma delícia ir preenchendo!

Bringin’up bebê (Kindle) – é aquele famoso “crianças francesas não fazem birra“. Me lembrou o jeito dos alemães com as crianças também, não deve fazer muita diferença. Acho que isso a gente tem que ir vendo mesmo, o “feeling”, pois cada criança é diferente. Mas acho que intuitivamente vou tentar combinar o melhor dos meus dois mundos.

What to Expect when you’re expecting (comprei a versão Kindle assim que engravidei) – um clássico, né? Achei bem inútil no meu caso, eu já sabia as coisas lá todas, até porque eu mesma já fiz pré-natal no interior, rsrs. Mas para quem é leigo pode ser uma boa.

– Livro The Bilingual Edge

– Livro Raising a bilingual child

Livro Das Leben mit einem neugeboren (a vida com um RN) – minha sogra me deu, disse que a ajudou muito quando ela teve nenê!

Apps: What to expect e Gravidez +: pra mim foi mais pra criar a rotininha de olhar o texto do dia antes de sair de casa, lidar com a ansiedada da espera. É gostoso ter uma coisinha pra ler todo dia quando você acorda e está tomando o café da manhã. 🙂 O What to expect tem um fórum (maioria são americanas) e você entra automaticamente no fórum do mês em que seu bebê nascer. Recomendo ler esses fóruns com MUITA cautela – porque num grupo com mais de 100 mil mulheres, raropatias e problemas raríssimos se tornam comuns e isso pode acabar gerando mais ansiedade do que benefícios. Até coisa de risco 0,001% vai aparecer ali como água! É bolsa rompida na vigésima semana, neném que morre do nada na vigésima e tudo quanto é problema que você imaginar. Então se você for ansiosa, recomendo manter distância desses fóruns.

Curso online bebê dorminhoco – online, indicação da minha amiga Analu. Adorei o curso, é bem rapidinho mas tem conceitos importantes e é assim que pretendo fazer. Não me identifico pessoalmente nem com a livre demanda + bebê muito agarrado (pois pretendo trabalhar depois, né) mas também zero com deixar bebê chorando. Então toda a filosofia me serviu bem, me pareceu bem pé no chão. Eu pretendia ler mais sobre o assunto “sono” (encantadora de bebês, etc) mas comecei a me sentir totalmente overwhelmed e ansiosa com tanta informação, concluí que o bom é inimigo do ótimo, então por enquanto parei por aí.

Manual de amamentação do ministério da saúde. A teoria eu até lembro bem porque estudamos na faculdade – e também tenho a ajuda na doula no início. Mas dei download nesse manual (grátis) pra revisar, que é excelente. Destaque para o ítem 7 sobre a técnica de amamentação e, o ítem 8 (duração, tempo da mamada) – não pretendo fazer livre demanda 100% como sugere, mas é interessante ler e o ítem 9 sobre possíveis problemas e resoluções. Quem quiser comprar um bom manual, conheço a fama do Manual Prático de Aleitamento Materno do Dr. Carlos Gonzalez, mas não comprei. Ah! E pra saber se um medicamento é compatível com amamentação, um ótimo site para consulta é o e-lactancia.


Lembrancinhas

Aqui é costume só mandar um cartão mesmo de anúncio de nascimento e disso se encarregará o marido, fará em sites mesmo. Isso pros alemães, principalmente mais velhos, é bem importante. Muitos acham uma indelicadeza não mandar. Mas resolvi encomendar um enfeite de “porta de maternidade” (mais pro futuro quartinho mesmo, porque aqui não tem disso hehehe) e umas bonequinhas-chaveirinho pra dar de souvenir. As bonequinhas juntei com essas amêndoas doces que coloquei nesses saquinhos. Depois que nascer posto aqui o link e completo com as fotos.

18
fevereiro
2019

Diário da gravidez – segundo trimestre

Postado por Ana em Maternidade

Semana 14de volta ao normal, ou quase isso

Vem ni mim, friozinho!

