16
outubro
2017

Strasbourg é linda

Postado por Ana em Viagens da Ana

Há anos eu queria ir para Strasbourg, uma cidade da França que fica a 89km da minha, mas com acesso via Autobahn chega-se bem rápido. Assim como Colmar, ela fica na Alsácia, aquela região que sempre foi muito disputada entre França e Alemanha. Daí a história é a mesma: lembra muito a Alemanha, claro! E lembra muito a minha própria região. É engraçado que uma das comidas mais típicas de lá, o Tarte flambée, anunciado em todos os restaurantes, é nada mais que o Flammkuchen, a comida que também é típica da minha cidade. Eu inclusive faço Flammkuchen para todos os amigos que vêm à minha casa, he he he! 😉

Vinha empurrando muito com a barriga, todo final de semana surgia alguma coisa. Vi que o tempo desta vez ia estar maravilhoso – e sabemos que essa situação não vai durar muito, então a hora de passeios a céu aberto era essa mesmo.

E que cidade linda! E que diazão, bicho. Quem viu, viu, quem não viu acho que só em abril agora! 🙂 Não tinha uma nuvem no céu, era um sol que não agredia e no auge chegou aos 25 graus em pleno outubro. Desta vez não fui para “fazer turismo” per se. Queria mesmo era passear e pegar um ar fresco. Exploramos as ruelas, passeamos de mãos dadas, ai, porque a França é tão romântica? kkkkkkk

Alemanha?

Strasbourg é uma ótima cidade para fazer compras, tem de tudo lá, inclusive lojas de grife como Hermés (não que eu vá comprar Hermés, mas cês entendem). Acho que é a Sephora mais perto da minha casa, pois na Batatolândia não tem Sephora. Petiscamos muito por lá, tomei um vinho da região (que por acaso é o mesmo da MINHA região, rs) e almoçamos sanduíche com batata frita! Gente e o tanto que me irrita que na França se come sanduba com garfo e faca? hehe

O principal ponto turístico da cidade é a Catedral de Estrasburgo – sempre que as pessoas postam fotos de lá em redes sociais eu achava brevemente que elas estavam em Freiburg. E chegando lá, vi que a bicha é parecida mesmo. Não entendo muito de arquitetura, mas as duas me dão a mesma sensação, exceto pelo fato da francesa só ter uma torre.

Catedral de Strasbourg

Uma coisa do centro histórico que queria conhecer era a Petite France. A origem do nome é menos romântica do que soa. Era lá que ficavam as pessoas com sífilis . Nossos amigos alemães chamavam sífilis de “doença dos franceses”. Por essas e outras que eles aaaaaamam os alemães ali! #sqn

Apesar de ser só um pouco maior que minha cidade (tem 279.000 habitantes), Strasbourg tem uma importância política bem maior pois, junto com Bruxelas, é a cidade-sede do parlamento europeu. Isso é fácil de perceber, pois ela encontra-se armada até os dentes. Vimos muitos policiais à paisana (não estavam de uniforme mas dava para ver que eram) bem como muitos homens do exército mesmo, com metralhadora na mão. Aliás, detesto, morro de medo de um deles pirar e RATATAÁTÁAÁÁ! Enfim, uma das maiores atrações de Strasbourg é o mercado de Natal, mas por esse motivo de segurança, “I’ll pass” mais uma vez, vou só curtir os daqui da roça mesmo. As entradas das ruas turísticas têm uma pequena barreira de concreto para carros não entrarem, mas ainda assim …

A cidade tem muitos parques lindos! Passei por alguns mas pretendo voltar em breve e fazer um piquenique no Parc de l’Orangerie – mas vai ficar para a primavera mesmo, pois o implacável novembro já já está aí! Para quem está em Paris, Strasbourg fica a cerca de 2 horas de viagem.

Se não tiver carrossel, não é França, né?

Bisous!

