18
janeiro
2016

Não precisamos de tanta coisa assim

Postado por Ana em Coisas da Ana

Quem me acompanha aqui há mais tempo já pôde notar várias mudanças em mim. Normal, né? Já passei por diversas fases: lá em 2010 eu fiquei completamente alucinada com coisas de beleza. Não podia ver uma barraquinha e ia testando tudo e comprando um monte de quinquilharia. Já faz um tempo que essa mania acabou, salve ocasiões especiais tipo Sephora de Paris, porque aí não tem jeito, né?! he he he Estou longe de ser uma eremita no topo da montanha, e nem almejo ser. Mas uma coisa realmente mudou em mim, principalmente desde que mudei de país: comecei a sentir que menos é mais. Saber, eu sempre soube. Acho que a mentalidade alemã me contaminou um pouco: comecei a achar as coisas simples e despretenciosas a mais chiques e elegantes. Comecei a achar festas (aniversário, casamento, etc) com super produção e milhares gastos uma coisa mega desnecessária.

criadomudo

Nada mais elegante que um pequeno jantar. Comecei a admirar ainda mais pessoas que não esbanjam riquezas (mesmo muitas vezes tendo as tais riquezas). São essas as mais seguras de si! E comecei a dar mais valor a ter poucas coisas, poucos objetos e quinquilharias ao meu redor. Em relação aos costméticos, eu tenho esperado acabar e feito mais reposição mesmo. Às vezes não resisto a uma novidade, é verdade. Acabo usando até o fim mesmo produtos dos quais não virei muito fã – desperdício eu sempre detestei. Atualmente tenho 5 esmaltes na minha caixinha. A penteadeira vai ficando cada vez mais vazia. O fato de eu me maquiar totalmente com produtos que cabem numa cestinha me fez ver que, na verdade, eu nem precisava de uma penteadeira. Quando me mudei, selecionei algumas coisas pessoais importantes pra trazer, que atualmente cabem dentro de uma caixa. Memórias de uma vida inteira!

neve

Parei de comprar livros novos enquanto não leio os não-lidos que já tenho. Roupas, tenho preferido algumas poucas de boa qualidade, que me deixam quentinha. Atualmente eu alterno entre no máximo 4 pullovers para ir trabalhar. Aqui ninguém repara em repetição de roupa e muito menos faz chacota nas suas costas por isso – isso facilita muito pra mim. Tenho uma conhecida que acabou de se mudar para um casa de no mínimo “1 MI” de euros, e lembro que ela passou o verão todo indo a tudo quanto é churrasco, festinha e evento com a mesma blusa azul. Lembro que até comentei com meu marido na época: “Nossa, mas ela não tem outras roupas?”. E hoje uso um pouco dessa prerrogativa também (mas não nesse nível, rs!) 🙂 Juntei um monte de coisas que não uso há mais de um ano para doar – fenômeno novo da Alemanha é ter para quem doar as coisas (no caso, refugiados). Há alguns anos acabava-se por se jogar no lixo. Tenho atualmente só um par de óculos escuros (um que nem acho tão bonito), porque os meus favoritos se quebraram. Tá, devo comprar novos quando o verão chegar! 🙂 Estou todos os dias com o mesmo relógio velho e só tenho um par de brincos (uso todo dia o mesmo, nem tiro pra dormir). Até minha fraqueza – bolsas – tem mais de um ano que não compro, e imagino que passarei 2016 sem comprar outra também. O celular vai ficando o mesmo de sempre enquanto funcionar …

relogio

A vida é uma constante mudança. Pode ser que daqui a um tempo me baixe a Becky Bloom e eu vire uma acumuladora. Não sei e não me responsabilizo pelo futuro! Mas fato é, tenho achado bem mais leve viver assim! Não precisamos de tanta coisa assim para viver bem. Até mesmo os sonhos de consumo que tanto almejamos, eles nos causam uma euforia inicial mas depois passa. Um coisa que meu marido sempre me disse – aliás, a simplicidade é das coisas que mais amo nele – é que no final do dia a gente só quer chegar em casa e estar com quem amamos, o resto não importa tanto assim.

Não é verdade isso?