Foi o início do esperado segundo trimestre. Agora posso dizer que o apetite está 100% normal e já posso simplesmente comer só meu lanche intermediário de sempre no trabalho sem morrer de fome, ufa! Houve algumas emoções, nós quase compramos uma casa. Chegamos a fazer uma proposta, mas voltamos atrás. Isso porque eu estava com uma sensação muito estranha em relação à casa, a tudo. Acabei contagiando meu marido e resolvemos deixar o plano para lá, até ao menos ter certeza de onde queremos fixar raízes. Acho que vamos ficar mais um ano aqui no nosso sweet cafofo! =) A grande alegria da semana foi a chegada “pra valer” do outono, aquele friozinho delicioso. Gente, nunca me senti tão “precisada” de frio. E ainda esses dias lindos de céu azul. Aiai…. Só de pensar no verão desse ano me dá tremeliques, fiquei traumatizada mesmo. Essa semana também teve o início das aulas de Yoga para grávidas. Eu estava bem empolgada, pois tinha parado com essas aulas na academia. Mas fiquei meio decepcionada. Escolhi o curso pelo horário, pois a maioria é em horários que não posso fazer (pessoal acha que grávida não trabalha?). A professora é meio bronca e carrancuda, bem o contrário de todos os professores de Yoga que tive até então (pessoas mansas, amáveis). E achei meio boring, até porque acho que muitas nunca tinham feito yoga na vida. Claro que não esperava nada puxado, mas menos blablabla e mais exercício. Eu ando muito enferrujada, então estou terrivelmente precisada de yoga, o máximo possível. Mas só estava conseguindo fazer aulas online sábado e domingo. Aliás, prefiro mil vezes as minhas aulas online do que desse curso aí! Vamos ver se melhora …

Semana 15It’s a …. oh, wait!

Desejos

No fim da semana foi dia de consulta e achava que finalmente ia ter certeza do sexo. Claro que já desconfiamos 99% por causa das nossas “brincadeiras” com o ultrassom. Mas não é nossa especialidade e eu queria ouvir da especialista, né? Mas não foi dessa vez. O bebê estava sentado de indiozinho com o pé cobrindo os “fundos”. Mexia todo mas não tirava o pé do lugar. afff! Como diz minha cunhada, no Brasil nessa idade os nenês já têm até o nome escrito no ultrassom. hahahha Incrível como aqui eles c*gam pro gênero. Enfim, agora só no morfológico. O importante é que o bebê está crescendo bem (e a minha barriga assustadoramente também). Eu estou meio ficando sem variedade de pullovers para usar no trabalho. Eles têm que ser longos para cobrir a parte feia da minha calça de gestante e também prefiro mais larguinho – quero postergar ao máximo as diversas perguntas dos pacientes. Nada contra, mas imagina eu respondendo 60 vezes por dia para quando é o neném, etc. Vai ser cansativo. O resultado é que no trabalho ainda não estou muito grávida e reparei que colegas e ajudantes conversam comigo olhando para minha barriga, tipo procurando alguma coisa ali. Acho que eles nem percebem que estão olhando para minha barriga. Weird. Essa semana fui dominada por um monstro que quer comer todos os bolos de chocolate do mundo e suas variáveis (brownie, Muffins, etc). Eu merecia uma medalha por ter passado tanta vontade durante a semana. No final de semana finalmente matei meu desejo, mas preferi comprar no supermercado porque se eu assasse o bolo ia comer até ele acabar, podem ter certeza! 🙂