13
outubro
2017

Habemus faxineira – como funciona, quanto custa

Postado por Ana em Alemanha, Ana de Casa

Faz pouco mais de 3 anos que me tornei “dona-de-casa“. Para mim, todo mundo que sai da casa dos pais é dona ou dono de casa, não tem jeito. De repente somos responsáveis (ou co-responsáveis) pela organização do lar, arrumação e muitas vezes limpeza. Eu cheguei a compartilhar várias dicas aqui (categoria Ana de Casa) de produtos favoritos, organização de rotina, etc. Na verdade eu sempre pensei na possibilidade de ter uma ajuda, mas algumas coisas me fizeram enrolar um bocado. O principal é que sou muito esquisita com a minha “própria casa”. Tenho ciúmes mesmo, sabe? Ficava imaginando alguém sozinha aqui, olhando/fuçando as minhas coisas. Quebrando minhas coisas, mudando tudo de lugar… Fora a questão da confiança e segurança, né? Tivemos um histórico horrível no Brasil. E se tem uma coisa que não suporto é estar em casa “relaxando” ou fazendo qualquer outra coisa enquanto alguém trabalha nela. Não queria que a pessoa ficasse sozinha nem acompanhada aqui, hahaha. Ou seja, era uma missão quase impossível.

A arrumação é uma coisa meio diária. Uma coisinha aqui, ali, caiu migalhas na mesa você limpa, sujou a pia você dá uma limpadinha. Mas uma vez por semana era a hora do faxinão. Eu tenho a sexta à tarde livre (para compensar as horas extras que sempre faço nos outros dias) e era justamente esse o horário do faxinão. O problema é que é também o horário para resolver outras coisas, por exemplo ir ao dentista, médicos. Fora a vontade de descansar após a semana intensa, né? E daí o que acontecia é que eu sempre queria entrar no final de semana já com a casa “pronta”. E daí mãos à obra eu ficava umas 3-4 horas limpando a casa. Se por acaso eu não conseguisse fazer isso sexta, daí acumulava pro sábado, ou pior, domingo, e isso me estressava de verdade. Ficava uma coisa incomodando no fundo e com a casa suja eu não poderia relaxar. Geralmente no final de semana eu dividia com meu marido, tipo ele limpava os banheiros e eu o resto e vice-versa. Mas a real é que já queria ficar livre na sexta. E por mais que seja bom alguém dividindo o trabalho, era um baita turn-off finalmente iniciar nosso final de semana, quando temos tempo para estar juntos, um no banheiro, outro no outro de luvas de borracha. Fora que eu andava meio brava. É óbvio que se passei minha sexta à tarde limpando, chega marido e abre um pão espalhando migalhas eu ficava fula da vida! hahahahaha Estava a um passo de me tornar dessas pessoas que mandam os outros comer em cima da pia para não sujar!

Mas daí chegou a hora que percebemos que precisávamos melhorar nossa qualidade de vida e ter mais tempo de qualidade, juntos ou não. Por causa da minha preocupação com segurança, resolvi fazer tudo por agência. Conhecíamos da época em que marido morou em Kiel a Agência Mary Poppins, que muitos colegas dele usavam. Aqui também tem essa agência e eu sinceramente não sei se vale a pena de verdade, mas foi assim que fizemos. Meu marido foi em uma reunião lá, disse o que precisávamos e eles encontraram alguém com nosso perfil. O problema é que demoraram umas 6-7 semanas, bem mais que o prometido. Daí eles acharam a moça e ela veio para cá e eu “a entrevistei”, aprovamos e ela começou na semana seguinte.

Diferença social em relação ao Brasil

A maioria das faxineiras aqui é estrangeira, mas a nossa por exemplo não é. No Brasil é comum a faxineira começar até mesmo como menor de idade e “seguir carreira” pro resto da vida nesta profissão, muitas vezes sem oportunidade de estudo. Aqui essa situação é incomum, a maioria são pessoas querendo ganhar dinheiro naquele momento, muitas vezes é uma atividade complementar. Nossa faxineira tem outra profissão e sei que com certeza não ficará muito tempo conosco. Ela fala 4 línguas e é muito pro-ativa e inteligente. Isso a gente percebe nas pequenas coisas. Ela veio para a entrevista muito bem vestida e de carro. O salário por aqui também oferece maior dignidade – é possível fazer faxina e criar seus filhos muito bem, por exemplo, com oportunidade de estudo, etc.