Beijos da Ana melosa, reflexiva e sentimental 🙂

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  1. Amanda Trintim 18/01/2016 às 20:24

    Ana, que texto lindo! Me fez pensar em muitas coisas… E ser mais leve é uma das minhas metas de 2016, ainda tenho muito que aprender, mas isso é a vida, né? Obrigada por compartilhar sua experiência <3

    • Ana 19/01/2016 às 16:31

      E ainda penso, qto menos coisa a gente tem, menos coisa pra bagunçar/arrumar, rsrsrrs!!! p.s: legal seu blog de viagens!! bjos

  2. Isabela Gomide 19/01/2016 às 06:41

    Amei muito esse texto, Tina! Sinto da mesma maneira!!

    • Ana 19/01/2016 às 16:31

      Que bom, Bela! Bjim!!

  3. Meriele 19/01/2016 às 11:27

    Amei seu texto…simplesmente. Gostaria de estar aí pra viver mais simples e sem as exigências e falatórios que muitas vezes somos obrigados a ouvir, óbvio que não devemos dar ouvidos para opinião alheia, mas nem sempre é fácil isso, num lugar onde a cultura do TER está tão valorizada.

    • Ana 19/01/2016 às 16:30

      Oi Meriele. Tem todo tipo de gente em todo lugar, mas realmente a cultura aqui tende a ser menos ostentadora. Vê-se isso pelo pouco sucesso de redes sociais se comparado ao Brasil. Lembro q qdo eu fui ao Sushi Leblon meu marido ficou horrorizado pq tava todo mundo tirando foto da comida, rsrsrs Aqui nao vejo isso no restaurante. Shows, peças, óperas tb nao costumo ver celulares levantados. Bjs

  4. Isabella 19/01/2016 às 17:25

    Também tô ficando assim é acho que é a idade. Ela vai trazendo mais consciência do que realmente precisamos e queremos da/na nossa vida.

    • Ana 20/01/2016 às 19:46

      Tb super acho que vem com a idade… legal seria pensar nessas coisas bem jovem e “aproveitar” melhor a vida, ne rs mas amadurecer faz parte! bjo

  5. Mariana 20/01/2016 às 12:35

    Oi, Ana! Estou passando pela mesma fase! Comecei até a pesquisar sobre minimalismo, armário cápsula, etc… rsrs… e estou amando. Fico feliz que esteja refletindo sobre ser menos consumista, e passando essa mensagem pra frente. Temos que mudar nossa cultura de aparências né?!
    Beijos!!

    • Ana 20/01/2016 às 19:45

      Armário cápsula? Gostei, Mariana! :))) Vou ler sobre isso depois… bjos!

  6. Sara 20/01/2016 às 14:47

    Oi Ana!
    Sabe que sinto o mesmo guria, hehe
    Estou na mesma vibe, sendo mais seletiva e simplificando o que posso.
    A vida simples é tão mais leve!
    beijos,
    adoro seu blog!

    Sara

    • Ana 20/01/2016 às 19:44

      Oi Sara! Verdade, as coisas ja se complicam por si só, da nossa parte o qto mais simplificarmos melhor rs! Bjos

  7. Elisa 20/01/2016 às 15:45

    Adorei o texto! Concordo com tudo o que você escreveu.

    • Ana 20/01/2016 às 19:42

      :*

  8. Tami 20/01/2016 às 19:40

    Oi Ana! Ótimo você escrever esse texto porque tenho me sentido da mesma forma há algum tempo. Tenho comprado somente aquilo que preciso e que gosto muito. Promoção não me atrai mais como atraia. Sorte sua que se mudou para um país mais consciente quanto ao consumismo porque o que sinto aqui no Brasil é que as pessoas ainda julgam muito pelo que você tem, veste, mostra. Queria saber se você tem algum tipo de comportamento quando as pessoas te cobram que você deveria ter tal coisa ou quando esperam que você se enquadre em algum padrão.