Semana 16 Não está mole

foto representativa da semana

Essa foi uma semana de muitas mudanças no trabalho. Por causa delas eu já esperava que a cacetada seria grande, mas foi maior ainda. Muito cansativo, absolutamente inexplicável e ainda ficarei nessa situação por 7 semanas, quando entro de férias. Confesso que viver isso grávida me deixa chateada. Claro que eu poderia alegar qualquer coisa e ficar de atestado (como toda grávida parece fazer por aqui), mas eu não consigo, não sou assim. Tirando a total falta de ergonomia e dor nas costas, ainda estou saudável e só respiro fundo na segunda-feira e peço forças para continuar e para manter a calma e controlar o estresse em prol do meu bebê. Eu amo minha profissão e trabalho mas é difícil explicar aqui – está muito puxado. A situação toda, fora todos os pequenos apêndices de tempo que a gravidez adiciona, e nem pular as atividades físicas eu não posso. É tão, mas tão importante… antes não fosse. Um dia desses uma amiga nossa falou que eu deveria trabalhar menos, pois é minha única gravidez comigo mesma. Mas tipo, oi? Que realidade é essa? Claro que eu adoraria trabalhar menos, adoraria estar vendo Netflix e comendo pipoca e fazendo Yoga e mexendo na internet o tempo todo – mas tenho um contrato, tenho responsabilidades e eu que pago minhas contas. Mas sim, atualmente o que eu queria era estalar meus dedos e aparecer em janeiro, quando entro de licença. Acho que vou até dar festa no dia que entrar de licença. hahaha… Por ora estou meio tristinha com isso tudo, mas novamente aqui respirando fundo para encarar a nova semana que se aproxima. Talvez seja um pouco mais leve que a última. Espiamos o bebê, está dando cambalhotas mas ainda não o sinto de fato. Às vezes sinto alguma coisinha, mas quando presto atenção já passou. A perspectiva de senti-lo de verdade nas próximas semanas é que tem me dado força.

Semana 17a primeira “posse” do bebê

bebê sócio-proprietário de um lindo carrinho usado hehehe

Apesar dos desafios continuarem, eu consegui “get it together”. Arrumei energia não sei de onde, mas fiquei ok! Acho que à medida que o fim do mês de outubro se aproxima eu vou ficando mais tranquila, já vendo uma “luz no fim do túnel”, a.k.a férias e descanso. Uma outra coisa boa essa semana foi que, após 2 meses sem ajuda, uma nova faxineira começou. Estava ficando bem difícil para mim. O agacha-agacha estava me dando pirose depois. Fora todo o cansaço acumulado e ainda ter que limpar tudo. Meu marido até dezembro está completamente atolado de coisas. Além do trabalho, tem pesquisas mil, palestras externas. Ele trabalha o tempo todo, até em casa, final de semana, feriado e fico com dó. Ele tentava fazer algo, mas eu acabava assumindo mais mesmo. A primeira faxineira teve que sair no início do ano (snif, era ótima) e depois arrumaram uma que mais parecia piada de rádio (eu tinha que chegar e limpar a sujeira que ela tinha feito, fora a energia MEGA ruim, credo). Essa a agência demorou 2 meses (!!!) para achar mas eu gostei da limpeza, gostei da energia e o melhor – ela é babysitter também. Espero que ela fique aqui um bom tempo (até terminar a faculdade pelo menos). Essa semana chegou a primeira compra do bebê: um carrinho! Meu marido que leu, se informou, virou o maior expert de carrinhos da galáxia e comprou. E o melhor: alguns movimentos beeeem levinhos do bebê já estão sendo sentidos!

Semana 18Um chutinho aqui, outro acolá

Outubro tem sido tão puxado que nem lembrei de comentar o quanto o mês está sendo meteorologicamente incrível! Por mais que esteja até desejando o frio e escuridão esse ano, é impossível não admirar esses dias de céu azul, paisagens coloridas e temperaturas amenas. Comecei a semana passeando na Álsácia. Visitamos o Château du Haut-Kœnigsbourg, um castelo medieval que já pertenceu ao Guilherme II (Wlhelm II, o último imperador da Prússia) e passeamos pela região. Aliás, ô região bonita, viu? Não é à toa que brigaram por ela séculos a fio, hehehe Tirando isso, segui sentindo alguns movimentos do bebê. Bem leves e não muito frequentes, mas fico esperando ansiosamente o próximo para abrir aquele sorrisão transorelha. E foi legal que na quinta, enquanto mexíamos no ultrassom, o bebê deu umas duas cabeçadas na parede do útero e senti aquilo. Ou seja, não há dúvidas que o que sinto é o bebê.

