05
dezembro
2015

Nevasca, hobbies e chips

Postado por Ana em Diário de uma expatriada newbie

Está tudo tão enferrujado por aqui que me deu vontade mesmo é de contar um pouco dos últimos tempos. Pra falar a verdade eu até me perdi, não sei o que já contei antes! Vou só contar três causos aleatórios da minha rotina então, não relacionados entre si 🙂

Ana, a aventureira das neves

neveVocê quer brincar na neveeeeee?

Sigo uma escala de trabalho que muda a cada semana pois trabalho em um lugar com várias unidades em toda a região. Algumas bem perto, outras bem longe! Daí que lá fui eu me aventurar em terras longínquas há duas semanas. Não contava com a tempestade de neve que estava por vir. Nunca tinha dirigido na neve! Olha – o que me salvou, aliás, que sorte, é que na noite anterior tinha buscado meu carro novo. Que, aliás, é uma espécie de monstertruck, pois comprei já pensando nisso. Se os pequenos vão, sei que o meu vai também. Também comprei automático pra não ter que me preocupar com a arte de trocar de marchas no gelo. Cheguei com duas horas de atraso, pois estava tudo parado – os caminhões não conseguiam prosseguir, os que tentavam fazer curvas paravam no meio do caminho, uma faixa simplesmente desapareceu debaixo da neve. Olha, minha irmã sempre disse que o inferno é gelado e eu super estou de acordo! O “serviço de inverno” passava com seus caminhões removendo a neve mas simplesmente não dava tempo: foi a primeira nevasca da estação e os flocos eram muitos e muito gordos. Eu os ficava olhando desmanchar no parabrisas, cada floco era tipo uma bola de neve. Pra piorar, o sinal de celular sumiu totalmente e me baixou aquele pânico/claustrofobia na hora que nada andava. Fiz uns snaps pra aliviar a tensão (que só foram enviados depois), haha! Depois, quando tudo finalmente andou, íamos a 10km por hora e eu morrendo de medo porque não sabia como me comportar direito, ia tentando imitar a galera e manter uma distância ENORME. Por isso que disse naquele post – neve é linda sim! EU também amo olhar neve da janela, passear na neve… Quando você está em casa, quando você é turista, quando você trabalha tipo do lado de casa é maravilhosa. Só que não tem como uma pessoa na minha situação gostar de neve em dia-a-dia, não tem como! Semana passada esquentou de novo, essa vai ser de boa, mas já estou preparando meu coração pro inverno de verdade na alta Floresta Negra. Lembrando que isso praticamente não vale pra Freiburg – a cidade em si é uma bolha mimada pelo sol.

Não sou de um mundo só

italki

Além disso – quem me conhece sabe que sou viciada em mini-hobbies, e que eles me fazem feliz, não consigo pertencer “a um mundo só”, sabe? Dentre outras coisinhas que tenho feito esse ano, acho que a que mais me toma tempo extra-trabalho está sendo estudar italiano. Cheguei a estudar formalmente em 2005 e 2006 (!) e depois aqui e ali por conta própria mas nunca tive foco de verdade. Sendo uma língua tão latina, se a gente foca de verdade é capaz de falar muito bem em um período relativamente curto de tempo. Atualmente eu estudo praticamente todo dia. E isso significa que é o que faço na hora do almoço no trabalho. E, quando há alguma mini pausa entre um paciente e outro já saco meu Assimil ou uma gramática ou meu app Anki com meus flashcards. Após procurar professores particulares sem sucesso (até porque aqui as pessoas não são muito de trabalhar sábado), comecei há alguns meses aulas no Skype através do italki – no início arrumei um professor que era até bom, mas muito enrolado e atrasado. Até bolo ele me deu e isso eu não tolero muito tempo. Troquei e acabei encontrando a melhor professora do universo! ALém disso, uma vez por semana faço aula na Volkshochschule, que é tipo o Senac daqui. Chego morta do trabalho e vou literalmente correndo pra aula. O problema é que, por causa de horário e local acabei me matriculando em um nível mais baixo do que o meu. Queria o lado social da coisa, sabe? Gosto de ter uma turminha de italiano! O problema é que além do nível ser mais baixo e eu estudar por fora igual uma louca, bem, minha língua-mãe é português, não tem como meus colegas alemães “competirem” com meu (nosso) erre enrolado. Eles meio que achavam que eu era gênia antes de descobrirem minha “identidade secreta brazuca”. Daí quando falei que era brasileira eles meio que se acalmaram, rs. Tenho planos envolvendo a língua ano que vem – lá pra maio vou pra Itália fazer um mini-intensivão! 🙂 Já está tudo programado, mas comento melhor quando eu for. Um super estímulo extra é o fato de eu ter muitos pacientes italianos, sendo que vários não falam alemão. Eles ficam tão felizes quando eu falo com eles. No início do ano eu falava “eu entendo bem, mas não sei falar muito” – agora já notei muita evolução e faço minha consulta toda em italiano (os próprios pacientes me ensinam muito) ainda que bem falho. E quando vocês pensam: nossa Ana, que AMOR pelo italiano. Olha, sim, pra mim é das línguas mais gostosas de falar do mundo. Mas o motivo real de eu estar mergulhando de cabeça é porque eu quero “terminar algo inacabado” para mergulhar por anos sem dores de consciência nerd no meu grande sonho, o russo. Mas isso é um blábláblá pra depois! Nós seres humanos somos impacientes por natureza, e essa impaciência sempre aflora quando estudamos línguas. Queremos pra já! Tem uma frase clichê que sempre me ajudou muito a focar, espero que ajude alguém aí também!

year-from-now Daqui a um ano você vai desejar ter começado hoje!

Pois é! O negócio é não desistir. Hätte, hätte, Fahrradkette!

O dia mais feliz da minha vida

chipsvagab

Há poucos dias, estava dando uma checada no setor de salgadinhos do supermercado quando vi um pacote diferente. TInha cara de chips vagabundo! Gente, eu sou ALUCINADA com chips vagabundo. Daqueles com gosto de isopor, cheios de sal. Nossa… milhopã, fofura-palito! Daqueles que quando a gente come um pacote tem até que deixar a perna pra cima pra desinchar. Lembro da minha festinha de 5 anos quando achei um pacotão de milhopã na despensa de casa e me tranquei com uma amiguinha e ficamos duas horas enchendo a barriga de milhopã – paixão antiga! Mas daí que a Alemanha é super ZEROLA com chips. Aqui não tem Elma Chips, Fandangos, Cheetos, nada disso! Tem muita batata, mas é tudo ou com gosto de churrasco ou com gosto de páprica ou mexicano. Ou uns de amendoim sem sal esquisitérrimos. Sério, uma b*sta. Me sentia vazia, incompleta. Vi esse pacotinho e resolvi levar, pois como chipsvagabundóloga estava bem esperançosa com o aspecto do pacote. Quando provei em casa não pude acreditar nas minhas papilas gustativas!!! É um chips vagabundo com certeza! Salve, salve, senhor. Corri e comprei mais dois pacotes pra estocar. No mesmo dia comi todo o estoque. Ontem comprei mais três pra estocar e comi tudo já. Resolvi fazer um rehab e não estocar mais, antes que meu coração não aguente mais, hehe!

Baci!

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