28
outubro
2017

Alemanha: oftalmo versus optiker

Postado por Ana em Alemanha, Olhos

Correndo o risco de ser prolixa e escrever sobre algo que não interessa a ninguém, me deu muita vontade de traçar esse paralelo, pois acho do ponto de vista científico e sócio-cultural muito interessante! Se for para traduzir “Optiker”, a palavra seria “Optometrista”, mas eu pessoalmente prefiro não traduzir porque eu sinceramente não acho que é a mesma coisa que optometrista no Brasil.

Oftalmologistas x Optometristas no Brasil, a eterna guerra

Para quem não sabe, há anos existe uma verdadeira guerra no Brasil entre oftalmologistas e optometristas. Optometristas são profissionais que em teoria sabem medir os óculos e também os produzem e vendem. Só que no Brasil não são autorizados a prescrevê-los, apenas a vendê-los. A guerra política é eterna, mas atualmente consulta por optometrista é ilegal no Brasil. Em vários países do mundo a prescrição de óculos não é atividade exclusiva do oftalmologista, e a Alemanha é um deles. Eu provavelmente nunca mais exercerei a profissão com objetivo econômico no Brasil. Mas para o Brasil eu não sou a favor da optometria para a prescrição de óculos pelo simples motivo de que a sociedade e o sistema estão PROFUNDAMENTE despreparados para isso e as consequências para a saúde ocular da população seriam catastróficas. Você precisa mudar o Brasil de cima a baixo para que isso se torne uma boa idéia. O acesso pelo SUS é muito ruim e quem já viu de perto sabe o quanto que é difícil para populações carentes conseguirem uma prescrição de óculos ou consulta. Deste ponto de vista pareceria até justo que alguém fosse lá e preenchesse esta falha. Mas é justamente por isso que é perigoso, que a população que em geral não tem uma boa formação nem imaginará que saúde ocular é muito mais que óculos. Lembro do quanto que muitos achavam que o único motivo para enxergar mal eram óculos. Ficariam facilmente a vida inteira sem um exame ocular adequado. Precisamos de mais educação, de uma política social melhor, mais distribuição de renda, além de uma revisão cuidadosa da formação de optometristas – e daí sim poderíamos pensar em mudar. Infelizmente, ao meu ver, uma mudança profunda dessa não é possível antes de uns 50 anos.

Por que essa simbiose precisa funcionar aqui na Alemanha – ainda que imperfeita?

Aqui na Alemanha o sistema é intrinsicamente completamente diferente. A começar pela formação da população, que em sua maioria entende que a visão é mais que óculos. São ridiculamente bem-formados em relação a sinais e sintomas. Vêem um flash luminoso e em menos de três horas já estão no médico. Aqui tanto rico como pobre chegam ao sistema com a mesma velocidade. Se têm urgência, consultam no mesmo dia, ainda que a urgência seja um leve arranhar nos olhos. Se têm um descolamento de retina, não importa quanto dinheiro tenham, estarão operados em menos de 3 horas do diagnóstico. Só me lembro da tristeza dos colegas tendo que decidir no SUS qual paciente seria operado na SEMANA. Por outro lado, justamente por esse acesso quase ideal ao sistema e a população EXTREMAMENTE envelhecida, o modelo aqui é INCONDIZENTE com um oftalmologista como exclusivo prescritor de óculos. A quantidade é simplesmente matadora. É gente demais e a sensação que dá é que são médicos de menos. Simplesmente não dá para adotar o modelo do Brasil e precisamos do outro profissional, no caso, o Optiker.

