21
março
2017

10 diferenças entre dirigir na Alemanha e no Brasil

Postado por Ana em Alemanha

Um dos motivos pelos quais fiz esse post é para mandar para meus amigos que vêm à Alemanha e vão alugar um carro e sair dirigindo por aí! Daí aproveito e divido com todo mundo, pode ser útil! 🙂

Eu já contei aqui algumas vezes da minha experiência de tirar a carteira alemã. Eu tive que transcrever minha carteira (“Umschreiben”) em 2015, pois a carteira brasileira só vale 6 meses por aqui. A dita autorização internacional do Detran também não vai te servir depois de 6 meses. Depois não tem jeito: traduções, burocracias, exame de vista, curso de primeiro socorros (esse não precisei), prova teórica e prova prática. Olha, a parte teórica eu acho realmente importante, porque se você pegar o carro aqui, até mesmo como turista, pode causar acidentes graves se não conhecer certas regras. Existem muitas diferenças no trânsito comparando com o Brasil, algumas coisas piores outras melhores. Para mim, no final a Alemanha sai ganhando. Eu sei disso porque quando ia trabalhar de carro no Brasil eu sempre ficava muito estressada, com dor de cabeça no fim do dia. E na Alemanha dirijo todos os dias há dois anos e não me estresso, muito pelo contrário, às vezes até me ajuda a relaxar. Claro que tem trânsito também, principalmente em cidades grandes, e vira e mexe tem – pasmem – engarrafamento monstro nas Autobahns. Mas no geral acho bem de boa! Chega de lero-lero, vamos às diferenças segundo a MINHA EXPERIÊNCIA.

1) Estacionar na Alemanha é mais chato

parkschein

Óbvio que depende do bairro, do lugar. Claro que você não vai conseguir estacionar fácil na rua na praça 7 em BH ou na esquina lotada de buteco. Mas em bairros residenciais, principalmente em horário não-útil costuma ser muito fácil achar vaga em BH. Quase todo mundo no Brasil tem garagem em casa, então a rua fica disponível. Mas na Alemanha apartamento com garagem é exceção. Conheço até mesmo casas sem vaga. Então os carros dormem na rua – o resultado é que mesmo em bairros normais e no domingo, não é sempre fácil achar vaga e a baliza tem que estar afiada. Como eu não sei fazer baliza até hoje (kkkk) eu alugo uma vaga em garagem para mim, faz parte. E se fosse necessário pagaria o dobro ainda, nossa, me poupa muito trabalho! Fico vendo o estresse que é pro meu cunhado para estacionar na rua em Colônia perto de casa. Você pensa 500x antes de tirar seu carro dali. Como no Brasil, em muitas ruas também você deve pagar para parar – daí em vez de Rotativo em talão é só comprar um bilhete no parquímetro (Parkschein-Automat). Se você for morador provavelmente não terá que pagar, desde que coloque seu documento de morador no parabrisas (pega na prefeitura e custa uns 30 euros). Mas tem também um lado bom relativo ao estacionar: se existem flanelinhas, eles devem ser raros porque eu nunca vi (alguém já?). Eu lembro do meu choque quando vi flanelinhas em Roma, hahaha.

2) O comportamento de zíper

ziper

Pode até ser que exista isso na teoria do Brasil (não lembro), mas ninguém faz isso não. Isso para mim é a coisa mais majestosa do trânsito na Alemanha. É o que torna dirigir muito melhor, tira 90% do estresse. Se você está seguindo em uma pista que vai terminar lá na frente, seja por motivo de construção, fim de pista, etc , você vai até o fim e quando chegar no fim dela o carro da pista ao lado vai deixar um carro entrar na frente dele. Cada carro deixa entrar um. Então você não fica parado com a seta ad eternum nem precisa enfiar o carro na marra. Por isso se chama comportamento de zíper (Reißverschlussverfahren) e ela está ensinada lá no livrinho de legislação. Claro que tem uns afobados vez ou outra que querem entrar antes de chegar ao fim da pista, “pra aproveitar logo a chance”. Mas isso é péssimo porque atrapalha o esquema e eu morro de raiva. Contenha a ansiedade e vá até o final que vão deixar você entrar lá na frente. Se quiser entrar antes pode até encontrar uns “chatos” igual meu marido que vão fazer de TUDO para você não entrar antes e não ferrar o esquema. rsrsrs

3) A mágica das ambulâncias

Esta é uma coisa que faz meu queixo cair até hoje. Vocês já viram quando surge um veículo com sirene na Alemanha? Tem até um vídeo do Youtube que viralizou, mas juro que isso é rotineiro.

