05
março
2019

5 coisas que sentirei (e não sentirei) falta da gravidez

Postado por Ana em Maternidade

1) Massagem anti-estrias na barriga

Sei que posso teoricamente continuar recebendo minha massagem e tals (depende da boa vontade do respectivo), mas vejam a cena. Chegava eu após um dia cansativo, já toda prontinha pós-banho, cuidados noturnos, cabelo seco. Aparecia com meu óleo Weleda (que depois virou Bio-Oil) na mão, deitava no sofá e ganhava uma massagem anti-estria no meu panção. Sério, melhor coisa ever. Tãaaao relaxante!!!!

2) Movimentos do bebê

Eu sempre me perguntava como eram esses movimentos. E não tem jeito, só engravidando pra saber, né? Comecei a sentir com 17-18 semanas e foram ficando progressivamente mais e mais fortes, mas ainda assim foi diferente do que eu imaginava. Achava que eram chutinhos mas era uma sensação engraçada de músculo liso sendo encostado mesmo. O engraçado é que sempre os senti muito com as mãos também. E com as mãos eu entendia mais o que estava acontecendo do que só “sentir por dentro”. Quantas vezes à noite os fiquei ali sentindo quietinha com mão na barriga, abrindo um sorriso transorelha? Às vezes davam gastura. Às vezes eram meio alienígenas e eu morria de rir. E os montinhos de um lado só? O bumbum ali encostado, a perninha… eu e marido brincando com os “montinhos de bebê” à noite. Aiai, vou morrer de saudades disso!

3) Consideração alheia

A Alemanha não tem fila prioritária e super entendo, aqui nem funcionaria devido ao tanto de idosos. Tem lugar nos trens e tals. Quando minha barriga surgiu já estava frio e quase não dava para vê-la com meu casacão de inverno, então não sei como seria essa parte. Mas não é esse tipo de consideração a que me refiro. Percebi sim uma consideração maior de todas as pessoas. Perguntando como eu estava, facilitando algumas coisas para mim. Paparicos da família, hahaha E o principal: a enorme consideração com grávidas por parte do sistema social alemão. Que país respeitoso com as grávidas/mães, quantos direitos! Acho que em nenhuma outra fase da vida somos tão protegidos pelo sistema. Contei (muito) mais no post sobre o pré-natal.

4) Antecipação da maior alegria da vida.

Quando o verão ainda era minha estação favorita eu sempre dizia que na verdade eu preferia a primavera. Pelo mesmo motivo que sempre amei mais sexta do que sábado! Prefiro os momentos antes do cume do que o cume em si. Porque depois penso “ah, nada vai ser tão mágico como isso mais”. Faz sentido? hehehehe Acho que segurar minha primeira filha nos braços pela primeira vez vai ser o momento agudo mais feliz da minha vida. E essa antecipação – apesar de meio assustadora às vezes – é boa demais.

5) A licença maternidade pré-bebê

No meu caso, começou já na semana 32, pois tirei 2 semanas de férias antes da licença obrigatória. Quando o nenê chega, sei que vem um trabalhão, só muda o tipo, hahaha. Mas sei que fiquei “doidinha” (no bom sentido) com tanto tempo livre. Fazer o que eu quiser, ler livro, ver netflix, cozinhar com calma, ver o mundo lá fora em plena segunda-feira à tarde! Que mamata é essa, Brasil? Nem sei o que faço primeiro. Nem me lembro da ultima vez que tive tanto tempo pra fazer o que eu bem entendesse. Pra ser perfeito só faltava o vinhozinho e a ausência dos sintominhas chatos, conseguir dormir de verdade, etc haha!

Nem vou mencionar os sintomas comuns (meus predominantes: MUITA dor na perna à noite, câibras à noite, pirose, motilidade triste no final…) porque ninguém em sã consciência sente falta disso, né?