Aqui oftalmologistas e Optikers trabalham em conjunto. A maioria dos Optikers não vende óculos se vê que a visão não está ficando boa, se não está 100%. E encaminham para gente o tempo todo. Vocês conseguem imaginar A MAIORIA do pessoal da óptica recusando uma venda no Brasil porque a visão não ficou perfeita? Eu tenho dificuldade de imaginar. Aqui ainda sugerem que devem ir ao oftalmo se vêem que o paciente não vai há um tempo. Como nada é perfeito, há exceções. Não me esqueço de um caso absurdo que vi uma vez. Era um homem relativamente jovem. Viu que a visão estava piorando de um olho. Daí ia para o Optiker e o homem ia prescrevendo óculos. Daí a visão em um olho zerou e ele pensou “ok, tenho o outro”. E continuou indo ao Optiker. Quando a visão do segundo olho abaixou também ele foi a mim e me deparei com um nervo óptico morto, um glaucoma tão ferrado como nunca tinha visto aqui em terra desenvolvida. Irreparável.

Se eu gosto?

Eu particularmente acho ótimo. Primeiro porque seria impossível mesmo fazer como é no Brasil. Além disso, no Brasil, uma grande dor de cabeça para os oftalmos são os pacientes que voltam over and over and over insatisfeitos com óculos. E o maior problema é que os óculos estão geralmente certos mas a adaptação muitas vezes é demorada e exige paciência do paciente, principalmente quando graus positivos (+1, +2, +3) estão em jogo. Esse é um problema que não tenho aqui. Ninguém vem até mim reclamar de óculos.

Eu trabalho com Optikers que são simplesmente sensacionais e cujo conhecimento vai muito além da prescrição de óculos, entrando por terrenos daninhos relacionados à cirurgia refrativa. Trabalho com uma especificamente de quem sou fã e com quem aprendo muito. Na Alemanha e formação dos oftalmologistas para a parte da refração costuma ser pelos motivos supracitados bem pobre. A refração nem costuma ser ensinada no equivalente da residência médica por aqui, e quem quer aprender tem que fazer uns cursos por fora. E mesmo quem é bem formado nessa área, tipo eu, (modéstia à parte) não possui um tempo comparável ao que temos no Brasil para a “Arte da Refração”. Pois é sim uma arte e exige tempo e psicologia.

Quem quer exames de óculos feito pelo o oftalmologista?

Ainda assim estou sempre medindo óculos. Claro que não é from scratch pois todos passaram no auto-refrator antes, eu só refino. Ao contrário do que vocês pensam, muitos pacientes querem receita do oftalmo. Eles não gostam de ir para um controle geral e nem terem a visão medida, não gostam mesmo! Quem tem seguro privado (a minoria) só recebe o valor dos óculos do seguro se a receita por feita pelo oftalmo. O restante (salvo exceções com graus extremos e crianças) deve pagar pelos próprios óculos. Aqui eles são mais caros que no Brasil, não é raro um mutifocal custar mil euros! Eu pessoalmente acho que uma refração ainda que vapt-vupt faz parte do exame, que seja para determinar se vale a pena um óculos novo, por exemplo. Os pacientes recebem a receita e o Optiker sempre refaz antes de vender e eu inclusive recomendo isso, pois daí o paciente pode reclamar o quanto quiser dos óculos e se necessário eles trocam. Se ele não conferir e houver reclamações pode ser bem mais complicado.

Quem deve ir ao oftalmologista?

Na minha opinião: crianças com uma boa constância principalmente nos primeiros anos de vida. Aqui os pediatras fazem um ótimo screening inclusive com auto-refração e encaminham também se têm qualquer suspeita de anormalidades. Todo adulto saudável uma vez por ano após os 40 anos. Em caso de doenças como diabetes, pressão alta, alta miopia, na frequência sugerida pelo médico. Adultos jovens e sem sintomas de 2 em 2 anos. E, claro, sempre em caso de sintomas.