Já vi várias vezes, tanto na cidade como na Autobahn, que é a estrada de alta velocidade. O pessoal faz o possível e o impossível para tirar o carro do caminho e é rápido. Lembro uma vez que estava ouvindo música e de repente vi os carros fazendo umas coisas muito malucas na estrada, achei que estava todo mundo ficando maluco. Daí olhei no retrovisor e vi uma ambulância chegando, é meio desesperador porque é muito rápido – então, o negócio é imitar todo mundo e tirar seu carro do caminho. Na Autobahn todos sabem que deve-se criar uma nova pista para a ambulância ou viatura, a Rettungsgasse, conforme o esquema abaixo:

rettungsgasse

A regra se unificou dessa forma em 2016 na Alemanha: a faixa da ambulância será sempre entre a pista mais à esquerda e a imediatamente à sua direita!

4) Faixa de pedestre, ciclistas, motociclistas

Eu lembro que em Brasília as pessoas paravam para pedestres atravessarem na faixa, continua assim? Em BH, faixa é 99% das vezes só para enfeitar. Dependendo do lugar em BH é até perigoso você parar porque toma batida da traseira. Ciclista em BH não tem muito, mas tem umas faixas sim e é o ciclista que tem que se virar e tomar cuidado. A minha cidade na Alemanha tem trilhões de ciclistas – e xô falar, muitos são muito mal educados, folgados mesmo. Os carros já têm que tomar muito cuidado para virar se vão passar por uma faixa de ciclista – mas vira e mexe tem ciclista vindo na contramão, furando sinal, fazendo zig-zag, acho que isso é a coisa que mais me estressa em dirigir dentro da cidade. Porque, meu amigo, se você bater num ciclista ninguém vai querer saber se ele estava errado ou não e você estará f**** para todo o sempre. Então, se for virar, olha no espelho, dá uma freada, vira o pescoço todo e olha todos os lados. Ah, se você virar à esquerda ou à direita sem sinal de trânsito você tem que parar para o pedestre atravessar mesmo se não tiver faixa!!! Uma coisa boa é que você, em compensação, quase não se estressa com motociclista. A moto é usada de forma pessoal mesmo, bem raro como transporte/motoboy. Então além de ser muito menos frequente ver moto por aqui, quando aparecem são numa lerdeeeeeza, ocupam sempre o meio da pista, nada de passarem do seu lado. Eu ainda estou para entender o porquê de as pessoas na moto dirigirem tão devagarzinho, se alguém souber me fala!

5) Seta funciona

Essa é outra coisa que me dá muito alívio. Você vem de uma via secundária para entrar na principal, dá seta e … a mágica acontece. Quem está vindo nessa pista vai para a pista mais à esquerda assim que possível – e se não for possível ele vai frear, fazer o diabo mas vai facilitar a sua entrada. Lembro que quando comecei a dirigir na estrada eu tinha a tendência a seguir na pista onde eu estava e meu marido me alertou que o motorista que está entrando meio que espera que eu mude para a esquerda se a esquerda estiver livre. Então tem que tomar cuidado com isso – se alguém está entrando, dando seta, ele realmente vai esperar que você vai cair fora. Eu só fico pensando – em BH não só a seta não funciona como faz o outro acelerar láaaa de trás para você não entrar. Lá, se FOR REALMENTE urgente você tem que colocar o braço pra fora da janela e ficar sacudindo. GENTE! E a gente fala de português. É uma pena porque é algo muito enraizado e difícil de mudar. Mas é tão óbvio que tem hora que você deixa entrar e tem hora que você entra – deixa a vida tão mais fácil respeitar a seta.