Semana 19Sra. Gripe, não me pegue!

O outono finalmente deu o ar da graça, as temperaturas caíram e a chuva veio. Por isso mesmo comecei a semana tomando minha vacina contra gripe (influenza). Eu tinha falado disso com minha médica e ela só disse que quando surgisse a vacina com as cepas da época eles avisariam. Mas o próximo horário é na semana 21, pouco depois viajo, e sei lá. Meu marido já tem a vacina lá no serviço dele e eu achei que tá meio desorganizada essa coisa. Essa semana já esfriou bastante, estou vendo meus pacientes doentes … e demora uns dias para subir os anticorpos ainda. Só por ser profissional da saúde eu já teria indicação, mas costumo ser meio displicente. A vacina é com vírus mortos, é comprovadamente segura e altamente indicada para grávidas e de quebra o bebê recebe uns anticorpos passivamente para protegê-lo nos primeiros meses de vida, quando ele nem pode tomar a vacina ainda (e o meu vai nascer no auge da época de gripe). Por isso que recorri ao maridão, ele foi lá e me vacinou. Pronto, resolvido. Claro que não é 100%, tampouco vai me proteger dos já irritantes resfriados comuns, mas bom, fiz minha parte! 🙂 Além disso teve um feriado na quinta, mas trabalhei um pouco. Sendo grávida, não sou obrigada a trabalhar em feriados nem fds, mas se eu quiser, posso. E nesse caso, até me ofereci – uma horinha vendo pós-operatório com honorário de um dia inteiro de plantão. Quantas fraldinhas isso não dá para comprar? he he he Sei que vocês devem tá me achando meio maluca, pois é a mesma pessoa que não para de reclamar de cansaço. Oh, well… a semana foi difícil, mas agora só faltam duas nesse fôlego e depois acho que as coisas melhoram. Amém!

Semana 20Eu, de repouso?

Começamos a semana em Hessen comemorar o aniversário do sogro. Nada como um final de semana de paparicos e comidas gostosas da sogra para recuperar as energias! 🙂 Passeamos por Bad Nauheim e nossa, que dia maravilhoso que estava. Já no domingo marido foi passar uma semana em Londres pra o seu (outro) mestrado. O deixei na estação, fui à academia e quando cheguei em casa tive a impressão de ter tido um mini mini mini spotting (até agora não tenho certeza) e comecei com umas cólicas leves. Fiquei preocupada e fui direto para cama ficar o mais quieta possível, nem banho eu tomei. Durante a noite o bebê mexeu muito, e deu até gastura porque em um momento não foi o chutinho genérico, mas eu meio que senti dois “palitinhos” apertando a barriga. Acordei na segunda-feira e as cólicas estavam lá e estava meio preocupada porque quanto mais eu me mexia pior elas ficavam. Sabendo como seria o ritmo de trabalho, aquele levanta-senta-anda-estica, fiquei com medo de piorar alguma coisa e marquei um horário para ir na médica. Chegando lá estava tudo bem, mas ela me prescreveu uma semana de repouso. Nada extremo, mas simplesmente ficar quieta, sem estripulias. Eu que já estava em ritmo de “reta final” até as férias me surpreendi. Do nada, fiquei uma semana “coçando” em casa. Dormi de uma forma que nem imaginava ser possível, e aproveitei para estudar também. Mas fiquei me sentindo inútil. Acho que quando não são férias, meio que não tem graça, sabe? Mas enfim, pensei no bem-estar do neném e aproveitei para repor as energias. E valeu, porque voltei até um dia antes do meu atestado acabar, tava aflita já, hahaha. Ficar em casa é desafio extra para não comer porcarias, mas sabendo que nem poderia me exercitar, tracei mentalmente tudo o que eu iria comer e consegui não sair da linha.