    • Ana 20/01/2016 às 19:53

      essa coisa de status infelizmente tem no mundo todo, acho oq muda é a forma… eu ja reparei em algumas coisas por aqui que as pessoas vêem como status, diferente do brasil… uma it-bag aqui nao faz nem cocegas, ninguem repara. Mas sei que homens reparam em relogio, sei que reparam em tecido de roupa (tipo terninho de entrevista de trabalho, se é de boa qualidade). Mas realmnete nao comentam nada pelas costas e isso acho uma vantagem mto grande.
      Tami, atualmente, acho que nos últimos 5 anos, tenho me tornado meio blasé com essas coisas. Eu tenho HORROR, absoluto horror quando dao pitaco na minha vida. Lembro que ouvi mto sobre minha mudança de país (detalhe: sem perguntar a opiniao de ninguem). Mas todos tinham uma opiniao sobre o assunto. Esse tipo de coisa me deixa tao nauseada que se alguem fala na minha cara eu tenho cortado na hora, nem me esforço mais em dar sorriso amarelo. E esse tipo de gente com energia ruim eu corto mesmo (mas essas pessoas sao infelizmente igual bumerangue, vc joga longe e elas voltam ainda mais forte, o ser humano detesta ser ignorado). Em relação a consumo ninguem tem me cobrado nada, ate porque estou por aqui. Sei que qdo tiver filho nao preciso montar aquele quartinho de bebe super equipado (mtos amigos aqui sequer tem quarto pro bebe, só um berço, rs), sei que nao preciso dar festas caprichadas, nem ficar sempre trocando de roupa, nem estar sempre com as unhas feitas, e até se eu quiser ficar bigoduda ninguem vai fazer chacota. Entao sim, dentre aspectos negativos e positivos esse foi um mto positivo de mudar pra essa cultura, deixou minha vida mto mais leve e sem cobranças (os brasileiros vira e mexe me cobram alguma coisa à distancia, mas vindo daqui n tenho, rs). Bjos

  9. Fernanda/PR 20/01/2016 às 20:55

    Adorei o post!!!
    Estou tentando evitar liquidações!!! kkkk
    Sempre compras desnecessárias!

    • Ana 21/01/2016 às 03:56

      nesse aspecto tenho evitado a Ikea haha

  10. Karol 21/01/2016 às 00:51

    Que legal essa reflexão. Acredito que quando você se mudou, sentiu bastante o fato de nåo poder carregar um container com todas as coisas de mulher, né?! rs.
    Acho que a maturidade também ajuda bastante nesse processo de diminuir a quantidade de coisa que temos. Eu não consigo entender quando alguém fala que “esquece de algo que tem” . Não deveria ser assim… O que me ajudou bastanfe é viver em um apê com um guarda-roupas micro… daí aprendi que TENHO que ter poucas coisas para mantê-las organizadas ( faço micro faxinas tda semana).
    bj

    • Ana 21/01/2016 às 03:58

      Na verdade esse foi um problema menor do que parece. Fui trazendo as coisas aos poucos, e os alemaes q foram ao meu casamento trouxeram tb (trouxe os presentes de casamento, imagina). O mais dificil foram os livros, mas atualmente os mais importantes estao todos aqui. Eu tenho um guarda roupa todo normal em BH, inclusive com sapatos – aqui eu uso coisas totalmente diferentes, principalmente por causa do clima/cultura. NOssa, minhas plataformas amadas, nao trouxe nenhuma e nem fazem falta. Meu armario aqui tb nao eh grandeeee, isso realmente ajuda a minimalizar. Bjossss

  11. Ingred 21/01/2016 às 10:55

    Me peguei pensando nisso esses dias, sabia? Que engraçado!
    Estava justamente no shopping vendo as liquidações e pensei: que liquidação é essa que aumentam o preço e dão desconto de 70% pra enganar o consumidor? Daí fui pensando: poxa, não preciso de roupas e sapatos. Tenho muitos. Minha gaveta quase não fecha mais de tanta blusa.
    Como a colega falou ai em cima, o Brasil tem uma cultura do julgamento pelo que você tem, pelas roupas,sapatos, bolsas que usa. Sem contar nas blogueiras de moda que fazem propaganda até da alma para que você não deixe de ter aquele sapato, aquela bolsa senão você vai morrer hahahah
    Exageros a parte, mas é necessário que nós repensemos o quanto, o que e para que consumimos. Parece clichê mas precisamos pensar no meio ambiente 🙂
    Acredito que você como médica trabalhando aqui no Brasil iria ser exigida a trabalhar impecável.
    Beijos

    • Ana 21/01/2016 às 18:05

      até que comigo nao tinha mto disso nao! mas imagino que a situação com uma dermato atendendo paciente particular em clinica chique seja diferente.. uma amiga minha é pediatra e me disse que um dia um paciente foi reclamar de uma colega dela pro chefe do hospital (unimed bh) que a médica “nem estava de maquiagem”. SÓ RINDO MEEEEERMO

  12. Sephora 22/01/2016 às 20:19

    Tina, amei o post!!! Tenho tentado não acumular coisas e nem comprar sem necessidade também!