1) Medos e ansiedade

Para mim foi disparada a parte mais difícil. Quem não quer ter um neném saudável, não é mesmo? Os outros ítens são completamente secundários em relação a esse. O CRM+ não ajuda, viu. Desde ao medo de aborto espontâneo no início, passando pelo pânico dos screenings , medo de todas as possiveís patologias, da prematuridade… Eu sempre chegava para consulta super tensa (a pressão era sempre um pouco mais alta do que eu media em casa). No dia do screening eu até falei com minha médica “vejo o pessoal falando que está feliz em ir finalmente pro exame morfológico e eu não entendo isso, como pode uma pessoa ficar feliz em ir fazer o morfológico????”. hahaha Isso mesmo. Os medos ainda não passaram, eles só mudaram de acordo com a fase da gestação. Sei que isso é muito por causa da minha personalidade. Meu marido também é CRM+ e ficou tranquilo o tempo todo. Ele inclusive me disse para eu get a grip porque os medos e ansiedades não vão passar quando o neném nascer, crescer (muito pelo contrário). Senão vou ter uma vida inteira de preocupação. Acho que ele tá certo, veremos o que consigo fazer.

2) Mil médicos e exames

Odeio ir ao médico. Sempre fui contudo muito responsável, ia na gineco 1x por ano, fazia meus exames necessários também. Mas na gravidez isso é muito multiplicado. E olha que a minha não era de risco e foi não-complicada. Mas é médico demais, exame demais, agulhada demais. E aquele exame de glicemia? Puáaaaa.

3) Privações alimentares

Isso obviamente aflige todas as grávidas. Para mim o pior: ficar sem minhas tacinhas de vinho tinto e sem poder tomar café à vontade. Pra piorar, a neurose com saladas de rua, salames , patês, ovo mole, sushi, maionese, alguns tipos de queijo! Juntei o pior dos dois mundos – Brasil e Alemanha – em relação às proibições (ver post de cuidados na gravidez, lá explico melhor). Meu desejo para o pós-parto imediato é que meu marido me leve uma salada de um sacolão lá que amo, e uma tacinha de vinho tinto assim que der (tem que ver por causa da amamentação, né).

4) Não poder fazer o exercício físico que eu quiser

Eu era doida pra unidade da academia que frequentava passar a ter aulas de jump (adoro). E sim, as tais aulas apareceram lá pela minha 15a. semana de gravidez. Fiquei só chupando o dedo. O mesmo para minhas aulas favoritas: o body pump, step, o pilates-pancadão, o yoga “de verdade”, meus funcionais de casa (flexões etc). Tudo isso ia além do recomendado para a gravidez. Até os exercícios de musculação que mais gostava acabei abandonando. Me restaram elíptico e ergométrica e uns exercícios mais entediantes, e um yoga quase homeopático. Uma pena, considerando o ítem a seguir.

5) A vontade incontrolável de comer doce a ENORME capacidade do corpo em acumular peso

o lema do meu marido kkkkk

Eu não entendia quem ganhava 40 kg numa gravidez, achava que era desleixo. Daí Zeus virou pra mim e falou “CUMPRA-SE!!!” hahahahahha Vi que isso é totalmente possível. Eu até consegui ficar na minha curva de ganho normal, mas se eu não tivesse quase MORRIDO de esforço físico e psicológico, tinha ganho fácil uns 40 kg. Uma coisa muito difícil da minha gravidez foi a nova incontrolável vontade de comer doces. Eu nunca nem fui fã de doces. Mas espera, vocês não estão entendendo. Não era vontadezinha, mas tipo compulsão mesmo. A vontade era às vezes tanta que me dava impressão que eu ia convulsionar. E não tinha muita solução essa vontade – pedacinhos não melhoravam em nada. Eu me imaginava comendo 5 bolos inteiros de uma vez e com zero alívio de vontade. Obviamente nunca fiz isso, mas foi uma força de vontade muito dolorida, penosa. Parece gracinha e tal, mas sofri muito com isso. Porque eu realmente queria me manter saudável e com ganho de peso ok (e consegui). E do outro lado do problema estava a enorme capacidade do corpo em engordar. Totalmente desproporcional aos meus esforços, ao que comia. Em outra época com esse nível de esforço físico e psicológico eu até perderia muito peso. Na gravidez, uma deslizada = 1kg a mais, sem volta. Injusto mesmo! Não cortei totalmente os doces (isso inclusive nem conseguiria), mas em 100% do tempo dos últimos meses eu estava pensando em doce e me segurando para não comer. Então no fim das contas acho que merecia sim uma medalha pelos esforços, rs. Simplesmente um saco essa situação e espero que isso vá embora do meu corpo quando o bebê nascer.