Semana 21Chandler is a girl

Comecei a semana um pouco mais tranquila após o ultrassom morfológico. Eu estava tão agoniada que nem dormi na noite anterior. Pra vocês terem noção sonhei que faltava uma parte do abdomen. Só fiquei meio horrorizada com a rapidez do morfológico, tipo 5 minutos só. 🙁 E acreditam que ela não conseguiu confirmar o sexo? O “culpado da vez” foi o cordão umbilical entre as pernas. Pode ser porque ela sabia que uns dias depois teria o segundo screening mais especializado. Na verdade, só fui referenciada para esse por causa da pequena alteração no primeiro. Esse sim (em uma clínica só de US) foi mega detalhado e demorado, contou dedinhos, mediu olho, doppler, tudo mais e claro, fez o ecocardiograma. Fiquei quase 1h congelada na mesa, como foi horrível e tenso. Mas deu tudo certo, tudo perfeitinho, medidas ótimas e mais nenhum susto! Nem sei descrever essa sensação. Já saí de lá com o big relatório na mão e lia e relia só para ter certeza que era aquilo mesmo. E de quebra: agora sei o sexo pra valer. Já quase sabíamos das nossas próprias “brincadeiras” com o ultrassom, mas finalmente ouvi de uma especialista: É UMA MENINA! Até o primeiro screening (quando houve a primeira suspeita do sexo) eu jurava que era menino, sentia que era menino. Por isso, “Chandler is a girl” foi a primeira frase que me veio na cabeça. Fãs de Friends entenderão. Uma menininha e tudo bem nos exames. Que alívio, acho que agora vou até relaxar mais (finalmente, he he e)

Semana 22Me belisca: deve ser a melhor semana de todos os tempos

Em 2018 aprendi a AMAR tempo assim, hahaha

Fomos de novo pra Frankfurt, aproveitando que o cunhado expatriado estava de passagem por lá. Descanso e gostosuras sem fim. Daí fui ao trabalho segunda já super bem humorada por causa do exame de sexta – e ainda recebo a melhor notícia ever. Após muitas incertezas e papeladas, eu consegui atingir o meu maior objetivo profissional a curto-médio prazo antes da bebê nascer. 🙂 Isso vai facilitar a minha vida de tantas formas que nem sei. E nem preciso mais estudar pra prova nenhuma. E – calma – ainda melhora. Entrei de férias essa semana. Eu quase não tirei férias esse ano, e quase tudo que tirei foi pra estudar. E de repente 20 dias pra passear e ficar relaxando em casa. Pra comemorar, no dia seguinte segui para Paris de trem. Com meu livro normal pra ler no caminho. Eu me beliscava e beliscava, chegava a ficar melancólica com a alegria. Será que eu mereço isso tudo? Hope so! Esse semana comprei as primeiras roupinhas de bebê! Foram dois bodies na Gap da Champs Elysée, chique bem. 🙂

Semana 23Realizando um sonho pré-bebê

Nada como ângulo e casacão para esconder um baby bump de respeito!

Segui a semana viajando. De Paris fui a Londres, onde ainda encontrei com uma amiga, e de lá segui para Liverpool. Conhecer Liverpool era um dos meus sonhos, mas meus planos sempre davam errado. Pensei que a hora era agora, não queria adiar mais. E olha: ainda bem que fui, como amei tudo ali! O que nunca imaginei é que minha primeira vez em Penny Lane seria com minha filha mexendo na minha barriga. Que bênção! Graças a Deus passei bem a viagem toda e me mantive super quentinha, mesmo sendo fim de novembro. 🙂 A única coisa é que isso de ir no banheiro vira uma PEDRA no sapato, principalmente pelos passeios nas capitais. Você não quer ficar sem beber água, mas é um saco ficar caçando banheiro o tempo todo, aiai. Além disso, sempre limpava minha mão com álcool gel para não pegar nada nesses metrôs lotados. E o difícil foi o cansaço também. Sei que o segundo trimestre é famoso pela energia que dá, mas sei não! Tudo bem que andei cerca de 12 km por dia, mas todo dia à tarde eu já estava completamente morta. As escadas normais do metrô nunca me incomodaram tanto. Fiquei me sentindo como uma velhinha de 90 anos, tendo que descansar o tempo todo. Mas faz parte! Amei tudo (tirando o transtorno com transporte na volta, e grávida ainda, achei que ia morrer de cansaço), mas sabe o que amei ainda mais que a viagem? Voltar para minha casinha. 🙂