6) Direita antes da esquerda “Rechts vor links”

rechtsvorlinksEsse carro azul vai entrar a todo vapor, sem mal olhar para a esquerda

Aí a Alemanha perde ponto! Tem essa regra no Brasil, claro, mas em cruzamentos sem regra clara e tal. Na Alemanha acho que eles economizam em sinais de “pare” e tem locais em que você tem que se ater unicamente a essa regra. Por exemplo, todas as zonas de 30km/h são assim, a não ser que alguma placa diga o contrário. Às vezes você tem certeza que está numa rua principal, mas se não tem placa te dando a preferência você vai ter que frear antes de todo cruzamentozinho e olhar se não vem carro – porque eles que vêm da direita e sabem que têm a preferência vêm com tudo!!!! E sabe qual a maior dificuldade? É ficar “catando” as ruelas. Você tem que ficar prestando muita atenção se é uma rua à direita e tem hora que é muito difícil. Fico me perguntando qual a dificuldade de colocar uma placa de PARE! Detesto essa regra.

30kmh Se entrar na zona de 30 km/h, triplique a atenção com os cruzamentos

7) Caminhão no seu quadrado

Lembro do meu desespero quando fui dirigindo pro Inhotim em Outubro. Eu meio que tinha esquecido do atrevimento das carretas e caminhões do Brasil. Era carreta ultrapassando em alta-velocidade pela esquerda o tempo todo. Isso na Alemanha é inimaginável. Primeiro que caminhão faz 80km/h só e não costuma pegar a esquerda para ultrapassar. Eles só ultrapassam pela esquerda se tiver um caminhão mais lento à frente (e mesmo assim tem muitos trechos nas Autobahn onde qualquer ultrapassagem de caminhão é proibida). Sim, claro, não é perfeito e vez ou outra passo raiva também na Alemanha com um caminhão passando o outro na pista da esquerda da A5 naaqqqqqueeeela lerdeza (a famosa corrida de elefantes, Elefantenrennen) mas no geral acho que funciona muito bem. Pelo menos não vai ter carreta colando em você na esquerda a 120km/h hahahaha.

8) O terror de virar à esquerda

esquerda

Menos um ponto pra Batatolândia. A questão é que sinal verde na Alemanha nem sempre significa “pode ir sem se preocupar”. Se for para virar à esquerda a atenção é redobrada. Se for uma setinha para a esquerda você pode ir tranquilo. Mas um sinal verde redondo igual o nosso do Brasil para virar à esquerda, vixiiii. Isso significa que esse sinal está aberto para mais alguém de forma conflitante conosco. O cara lá da frente por exemplo. Então você tem que esperar esse pessoal passar, se posicionar com cuidado no cruzamento e virar quando der. Se o cara vindo da frente for virar à esquerda também, vocês virarão UM NA FRENTE DO OUTRO.

virarfrente

Isso é pegadinha máster, porque no Brasil a gente cruza atrás do outro. Eu não costumo pegar sinais assim no dia-a-dia, mas quando me vejo nessa situação tendo a ficar meio taquicárdica.

9) A pegadinha de virar à direita

Como disse, sinal verde sem setinha é porque está aberto para mais alguém. Para seguir em frente, tudo bem. Mas se for virar tem que prestar a atenção. Por exemplo, para virar à direita, o sinal também estará aberto para os pedestres, então você tem que esperar os pedestres atravessarem e então seguir. Isso pode ser muito perigoso para quem não conhece a regra.

10) As placas diferentes

Isso é mais a título de curiosidade para ajudar quem vem dirigir aqui.

Início da cidade = 50 km/h

freiburgcidade

Uma plaquinha com o nome da cidade, amarelinha, significa que a partir dali você está entrando na zona urbana deve-se dirigir a 50km/h (a não ser que apareça uma placa determinando outra velocidade depois). Quando essas cidades terminam, aparece a mesma placa cortada de vermelho: daí você pode ir mais rápido (estradas duplass com divisão de tinta é até 100 km/h e com divisão física é 130 km/h). Na Autobahn não costuma ter limite, mas alguns trechos têm limite sim e são expressos em placas normais de velocidade.

Só não esquecer que “Umleitung” não é uma cidade, mas sim significa “Desvio” , hahahaha (que aparecem organizadamente como mágina em caso de bloqueios de estrada por acidente).

umleitungPegadinha: Isso não é cidade não!