Falhas do sistema simbiótico alemão

O sistema aqui não é perfeito e vejo dois problemas que advém deste sinergismo oftalmo-Optiker na Alemanha:

1) Adultos jovens estão frequentemente com óculos hipercorrigidos

Situação corriqueira do meu dia-a-dia. Pessoa na casa dos 40 anos que sempre jurou ser míope, chega lá com óculos -1,00 e na verdade nunca foi míope. Nosso olho possui uma lente dentro (cristalino) que possui uma capacidade chamada “acomodação”. É como se fosse uma pequena contração que nos permite enxergar de perto. Essa capacidade se esgota com a idade, principalmente a partir dos 40 anos. O interessante é que o olho jovem AMA acomodar. Então geralmente você vai dando lente negativa e a pessoa acha ótimo na hora. Isso deixa a prescrição não-cuidadosa com valores irreais – que muitas vezes podem provocar sintomas como dor de cabeça. A melhor forma de suprimir a acomodação é pingando colírio que dilata a pupila e “paralisa” a acomodação, que é algo que o Optiker não pode fazer. Então eles precisam ser MUITO cuidadosos com a técnica ao prescrever graus negativos, senão o resultado é esse mesmo.

2) E quem trata os sintomas?

Eu sou um exemplo vivo dessa situação. Minha visão para perto e para longe ainda é 160% mesmo sem óculos. É absurdamente boa. Se você fizer minha refração você vai encontrar ZERO e ZERO em ambos os olhos. Se eu for para o Optiker hoje ele vai me dizer que não preciso de óculos, pois vejo muito bem sem eles. Mas isso é errado, pois eu tenho uma mega astenopia (sensação de esforço extrema na leitura) que é justificada pela minha hipermetropia que ainda está latente. Significa que minha ainda jovem lente consegue compensá-la, mas a custo de muitos sintomas. Neste caso, preciso ler com lentes fracamente positivas. Como descobri isso? Através de exame com as tais gotas. E ,após isso, esperando um pouco – obviamente meu cérebro detestou meus óculos no início, mas após um tempo ficou ok. Isso é infelizmente uma lacuna no sistema – paciente com esses sintomas ficam bem desamparados e possivelmente anos sem o diagnóstico correto pois, como disse, o Optiker não irá ajudar e muitos oftalmologistas não têm tempo e além de pouca formação nessa área. Além de que é esta é a típica situação que gera óculos ruins no início. Também é a típica situação em que o paciente tem que VOLTAR mais uma vez para testar se tolera os graus. E que não vai gostar no início e que vai ficar insatisfeito no início. E quem vai se responsabilizar por isso? Quem vai ter esse tempo todo? Quem vai ficar falando para o paciente insistir em um óculos que o Optiker não mediu?

3) A prescrição exagerada de óculos com prismas

A prescrição de óculos com prismas é uma coisa que eu via MEGA raramente no Brasil. As indicações eram precisas. Aqui é uma epidemia, os Optiker prescrevem demais. Ao meu ver, 90% são prescrições inúteis. Muitos prismas-placebo! Eu não sei dizer se é uma diferença de Escola entre os países, mas fato é que óculos com prismas são caríssimos. Se te prescreverem um “do nada”, por exemplo, você não tem graus especiais nem visão dupla, recomendo ir ao oftalmo e pedir uma avaliação ortóptica para ver se é realmente necessário.

Como é com as crianças

As crianças e pré-adolescentes aqui recebem as receitas de óculos da Sehschule (literalmente, “escola de visão”). Até os 18 anos os seguros públicos cobrem os custos de óculos, parcial ou totalmente. As consultas na Sehschule são feitas com ortoptistas que são profissionais especializados na motilidade ocular e refração. Aí sim, quando necessário pingam as gotas e prescrevem os óculos corretos. Ao final discutem com os oftalmologistas e as crianças são examinadas. Os Optiker então sabem que nessas receitas eles não devem mexer, porque são a combinação de vários fatores, como estrabismos e hipermetropia latente.

É isso, há um tempo eu meio que queria colocar para a fora essas minhas percepções. Eu já falei uma vez, eu sou completamente apaixonada pelo fato de ter tido a oportunidade em trabalhar em dois “mundos” tão diferentes e me sinto privilegiada de conseguir traçar este paralelo. Espero que tenha sido interessante para alguém.