E vocês? Quais foram as melhores e piores coisas de suas gravidezes?


Beijos!

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  1. Aline 05/03/2019 às 18:53

    Nunca fiquei grávida, então não tenho muito a acrescentar. Porém, preciso comentar: vc está tão linda nessa foto. Não falo nem tanto em termos de beleza física (que está também), mas parecendo tão feliz, tão plena. Está digna de porta-retrato!

    • Ana 06/03/2019 às 05:40

      Oi Aline, obrigada!! =)))
      Estou realmente muito muito feliz! Bjos

  2. Maria 06/03/2019 às 10:44

    Sobre as coisas que vão deixar saudade… o cuidado e a preocupação dos outros com certeza são carinhos importantes pra esse momento, tb sentiria falta disso. Massagem na barriga… Bom, nunca recebi, mas acho que seria mais fácil que eu sentisse cócegas do que relaxasse hahaha. Os movimentos intrauterinos se vão, mas os movimentos do bebê “ao vivo” vão compensar. ?
    Sobre o que vai tarde… falta da academia não seria um tópico com certeza, inclusive seria uma pena que a “desculpa” da gestação não poderia mais me deixar de consciência tranquila e me deixar livre de qualquer culpa hahahaha (ai, nada pra se orgulhar, mas não consigo gostar de mexer meu esqueleto!). O desejo por doces,nossa… você montou alguma estratégia pra isso? Tem gente que diz que, quando deseja doces, come uma frutinha mais madura, que alivia a vontade e é “menos mal”.

    • Ana 07/03/2019 às 12:01

      Não houve estratégia que bastasse, o desejo nao foi embora nunca. Eu liberava um docinho no fds, mas minha melhor “estratégia” era nunca comprar por exemplo um pacote inteiro de biscoito, evitar fazer 1 bolo inteiro em casa, etc. Isso porque qualquer coisa comprada foi comida até o fim, já aconteceu de eu comprar 1 pacote de biscoito pra comer só 2 e guardar o resto mas: hahaha, sem chance. E independente da quantidade, nao sanava. Se eu comesse 1 pacote de biscoito continuava podendo comer mais. Entao eu comprava tipo um pacotinho com 2, comia 2 e continua morrendo de vontade, mas é a vida. Evitava comprar 1 barra de chocolate, em vez disso comprava 1 unidade de chocolate. Fruta, chiclete, refri diet, nada funcionou pra tirar o desejo infelizmente. Acho que por isso o sofrimento, estou há 9 meses com essa sensação de desejo-nao-saciado dentro de mim. 🙁

  3. Karol 07/03/2019 às 17:19

    Vc está lindíssima!!! Eu acho que, de forma geral, a gravidez passa muito mais lentamente que o momento pós-parto. Mas todo o sofrimento vai ser compensado and a bebê chegar! No seu caso, foi até mais tranquilo pelo que leio..mas tem mulheres que detestam ficar grávidas e eu entendo totalmente. Eu já penso nos nomes da bebê. Será que ela pode ser minha xará?? Carol é Alemão, né?! hahah me achando
    bjo

    • Ana 07/03/2019 às 18:24

      Pareceram 10 anos de gravidez, apesar que agora no finalzinho tá voando…
      É comum aqui (nao na nova geração) , mas o apelido é “Caro” , hehehe. Gosto do nome e é o nome da minha irma, mas evitei normes com “R” por causa da pronuncia =))))
      Olha, eu prefiro estar nao-gravida do que gravida, com certeza. Mas é o caminho pra algo que quero mto, fazer oq ne kkkk Bjs

  4. Maria 07/03/2019 às 22:24

    Não pude deixar de notar o comentário acima em resposta à colega. E super entendo! Também não colocaria nada com R se morasse na Alemanha. Não consigo pronunciar R como eles. E ai ja viu ne… todo mundo ia chamar minha baby de uma forma diferente da que eu chamo. Kkk me identifiquei

    • Ana 08/03/2019 às 18:23

      Pois é! Eu quero pronunciar o nome com a maior naturalidade possivel dentro da minha casa, o “meu R” e nao o R alemao… qualquer nome com R aqui significa que eu ia ser a unica a chama-la de uma forma X, por isso evitei ! bjos