A placa de preferência – ovo frito quadrado

viapreferencial

Essa primeira placa significa que você está na via principal e pode seguir tranquilo em frente até ela aparecer cortada, sem se preocupar com a regra de “direita antes da esquerda”. Não se esquecer que a via principal nem sempre estará indo reto, então você tem que prestar atenção nas plaquinhas que mostram o formato da via principal, principalmente em caso de curvas:

viaprincipalminiAs linhas gordinhas são as vias principais

O foguetinho – preferência breve

minifoguetinho

Esse nome “foguetinho” é por minha conta, tá? hehehe… O foguetinho te dá a preferência para aquele cruzamento só, depois dele você precisa se atentar aos cruzamentos e regra “direita antes da esquerda” ou a outras placas.

As placas de “proibido” são meio diferentes, porque não são cortadas

placasproibido

Acima: proibido bicicleta, ultrapassar, pedestre, moto. Quer dizer, meu cérebro sente muita falta de ver o símbolo cortado. Eu batia o olho e achava que as placas significavam justamente o contrário de seu proprósito. Mas guarde bem: círculo vermelho com a coisa dentro, quer dizer que aquela coisa é proibida! A não ser o círculo com a velocidade dentro, que também é vermelho mas é tipo no Brasil.

E claro que por aqui também tem umas placas mucho locas, que a gente vê de vez em nunca:

frog

Travessia de anfíbios. Deixa os sapo passáaa! kkkkkk

Claro que tem muitas outras coisinhas! Quem quiser ver todas as placas atuais, só clicar aqui. Mas acho que de serviço público do blog Linda e Cheirosa já tá bom né? hahaha Espero que tenha ajudado alguém!!

Beijos

14
março
2017

Visitando (e comendo) Chantilly

Postado por Ana em Viagens da Ana

Tive um final de semana tão gostoso em fevereiro! Aproveitando que uma amiga está morando em Paris e outra estava por lá passeando, resolvemos nos encontrar. Eu não moro muito longe de Paris (muito mais perto do que ir para Berlim, por exemplo) – fica a só 3h30 de trem, com o bônus de que eu AMO andar de trem! Até tem um trem direto mas como eu queria ir sexta depois do trabalho e voltar domingo, não tinha esse luxo da escolha então fui de trem normal mesmo, baldeando uma vez só, em Karlsruhe. Comprei um ticket Sparpreis Europa, então alternou TGV/ICE (trens-bala francês e alemão).

chantillymain

Voltando à Paris – pequena dica de hospedagem

Cheguei na Gare de l’Est e fui “buscar” minha amiga que chegava na Gare du Nord para irmos juntas ao nosso hotel. Dessa vez minha amiga que escolheu o hotel. Em Paris a acomodação é sempre cara para o que oferece – eu geralmente fico em 3 estrelas que já acho bem simples – o dessa vez era de 2 estrelas – fiquei meio tensa antes de ver, mas depois nós duas adoramos, zero reclamação – por isso deixo a dica aqui, se chama De Suez. Limpinho, chuveiro ótimo, funcionários simpáticos e bem localizado – eu não sei vocês mas eu não preciso mais do que isso não! A localização foi nova para mim, no Quartier Latin, perto da Universidade de Sorbonne, numa área cheeeeia de comércio, de ruelinhas, restaurantes, perto de ponto de metrô, dá para andar até Notre-Dame. Eu amei o Quartier Latin e se antes eu dizia que só ficaria em Montparnasse e Saint Germain eu super mudei de idéia e quero ficar lá no Quartier Latin de novo na próxima vez. Eu particularmente gosto de ficar em bairros que não “morrem” à noite!

Por que Chantilly? Chantilly ou Versailles?

Já visitei os pontos “mais turistões” de Parrí muitas vezes (já fiz até Top 10 do Louvre e D’Orsay aqui e aqui), então vi nesse passeio uma oportunidade de fazer algo novo! Eu fui uma vez para Versailles e realmente acho que se tiver que escolher um castelo só é melhor ir pra Versailles. As proporções são outras, né. Chantilly você visita rapidinho, Versailles fiquei nove horas e meia e vi tudo correndo, hehe. Ir para os dois castelos em uma viagem só, principalmente se a viagem for curta, só se você for muuuuuuuito fã de castelos. A idéia de fazer o passeio meio off-circuit veio da minha amiga que mora em Paris – como ela tem um bebê pequeno e vimos que a previsão do tempo estava boa, achamos que seria uma ótima pedida um pouco de passeio fora da cidade, caminhar um pouco ao ar livre… e comer o Chantilly verdadeiro!