Beijinhos!

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  1. L. 28/10/2017 às 16:38

    Oi, Ana!

    Estou chocada: queria sugerir esse tema para um post desde que conheci o teu blog, meses atrás! Muito interessante.

    Uso óculos desde pequena, mas ando sem eles com relativa tranqüilidade. Sou aquela que precisa de óculos no cinema (para ler as legendas), na sala de aula (para ler o quadro) e na parada de ônibus (para aumentar a probabilidade de chegar ao destino certo).

    Se preciso apenas de novos óculos, minha preferência hoje, na Alemanha, é claramente pelo oculista/optometrista. Como nunca fiz óculos diretamente com oculistas no Brasil, foi difícil me acostumar. Saio sempre com o “nagging feeling” de que deveria ter ido ao oftalmo.

    O fato é que, como todos os outros médicos daqui, oftamologistas nunca perderam mais que 5 a 10 minutos comigo, sempre jogo rápido. O resultado: quem vê as receitas que acumulei ao longo dos anos deve achar que se trata de pacientes diferentes, tamanha a discrepância entre elas. Para mim, optometristas ganham (e até exageram) no quesito tempo.

    Se me permite perguntar: o que você acha do uso dos chamados “Prismenbrille” (em idade adulta)? Já fui a alguns optometristas que me sugeriram esse tipo bem mais caro de lente. Se eu fosse estrábica, acho que saberia.

    Abraço,
    L.

    • Ana 28/10/2017 às 18:57

      L., você deve ser uma míope “de fato”. É isso mesmo, o tempo é mais curto. Sonho em um dia ter meu próprio consultório e fazer meu próprio tempo de consultas. Como sempre disse, vou morrer pobre, mas who cares.
      Você me lembrou e me senti mal por ter esquecido deste ítem IMPORTANTÍSSIMO e acrescentei no post um ítem, que colo aqui:

      3) A prescrição de óculos com prismas é uma coisa que eu via MEGA raramente no Brasil. As indicações eram precisas. Aqui é uma epidemia, os Optiker prescrevem demais. Ao meu ver, 90% são prescrições inúteis. Muitos prismas-placebo! Eu não sei dizer se é uma diferença de Escola entre os países, mas fato é que óculos com prismas são caríssimos. Se te prescreverem um “do nada”, por exemplo, você não tem graus especiais nem visão dupla, recomendo ir ao oftalmo e pedir uma avaliação ortóptica para ver se é realmente necessário.

  2. Natalia 28/10/2017 às 17:25

    Adorei o post!!!! Realmente vc é muito privilegiada de ter visto esses dois mundos. E mais ainda de viver e trabalhar no melhor deles (na minha opinião rsrs). Bjss

    • Ana 28/10/2017 às 18:59

      eu acho que “o mundo geral” aqui ainda sai um pouco na frente (no meu caso individual), mas sabia que sinto falta da medicina brazuca? Nao do sistema, que é um lixo (apesar da idéia der boa), mas da ciência – lá é muito bem feita em bons serviços! :)))) Bjos

  3. Tainá 28/10/2017 às 17:32

    Foi interessante sim, gostei! 🙂

    • Ana 28/10/2017 às 18:59

      bom saber, achei que ninguem ia nem ler! xD bjos

  4. Elisa 28/10/2017 às 19:15

    Também achei muito interessante!!! Embora não tenha entendido algumas partes.
    Minha avó perdeu a visão jovem em razão de glaucoma, então eu sou a louca do oftalmologista. Qualquer incômodos Ingo que tenho nos olhos, corro para o médico. Felizmente só tenho miopia em graus baixos, menos de dois em cada olho.
    Beijos!

    • Ana 28/10/2017 às 19:18

      Oi Elisa! Antigamente era mais complicado, sabe? Você indo regularmente não tem o que temer. Infelizmente o tipo mais comum de glaucoma não causa sintoma algum nas fases iniciais. Se sentir incômodo então, no reason for panic! Por outro lado, vá com regularidade! Bjos

  5. L. 28/10/2017 às 20:51

    Obrigada por responder, Ana!