Quanto tempo ela precisa

Começamos testando 3 horas por semana, na sexta de manhã. Somos dois adultos em um apartamento pequeno de 70m2 e dois banheiros. Quando chego em casa, está tudo com aspecto limpo, mas a cada semana ela se concentra em detalhes diferentes. Com 3 horas não dá para esperar que a cada semana ela limpará dentro do microondas, por exemplo, mas ela o fará eventualmente. Por enquanto estou satisfeita com esse esquema. Ainda sobra um tempinho para ela levar os lixos para baixo (amem) e até mesmo os cascos de garrafa ela leva pros containers de vidro (a 50m daqui) e também entrega garrafas no supermercado e quando chegamos tem o ticket em cima da mesa (os famosos Pfand daqui).

Quanto custa

Não é impagável como muita gente pensa, mas também não é barato! Se os residentes da casa trabalham fora eles provavelmente conseguem pagar uma ajudinha semanal se essa for uma prioridade. No nosso caso específico, como fizemos com uma agência, funciona assim: nós pagamos a faxineira diretamente (ela deixa uma conta de 2 em 2 semanas) e aquele dinheiro é dela (mas ela paga impostos). Só que também pagamos uma taxa mensalmente à agência (uns 25 euros). Se quisermos um dia comprá-la fora da agência temos que pagar 400 euros. Aqui na Alemanha esse tipo de serviço é pago por hora. Não há ócio mas também a pessoa não trabalhará um minuto a mais de graça. O salário mínimo é 8,50 euros brutos a hora. Sabemos que nesse campo tem muita gente que trabalha e contrata sem pagar imposto ( “schwarz”). Nós não queríamos isso, queríamos pagar imposto e tudo certinho. Do contrário, além de ilegal, é meio que cuspir para a cima. Se acontecer qualquer coisa (roubo, acidente doméstico) você está completamente desamparado e pode esperar problemas. Conhecemos exemplos do nosso convívio de trabalhadores contratados “por fora” e que deu muita m*rda! A faxineira tem o preço dela que ela determina – o caso da nossa é 14 euros por hora. Lembrando que aqui no sul da Alemanha as coisas costumam custar mais do que no norte (por exemplo, em Berlim deve ser mais barato). Ou seja, juntando tudo gastamos uns 200 euros mensais (uns 750 reais) para ter alguém somente por 3 horas semanais. Claro que dá para ser menos, mas aceitamos esse preço e está bem assim. Não é uma guerra de quem paga menos. Ainda que doa no bolso, preferimos remunerar bem quem limpa nossas privadas e assim contribuir para o esquema de justiça social que impera neste país. 🙂 Muita gente só quer o bônus da segurança, etc, mas não quer fazer sua parte.

Como funciona

Não vimos outra forma senão confiá-la nossa chave. Ela chega sexta cedo, trabalha 3 horas e vai embora. Ela fez por conta própria uma Check-List com ítens da nossa casa e ela deixa para gente marcado o que ela fez no dia. Ela usa os produtos aqui em casa e temos um caderninho onde ela escreve o que está acabando, daí compro para a semana seguinte. Essa para mim é a parte mais difícil de acostumar, outra pessoa usando os seus produtos de limpeza e você meio perdendo a noção, hahaha

Repercussões na nossa vida

Parece besteira mas isso me tirou uma carga enorme. Chegar em casa na sexta e não ter nada para arrumar, nem lixo para tirar (e nem garrafa de vidro para levar no container) é impagável. Ando bem menos ansiosa e mais paciente … E eu gosto da sensação de que, ainda que a casa vire um caos durante a semana e eu pire e não queira mais limpar nada, é só esperar que ela estará limpa daí a pouco. Em um momento eu realmente tentei ser a mulher-maravilha, mas sinceramente, atualmente eu priorizo minha qualidade de vida. E eu sou uma pessoa que aproveita MUITO o tempo. Essas horas em que não estou limpando nem com a cabeça pensando em limpar eu faço outras atividades muito mais produtivas e gratificantes. Claro, como eu disse, na vida adulta o serviço de casa é eterno com ou sem ajuda. Mas eu realmente pretendo nunca mais ficar sem uma ajudinha sequer em casa, pelo menos não enquanto nós trabalharmos tanto.