Como chegamos

O Castelo de Chantilly fica em Chantilly, uma cidade de 11.000 habitantes localizada a 38 km de Paris. Antes pensamos em ir com transporte público e vi que não seria muito difícil (tinha visto as instruções aqui). Demoraria cerca de 25 minutos. No fim das contas os amigos foram generosos e nos buscaram no hotel e fomos juntos para lá de carro mesmo. Acho que de carro gastamos quase uma hora! Entrando lá tem um estacionamento, daí é só comprar o ingresso. Cada adulto pagou 17 euros (fev/17) pelo Billet Domaine que dá direito a ver o castelo com seus museus, os parques, o museu do cavalo, o estábulo e mesmo apresentação equestre se tiver. Como chegamos cedinho e lá é alto, estava com uma névoa densa assim :

chantillynublado

Mas depois de um tempinho ficou assim…

chantillyazul

chantillazul2

Pensa na minha alegria, saindo de longos meses de inverno…! Pouco depois, aliás, tiramos até os casacos!

O que tem pra ver

O castelo é um dos mais importantes da Europa . Ele na verdade ocupou um lugar de uma fortificação medieval, então pode-se dizer que existe desde o século XI. Primeiro pertenceu à família Bouteiller e depois passou ao Chanceler de Carlos V, que foi quem construiu o castelo em si no século XIV. Só sei que foi passando de mão em mão por um tanto de francês que nunca ouvi falar, até chegar à Dinastia Bourbon no século XVII. O palácio (com exceção do Petit Château) foi quase todo destruído na Revolução Francesa e daí reconstruído em 1870. O castelo foi inclusive usado de quartel durante a primeira guerra mundial.

As instalações consistem do Grand Château e o Petit Château interligados (castelão e castelinho hehe), além do Museu Vivo do Cavalo, estábulos , lagos e jardins.

Lá no Petit Château tem uma biblioteca muito linda com um acervo respeitável – lá está, por exemplo, a Bíblia de Gutemberg.
chantillybiblioA biblioteca

No palácio tem o Musée Condé, que é uma coleção de obras de arte, umas das maiores da França! Eu achei essa parte bem parecida com umas das salas de pinturas francesas do Louvre. O acervo não decepciona nadinha – tem, entre outros, Raphael e Delacroix!

chantillytop3Escolhi meus 3 favoritos e tirei foto: Marie Antoiniette por Drouais, La Vierge de Lorette de Raphael e Corps-de-garde Marocain do Delacroix.

Uma particularidade de Chantilly é a sua relação com cavalos. A cidade é inclusive conhecida como ‘A capital do cavalo’. Diz a lenda que o Louis Henri, Duque de Bourbon, achava que ele renasceria como um cavalo após sua morte – daí ele pediu para o arquiteto construir estábulos. Se você ama cavalos, o lugar realmente é para você. Eu não entendo nada de cavalos, então meio que passei pelo museu do Cavalo em velocidade do som. hehehehe Mas não resisti a cumprimentar os diversos cavalinhos no estábulo. A gente ignora o cheiro e vai!

chantillycavalo

Sabem quem já deu uns rolés ali? James Bond em “A View to Kill“! 🙂

chantillyjamesbondCena do filme “A view to kill. Foto do site jamesbondlifestyle

Chantilly também tem jardins e parques – que fique claro, essa parte não se compara a Versailles – mas é sim bem simpática. Dá para pegar ar puro, caminhar pelos parques, ver os lagos. Isso tem mais graça se o tempo estiver bom, né? A gente já estava morto então só demos um rolezinho ali fora. Sei que às vezes tem carrinho de golfe para alugar, mas dessa vez não vimos! É bom lembrar que o castelo não abre em janeiro nem às terças-feiras. Sempre bom pesquisar para não perder a viagem!