    • Ana 26/01/2016 às 04:19

      :)))

  13. Ana Carol 25/01/2016 às 21:19

    Adorei o post!! Eu tb tô ha um tempo agindo mais assim, só repondo produtos, ao inves de ter 3 lapis de olho preto, usar o que tenho até acabar e coisas do tipo. Serve pra make e pra cosméticos tb.
    Legal acompanhar esse seu crescimento depois da sua mudança pra Alemanha. Realmente acho q aki no Brasil as coisas são diferentes, tem mais essa cultura da ostentação, né! Uma pena! Quem é chique mesmo, não se preocupa com essas coisas. Alias, fikei boba com a historia da sua amiga q comprou o casarão e usa a mesma blusa. rs Acho q as pessoas são mais desapegadas por aí. Ponto super positivo! E mais ainda por pensar q ninguém se importa, ou fala por trás. Isso é muuuuito diferente daqui!
    Eu abri o link do post antigo e, não sei o q vc acha q calçados d oncinha atualmente, mas eu achava super brega a estampa em qq coisa e hj acho mega estiloso em sapatos! Acho q dá um toque fashionista,sabe! rss Inclusive hj tenho uma sapatilha e um chinelo , e vi um tenis da New Balance q fiquei desejando! rs
    Mas enfim, parabéns pelo desapego! Eu ainda tô meio longe disso, mas tô tentando! rsss

    Bjão!! ^_^

    • Ana 26/01/2016 às 04:18

      Oi Ana Carol! Continuo gostando de oncinha, mas atualmente nao tenho mais nada, só mesmo o sapato da foto, que alias esta novinho hahaha Usei ele no verao aqui. Mas oncinha deve ta fora de moda, nao vejo muito mais! :))) EU tb to longe de ser exemplo disso, mas só acho que melhorei hehehe Bjos!

  14. Renata T 26/01/2016 às 17:56

    Esse post conseguiu expressar bem o que estou sentindo no momento. Sem vontade alguma de acumular. E quando sinto q estou com mta coisa acumulada, da até um certo enjôo. Rs

  15. Lia Lima 27/01/2016 às 19:57

    Ana me identifiquei muito com o seu texto. Quando comecei a trabalhar, e ter o meu dinheiro eu era muito nova, e saia comprando tudo que via pela frente. Eu tinha milhares de pares de sapatos, mais um monte de roupas…Passou um tempo, eu fiquei desempregada, e aprendi a viver com pouco. Voltei a ter o meu dinheiro, mas a minha cabeça já tinha mudado, não sinto necessidade de comprar tudo que acho bonito. Hoje tenho poucas e boas coisas no meu armário.

  16. Gabi M. 10/02/2016 às 23:22

    Um dos melhores posts do blog!
    Também estou passando por essa situação. Resolvi que não preciso de mil roupas no armário (não tinha espaço mais pra nada), mil itens de maquiagem com a mesma função, vários shampoos, perfumes, máscaras pro cabelo, etc.
    Um dia parei pra pensar sobre esse consumismo e me deu aflição de toda essa energia estagnada, sabe? hehe Aí doei várias coisas que não uso e não preciso ter e foi a melhor coisa que fiz, me senti até mais leve, com aquela sensação de vida mais simples e prática. (Mas uma das partes mais difíceis é aquele pensamento “e se um dia eu precisar disso?”)
    Espero me manter assim e não cair mais nas tentações consumistas. kkkkk

    • Ana 13/02/2016 às 04:52

      haha tipo isso… estava com 3 protetores termicos e isso me incomoda.. mesmo gostando mais de um deles, que eh o q vou comprar qdo todos acabarem, voltei a usar os outros dois abandonados. Qto menos acumulo melhor! :)))

  17. Tati Ribeiro 02/04/2016 às 10:20

    aah.. que post maravilhoso, também estou vivendo uma fase assim. Passei por uma mudança recentemente e fiquei espantada com a quantidade de coisa que acumulei nos últimos anos.. estou sempre doando coisas e sempre tenho alguma coisa pra desapegar, gosto de ver as coisas em uso, se eu não estou precisando alguém pode estar.. além disso é libertador se desapegar das coisas, saber que não preciso estar comprando algo toda hora pra ser feliz! Espero que essa fase nunca passe… só faz bem!

    • Ana 02/04/2016 às 14:23

      Oi Tati! A gente distrai um segundo e quando vê está com um monte de quinquilharia né? De tempos em tempos faço uma limpa, acho importante! Bjo