Semana 24Descanso sem fim

enfeite novo pra nossa árvore 🙂

A meta da semana foi: arrumar coisas da viagem (enfim as primeiras roupinhas!!), relaxar, descansar e fazer tudo o que estou a fim. Pior que acumularam coisas e fiquei umas 5 horas sentada em frente ao computador resolvendo tudo! Melhor coisa estar aqui dentro com esse friozinho lá fora, hummmm! Aproveitei para colocar a casa no clima de Natal: montei a árvore (detalhe pro enfeite novo especial, encomendei aqui no ebay) e comprei o primeiro Adventskranz após anos sem, porque é o primeiro dezembro que estaremos bastante aqui em casa. Essa semana também é um marco, a viabilidade médica do bebê! Apesar que quero que ela fique aqui quentinha e protegida por pelo menos mais 13 semanas. Tirando isso, fiquei muito preguiçosa a semana toda, estava com preguiça até de assistir filme no Netflix, hahaha. Terminei a semana fazendo aquele exame chato de tolerância à glicose. Fiz logo o de 2 horas (aqui é opcional, a triagem padrão é o de 1h) por ter uns fatores de risco para diabetes gestacional. Depois fiquei o dia inteiro sonolenta. Talvez também porque começou uma faringite leve, um mal estar. Afinal, nada que é perfeito dura pra sempre, hehe .

Semana 25Reclamona mode on

Beabáa beabéee beibíiiotônico fontoura

Vida high-low que fala? Que diferença, amigos! Essa semana começou já com uma faringite chatíssima. E eu que sou orgulhosa e cismei que agora “vou até o final”, tive uma semana inteira de muito trabalho, dor de garganta e praticamente sem voz. Foi uma luta, com muito chá de camomila, gargarejos, sem poder tomar remédio que preste, porque né, status gravídico. E o dia inteiro doida pra chegar em casa só pra eu simplesmente poder parar de falar. É incrível como falar piora a situação, e no trabalho falo o tempo todo. Cada hora que passava era uma conquista. Pra piorar tive se Deus quiser a última burocracia do ano. Marquei um horário na hora do almoço pra resolver uma coisa na câmara de médicos, toda carregada de documentos, já achando que ia faltar alguma coisa, que não iam aceitar tudo … Fiquei sem meu horário de almoço e foi um estresse só pra dar tempo, mas pelo menos deu certo. YAY. Por causa da garganta não fiz exercício físico a semana toda, uma pena porque acabei comendo muito doce e chocolate. Estou com um sweet tooth incontrolável e a época não ajuda, sou bombardeada por doces de todos os lados. No início da semana, pra piorar, ainda estava tensa por causa dos exames de sexta. Os mais importantes não deram nada graças a Deus. Mas recebi uma cartinha na quarta falando que eu estava com anemia ferropriva e com receitinha de um biotônico fontoura da vida. Mas liguei lá na médica pra perguntar os valores e a Hemoglobina está no valor de referência pra grávida, apenas tive uma queda comparada ao início, que é a hemodiluição esperada que a gravidez causa. Ferritina e VCM nem dosaram mas mandam diagnóstico *PÁ* anemia ferropriva. Questionei e a ajudante falou “ah é, é limítrofe só….“. Cara, medicina básica, fico de cara. Enfim, comprei o tal xarope e vou tomar anyway porque estou com um pouco de aversão a carne e não quero que abaixe mais. Se Deus quiser a próxima semana vai ser mais tranquila.