    Ainda sobre os óculos com prismas: há médicos aqui (sobretudo os que oferecem tratamentos alternativos, homeopatia, acupuntura etc.) que recomendam esse tipo de lente para tratar males que nem estão relacionados aos olhos. Isso acontece, por exemplo, com crianças diagnosticadas com DDA/AD(H)S (um assunto, por si só, controverso). Não entendo nada dessa área, mas acho que tem a ver com uma suposta relação entre estrabismo e AD(H)S. Há pais que acham que o rendimento escolar da criança pode melhorar com essa lente especial. É como se o uso dos óculos com prisma pudesse corrigir um problema geral de transtornos de percepção/”Wahrnehmungsstörungen” em pessoas de qualquer idade.

    Não conheço ninguém que use essas lentes por motivos “reais” de saúde, por isso a minha pergunta.

    Abraço,
    L.

    • Ana 30/10/2017 às 05:45

      Isso é mega off-label, eu particularmente nao vejo sentido. É uma longa discussao, como uma tal sindrome de irrlen, que por coincidencia melhoraria com lentes coloridas carissimas que defensores vendem.

  6. Aline 29/10/2017 às 02:23

    Ana, uma dúvida que não sei se vc poderá tirar pela internet. Sobre essa orientação das frequências das consultas, isso é na Alemanha ou no Brasil também? Tenho 28 anos, 3,75 de miopia e sempre jurei que o correto fosse ir uma vez por ano.

    • Ana 30/10/2017 às 05:43

      Oi Aline, entra no caso que escrevi, de doenças e miopia, vai como indicacao medica. Neste caso indicaria 1x por ano sim!

      • Aline 31/10/2017 às 02:08

        Obrigada =)

  7. INGRED 30/10/2017 às 17:16

    Ana, adorei o post! sempre fui ao mesmo oftalmo desde 6 anos de idade, quando a professora descobriu minha dificuldade de enxergar. Desde então, eu vou sempre, 1 vez ao ano, porque tenho miopia.
    Os optometristas aqui em BSB trabalham muito em ópticas, e não sabia que suas consultas eram ilegais.
    Eu quero me consultar com outro oftalmo, para uma segunda opinião.
    Me sinto agraciada em ser sua leitora e por você sempre nos esclarecer de uma forma clara e justa sobre diversas coisas.
    Um beijo enorme!

    • Ana 01/11/2017 às 14:00

      Oi Ingred e eu me sinto agraciada por ter gente como vc lendo oq eu escrevo e me dando esse feedback boM! obrigada! bjo

  8. Andressa 31/10/2017 às 14:07

    Oii, Ana! Passei o fds todo tentando acessar suas redes sociais e nao conseguia, inclusive o blog estava off e aí fiquei super preocupada, entao espero que vc esteja bem!
    Adorei o post! Sempre amo qnd vc comenta algo sobre sua facul/residencia r principalmente sobre sua especialidade! Meu internato começa em janeiro agr e to mega ansiosa! Principalmente pq nao gosto de quase nada de clínica médica, mas pelo menos amei otorrino e oftalmo tbm <3 vc me inspira!!! Bjoss

    • Ana 01/11/2017 às 14:01

      Oi Andressa, foi domingo só! Menina achei que ninguém ia notar, mas recebi umas mensagens de preocupação!
      Tá tudo ótimo! 🙂
      Aguenta firme que o internato passa rápido! hehe bjos!!