No mais, eu acho interessante isso, o quanto uma coisa boba e que muitas pessoas nem dão valor (principalmente no Brasil) se tornou algo valioso para mim! Eu tenho apreciado enormemente, me deslumbrando por muito pouco. Tipo “meu DDEEEEEEEUSSSSSSS meu lixinho do escritório está vazio”. kkkkk E espero que essa sensação continue, que a #gratidão continue, tal como as criancinhas que têm enorme apreço pelo que é novo. E que isso nunca mais seja “taken for granted” por mim, seja o meu próprio trabalho doméstico ou o de outrem.


Beijos

11
outubro
2017

Minha nova câmera de viagens: Canon G7X Mark II

Postado por Ana em Tech

Não sei se já comentei isso antes, mas tenho muita mania de fazer videozinho de recordação para viagens, principalmente as em família! O primeiro que fiz foi em 2006 com o Windows Movie Maker e todos até hoje meio que viram “clássicos de família”! Eu estava tendo certa dificuldade, porque até tenho um camcord de fazer vídeo (a que uso para filmar aqui em casa, tá velha mas adoro), mas ela é só para vídeo, além de não ser muito compacta. Daí se queria fotos boas tinha que levar minha DSLR da Canon pesadona também. E como eu sou a única da família e amigos que liga para registros fotográficos, eu meio que rodava para carregar esse peso todo por horas. Fora que tirar uma câmera, guardar e pegar a outra é chato demais, né? Confesso que se eu não gostasse tanto de filmar, estaria satisfeita com a câmera do celular.

Maaaas foi por isso que pensei em comprar uma dessas famosas “câmeras de vlog”, que são câmeras leves mas com a lente potente. Pesquisei muuuuito, li mil reviews e acabei optando pela Canon PowerShot G7 X Mark II .

Para mim o mais importante era um foco automático relativamente rápido. A título de exemplo da funcionalidade, todas as fotos e vídeos de NY e Barcelona foram feitas com ela. E eu sou uma usuária normal, zero metida a fotógrafa, coloco muito no modo automático e está bom assim. Essa câmera é meio “last season“, não é mais novidade – e por isso mesmo se encontra com um bom custo-benefício (não quer dizer barata, mas tipo custa metade de Sony RX100 5 e para mim já está boa demais), até porque investir em câmera é furada, logo no ano seguinte já perdem muito o valor. Comprei a minha na Amazon neste link aqui e acho que valeu cada centavo. Não faltam reviews na internet, mas meus maiores pós e contras:

O que amei:

– Nunca tive câmera nenhuma que faz imagens noturnas tão bem como essa

Essa foto foi tirada em um breu completo, mas a câmera arruma luz não sei de onde, haha

– É leve e prática e muito rápido de alternar entre foto e vídeo
– Faz fotos em RAW (tem que ser, para poder ajeitar luz, etc, no Photoshop)
– O foco automático é rápido (mas o da minha câmera de vídeo é mais rápido, estava mal acostumada)
– A câmera tem wifi embutido – a conectividade com o celular é muito rápida e prática através de wifi – é muito prático, você faz a foto e já manda pro seu celular, pode compartilhar no instragram, whatsapp, etc!
– Gosto que o visorzinho levanta, o que facilita auto-retratos(“selfies”)

O que poderia melhorar:

– Se desse para tirar foto olhando através de um quadradinho seria ótimo. No geral não é um problema, mas em situação de muitíssima luz (dia de sol na praia) fica meio difícil de ver a tela.
– A bateria dura um dia intenso de fotografias, mas no dia seguinte já não vai rolar. Então isso é beeeeeeem menos do que dura a bateria da minha DSLR. Para usuários que fotografam loucamente, convém levar baterias extra!

Bom, é isso! Qual câmera vocês usam para viajar?

Beijos!

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