Semana 26Heranças

Começamos a semana comprando um carro velho-novo e levando um mais velho ainda pro ferro velho. A compra foi do marido, mas sei que eventualmente serei eu dirigindo a peça e tentei de todas as formas convencê-lo a comprar um carro menos cool e mais funcional. Em vão! Fomos jantar na casa de amigos e herdamos algumas coisinhas de bebê. Eles têm um menininho de 3 anos, mas será filho único, então nos deram um monte de coisa. Achei ótimo que já risquei coisas da minha lista, como sling e baldinho. Até porque nem sei se vou gostar de sling e esse que me deram é bem carinho. Algumas roupinhas azuis pra minha filhinha, mas tá de boa hahaha! No resto da semana trabalhei muito, mas só três dias já que tirei 2 de férias, pra emendar no feriado de Natal. Já melhorei da faringite, mas agora outros sintomas da gravidez vieram pra valer. A queimação intensa principalmente quando me curvo (e pra fazer a pedicure o quanto está ficando difícil, afffff) e o mais insuportável: dor na perna. Não bastasse o fácil engatilhamento de câibras (eu até parei de espreguiçar, uma das minhas coisas favoritas na vida hahahaha) agora tenho uma dor chatérrima na perna esquerda à noite. É muito estranho, porque ela continua se viro do lado direito. Está me atrapalhando muito a dormir, porque a única posição que alivia seria a de barriga pra cima (no go nessa época da gravidez…). De dia às vezes sinto dor na pelve esquerda. Ainda não sei se essa dor é de ciático porque é mais na parte anterior do que posterior. Mas é difícil de descrever e localizar, então imagino ser alguma compressão. Isso me deixou mais alerta ainda em relação ao ganho de peso – estou ganhando até agora bem certinho a média recomendada. Mas como sou pequena, o que engordei representa quase 20% do meu antigo peso e acho que minhas articulações estão meio assim ACUMA???? e não estão dando conta do recado. Gastei muitas horas na cozinha preparando as refeições da semana – sem dieta, claro. Mas tudo muito cheio de nutrientes, legumes, proteínas, fibras. Pena que os próximos dias serão no reino da comilança, casa da sogra!

Semana 27O natal chegou

barriga já tava giga, mas ângulo é tudo, neam

Quando pensava no Natal 2018 lá no início da gestação, o fazia cheia de medos e ansiedades. Será que estarei grávida ainda, com 27-28 semanas? Será que as coisas vão dar certo? Parecia tão longe! Um sonho longínquo… Não diria que o tempo voou (pra mim se arrastou), mas cá estamos nós. Essa é a última semana do segundo trimestre (mas varia conforme a fonte), mas a energia já foi embora e a mobilidade está uma tristeza. Acho que essa época é um preview de quando ficamos velhinhos. Desenvolvi até estratégia nova para pegar algo do chão – em vez de me dobrar, eu levanto uma das pernas esticando-a para trás e abaixo o tronco todo. É praticamente uma posição de pilates pra pegar as coisas no chão. Colocar meia, calçar sapato e levantar da cama já está chatinho. Mas nada faz nem cosquinha na alegria de chegar, e bem, até aqui! Aquele clichezão, mas o bebê dentro da barriga é o maior presente que eu poderia imaginar ganhar de Natal.
Viajamos essa semana para a casa dos sogros para passar o feriado de Natal (no caso 6 dias, hehe) e realmente não parei de mastigar por um segundo sequer. Fiz todos os dias 90 minutos de ergométrica (controlando a frequência cardíaca) e não diria que compensou as calorias, mas pelo menos deu para não inchar (inclusive a consciência hahaha). Não posso fazer dieta pra emagrecer, né, mas vou tentar comer direitinho nas próximas semanas, principalmente porque não quero que minha mobilidade fique pior ainda!

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