  9. ana 04/11/2017 às 22:43

    olá querida, te achei fazendo uma busca na net devido a refrativa que fiz. sei que deveria ter escrito no outro post, mas vou falar nesse pois está mais atual e não deixa ter a ver.
    sempre briguei com minha visão, tenho 45 anos, tenho hipermetropia e astigmatismo. fiz a refrativa pq achava que iria melhorar. Nunca pensei em zerar como me foi prometido e para mim não é um problema usar óculos, portanto, me achava uma candidata perfeita, pois como dizia ao médico “só queria fazer minha maquiagem de olho sem está tirando e botando o óculos e correr na rua sem embaçar os óculos. juro que só queria isso. o fato é que consegui isso no primeiro mês, até assistir filme com legenda e sem problema nenhum eu consegui. Eu passava os dias encantada. Mas a partir daí meus problemas começaram e estou num nível de ansiedade bem grande. Acontece que de dois meses para cá, venho sentindo que estou perdendo essa capacidade conquistada gradualmente e rapidamente. Estou apavorada. Fui no medico e ele disse que era assim mesmo. Que era preciso o grau se estabilizar. já foi observado que ficou resíduo de meio grau em um olho e 25 no outro, mas é mais do que isso. Ao acordar, minha vista é péssima, mesmo, tudo borrado, mesmo pingando colírio não melhora, só vem melhorar depois que fico cerca de meia hora na claridade. Se leio no computador, após meia hora, e vou ver para longe, também demora um tempo para o olho ajustar. a sensação é que o astigmatismo não foi corrigido, é possível? gente, muito arrependida… muito angustiada. não sei o que faço, já procurei outro médico, o meu (que se chateou pq não fiz a cirurgia com ele) e só fez me dizer que tinha ficado resíduo desse grau e prescreveu a lente, mas acontece que eu também não consegui enxergar direito com a lente que ele prescreveu… genteeee do céu… o que eu faço??? procuro um especialista em retina? volto no medico que me operou e falo serio com ele? espero os seis meses e provavelmente a piora do quadro? desculpa se não me fiz entender. então
    1 – Fiz a cirurgia com a lasik excimer
    2 – hipermetropia e astigmatismo. ficou maravilhoso no primeiro mês. mas já tem dois meses que vem piorando. desde o primeiro mês que usava só óculos para perto. No segundo mês usei os multifocais, mas se tirava ficava melhor para ler longe. o médico que prescreveu disse que as lentes estavam erradas e mandou a ótica corrigir.
    3 – Piora: noite, não consigo mais assistir e ler com legendas, pois tem uns reflexos e se não tiver canso dez minutos depois, vista borrada, sem nitidez, não enxergo mais os avisos de elevador (quantidade de pessoas e peso) com a nitidez de antes, mas consigo enxergar.
    4- Pelo amor de Deus, me mostra uma luz. Na minha cidade a padroeira é santa Luzia, que é a padroeira dos olhos, até promessa eu já fiz, quem sabe não é vc a pessoa que vai me ajudar. me ajuda. obgada. muito obgda!!

  10. Ana Luiza 15/11/2017 às 04:01

    Oi Ana! Nada a ver com o post, mas eu e meu namorado estamos há um tempo nos batendo sobre nosso destino de réveillon (nordeste é caro, exterior está fora de cogitação e eu moro numa das praias mais desejadas do sul do brasileira réveillon, então quero fugir daqui hahaha) e devemos passar em Minas, na casa de um amigo próximo a BH (macacos). Estamos pensando em vários bate e voltas, e eu tenho há anoooos o sonho de conhecer as cidades históricas! Então além dos passeios de bate e volta, quero pegar na pousada bem legal pra nós por 2 noites em alguma cidade (ouro preto, tiradentes, Diamantina…). As diárias da pousada serão meu presente de natal pra ele, então queria um local em que a gente possa passear na cidade e que tenha bastante coisa pra ver (somos mega agitados), mas que ao mesmo tempo a gente consiga relaxar, comer bem e se curtir. Vc tem alguma recomendação? Qual cidade vc acha que devo escolher? Não precisamos de festa festa, mas uma cidade que tem tenha uns barzinhos pra ir à noite seria bem legal! Heheheh beijos!!