A cidade de Chantilly

Na hora de almoçar resolvemos aproveitar o bom tempo e escolher um restaurante na cidade de Chantilly. Saímos do castelo (mas pode voltar com o mesmo ingresso) e aproveitamos para passear ali perto. Fomos simplesmente seguindo a rua principal, mas pareceu realmente muito pequena! Mas bonitinha, típica cidadezinha da França. Fomos vendo cardápio por cardápio na porta dos restaurantes e escolhemos um restaurante italiano mesmo, chamado La Prego. Bom custo-benefício, garçons simpáticos, comida ótima! Muitas avaliações do Trip Advisor dizem que demora mas estava vazio então não esperamos não. Eu pedi o ravióli trufado, as meninas lasanha a bolonhesa e o marido da amiga pediu uma pizza de salmão.Houve boatos na nossa mesa que a pizza de salmão foi o prato #1, hehe!

comidachantilly

A busca pelo Chantilly de Chantilly

Eu só sei que eu não parava de falar no Chantilly de Chantilly e acho que ficaria maluca se não provasse, hahaha Eu tenho mania desse tipo de coisa: torta floresta negra da floresta negra, mostarda dijon de dijon, bife a milanesa de milão, queijo gruyere de gruyere, e por aí vai. É quase uma obsessão!! Após pesquisar vi que o melhor lugar para provar é no restaurante do castelo chamado La Capitainerie. A origem do Chantilly é bem controversa e tem várias histórias, mas o mais provável é que tenha sido inventado ali mesmo, no século XVII ou XVIII. Quem quiser ler as versões tem aqui. chantillycapita

O garçom me informou que todas as sobremesas ali vêm acompanhadas de Chantilly! Mas achei pouquinho… Se você animar pode ainda pedir um potão de Chantilly separado. Eu estava na verdade sonhando com sobremesa de morango e Chantilly, mas não tinha porque estava fora da época do morango. 🙁 Então eu pedi uma Tarte Tatin (torta invertida de maçã), bem ok mas meu olho cresceu mesmo foi pro Petit Gateau da minha amiga, hahahaha!… Se vocês repararem até tem um mini meio morango ali no meio hehehehe

Veredicto? Achei o Chantilly realmente fabuloso. Diferente do Chantilly que conhecemos – mais denso, sabe? Achei de lei. Mesmo se não gostar de Chantilly tem que comer, afinal, não é sempre que dá para voltar ali! E se for importante para você o quanto é para mim, dê uma olhada no horário de abertura do restaurante!

Casamento Ronaldo e Cicarelli

cicaronaldo

Como amante de fofocas de celebridades vocês não achavam que eu ia deixar de comentar isso, né? Eu diria que 98% das pessoas adultas associam o castelo de Chantilly ao casamento relâmpago de Ronaldo x Daniela Cicarelli. Os dois se casaram em 2005 por lá em uma festa para 250 pessoas que, segundo várias reportagens do Google, custou 2,5 milhões de reais. Olha, ou o mercado de casamento inflacionou muito ou tem algo errado aí. Porque teve vestido Valentino para ela e terno Valentino para ele, esquema de segurança de outro mundo, o buffet mais chique de Paris com direito a risoto de trufas negras e o diabo a quatro. E isso tudo FECHANDO o castelo de Chantilly! A título de comparação, o casamento da cunhada da Lala Rudge em Brasília custou 10 milhões em 2010. Eu sei de casamentos em BH que custam uns milhões atualmente, e nem é casamento de Rockefeller não. Ou seja: se você quiser imitar o Ronaldo, não se anime muito, pode ter certeza que vai desembolsar mais que esses 2,5 mi! Mas enfim, independente do tanto que custou, apesar de toda a pompa e o background de chiquetezas da realeza francesa antiga, rolou o que? BAR-RA-CO. Teve noiva expulsando penetra-inimiga na porta!! Mas o ponto da história é que eles aparentemente queriam o casamento mais pomposo de todos os tempos. Li que na época olharam vários castelos próximos a Paris inclusive Versailles e optaram por Chantilly. OU SEJAAAAAA: o bicho é bonito mesmo e vale a visita. Se foi bom o suficiente pro casal Ronaldo-Cica, deve ser bom para você também!! kkkk

Se você ama o castelo mas não tem grana para casar lá, você pode fazer seu ensaio de noiva por lá! Vimos várias noivas fazendo ensaios!