    • Ana 19/11/2017 às 10:06

      oi Ana
      assim, ouro preto é um classico ne? tem que ver uma vez na vida…
      mas eu tenho um amor especial por tiradentes.. e lá pra COMER é uma coisa incomparavel
      alias tem posts breves sobre as duas cidades aqui (mas nada mto de guia)
      se quiser investir num presente mara, recomendo a pousada solar da ponte! A “pequena tiradentes” tb é otima! Qdo eu era mais nova ficava com minha familia na “pé da serra”, a uns 5 minutos do centro, mas n sei se ainda é boa!
      diamantina eu acho legal, mas só recomendaria se estivesse na epoca da “vesperata”.
      mas assim, todas as 3 cidades sao pequenas, coisas pra ver por mtos dias nao tem nao.. mas as vezes vcs podem emendar numa trilha, pegar a maria fumaça de tiradentes até sao joao del rei, etc!!
      todas as tres tem barzinhos à noite, mas ouro preto é universitaria, entao se vc procurar umas festas quebradeiras vc acha tb hahahhaa
      divirtam-se bjos

  11. Anna Carolina Neves 06/01/2018 às 20:06

    Oi Ana,
    Adoro esses textos sobre medicina, fiquei em dúvida sobre a miopia “falsa”, isso teria a ver com o grau ser muito baixo? No meu caso, meu grau diminuiu um pouco depois do 30, não era muito alta, algo como 1,5 a 1.75. Será que tem alguma coisa a ver?

    • Ana 13/01/2018 às 11:39

      nao,é porque quando se é jovem o cristalino ainda acomoda muito e aceita facilmente grau negativo que na verdade nao existe… entao se a refracao nao for feita com cautela os oculos saem mais fortes do que deveriam… o porquê do grau ter diminuido nao tenho como falar, pode ser pq estava hipercorrigido mas nao necessariamente

  12. Natália Meira 09/02/2018 às 13:38

    Olá,
    Adorei o seu post, meu sonho é ser médica e adoro saber como medicina funciona em outros países.

    Esse post me foi muito informativo, porque quando eu era criança eu tinha miopia, mas nunca me adaptei direito aos óculos. Como me sentia muito culpada por não usar óculos, fui a um oftalmo com uns 20 anos, foi num hospital universitário e quem me atendeu foi um professor super gente boa hehe fez vários exames e disse que meu grau de miopia é muito baixo e que comprar óculos seria jogar dinheiro fora haha me senti muito aliviada.
    Porém, quando decidi lutar pelo meu sonho de medicina haha comecei estudar loucamente e com o tempo comecei sentir dor de cabeça e dificuldade de focar na leitura. Fui ao médico e tenho astenopia hehe nunca tinha ouvido falar, parece que ninguém ouviu na verdade.
    E como vc disse, no começo é difícil se adaptar aos óculos. Fiquei muito chateada, achando que não ia dar certo assim como meus óculos de miopia não deram no passado hahaha Eu achei que fosse coisa da minha cabeça, porque logo que comprei o óculos fiquei bem decepcionada, mas depois de uns quize dias… começou a funcionar haaha foi muito mágico!!! hoje não vivo sem minhas lupinhas, apesar de ter um grau bem baixo faz muita diferença na minha vida, onde comprei custam 50 reais simples, e 200 com aqueles tratamentos anti-reflexo que eu não sei se de fato fazem diferença.
    Desculpa o textão, é que eu adoro falar sobre problemas de visão haahaaha
    Quem sabe um dia eu me torne oftalmo hehehe

    bjs
    ps: vc é uma inspiração

    • Ana 09/02/2018 às 21:12

      oi natalia, obrigada pelo comentario :)) que bom que gostou!
      mas é isso mesmo oq vc disse, nao sao casos faceis de tratar, exige paciencia e confianca da parte do paciente e tb mt paciencia do medico!! :))) bom sucesso pra vc, q vc realize seus sonhos! bjos!