Depois do passeio seguimos para a casa da amiga e comemos muito Raclette, tomamos vinho gostoso, batemos muito papo e nos divertimos com um dos bebês mais legais e bonzinhos do mundo. E o final de semana ainda não estava acabando, mas meu relato acaba por aqui! 😉 Amo poder registrar e depois rever esses momentos no meu blogzito!

chantillynostresNós com o neném mais simpático do planeta (borrei o rosto por motivos de privacidade do baby)

Beijos com saudades de Chantilly!

08
março
2017

Meu amigo avocado

Postado por Ana em Ana de Casa, Dieta

Já que mencionei o avocado no post do Panini Low Carb, achei legal compartilhar essa história aqui! 🙂 Não sei se é a idade ou a mudança de país, mas é assustador o quanto meu paladar mudou nos últimos 3 anos. Se considerar os últimos 10 então, vixe, pareço outra pessoa. O pior é que só acrescentei coisas à lista do que gosto, hehehe Podia deixar de amar chips, né? Tomate, água com gás, azeitona(!!!), mais um trilhão de coisas e até mesmo o inacreditável… abacate! Ou melhor, avocado! Já já explico.

avocadohaupt

A minha repulsa a abacate remonta os primórdios da minha existência. Passei anos da infância bebendo uma vitamina de abacate com leite bem docinha com os abacates bem maduros que meu tio trazia do sítio. Ninguém me perguntava se eu queria, já chegavam com um copão enooooooorme com a vitamina. Já aconteceu com vocês de passarem anos comendo uma coisa para um belo dia concluirPOHANNNN eu odeio esse trem, porque fico comendo/bebendo esse trem?“. Tomava no automático um copão e não gostava e no dia que eu percebi isso meio que briguei forever com a fruta. Para terminar, eu tinha uma calça fusô favorita azul aos 8 anos e lembro que fui no churrasco da mãe de uma amiga, tinha um jardim e me ajoelhei para pegar a bola. Ajoelhei num abacate caído meio podre que estava escondido entre as folhas. Ficou uma mancha verde enorme no joelho e isso só me deixou com mais raiva do abacate.

Por isso que jamais, nem em um milhão de anos eu compraria qualquer coisa relacionada à fruta. Só sei que meu marido sempre comprava um cremezinho de guacamole para passar no pão e eu sempre colocava a língua para fora. Acho que um dia por insistência dele e por falta de outra coisa para passar no pão e eu experimentei e … o final da história vocês já sabem. Amei!! E daí entendi tudo: eu tenho problema é com abacate doce e usado em receitas doces E super amo, cada vez mais, abacate em receita salgada. No caso, o avocado. Não é frescura do beautiful people, o nome é diferente mesmo porque o dito “avocado” é uma variedade do abacate. Eu não sabia disso antes e quando via alguém postando que comeu salada com avocado eu pensava “aiiaiiii fala abacate mulher!!“. Vivendo e aprendendo, né? 🙂

O avocado que compro é o tipo mais comum aqui- aquele de casca bem escura, o HAAS. Ele é bem menor que um abacate normal. No Brasil tem avocado também, mas sei que custa um pouco mais que o abacate grandão. Já aqui, ÓBVIO que não procurei abacate normal porque odeioooo, mas ainda não vi, O avocado orgânico (mais caro) custa uns 2 euros onde compro, se não for orgânico é menos! Gosto de comer puro, fatias em salada, no wrap, no mexicano, guacamole, nossa, qualquer coisa! E o melhor: é saudável. Apesar de ter 10% menos calorias que o abacate tradicional, não é hipocalórico, porque é rico em gordura – então, como tudo, tem que comer com moderação. Mas a gordura é “boa”, monoinssaturada! E ele aumenta a absorção de nutrientes, por exemplo, se você comer com uma salada. E isso vale pro abacate também! O avocado tem ainda mais nutrientes que o abacate e é lotado de potássio! Ele é um grande amigo de dietas low carb! Ah, se não sabe como descascar avocado ou quer dicas de conservação para ele não escurecer rápido veja esse vídeo aqui! 🙂

Fica a dica – se você também odeia abacate, dê uma chance ao avocado!

Beijos!

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